quarta-feira, 1 de maio de 2013

Conferenciando (ZERO TITULI)

Defendo que o Benfica, pelo seu historial, pela sua "genética" e sobretudo pelos valores que nos regem, deve ter uma posição de 'senhorio'. O Benfica é grande demais para andar em guerrilhas e discussões de taberna com idiotas  («nunca discutas com um idiota, ele rebaixa-te ao nível dele e bate-te por experiência própria»).

Para mim é dentro das 4 linhas que respondemos, é jogando melhor que os adversários, marcando mais golos e respeitando sempre os oponentes que o Benfica "fala". Sempre foi assim, um clube honesto e de galhardia, que vencia mais porque era melhor, porque tinha mais raça, querer e ambição.

Mas isto é o futeluso, há muita regra que não se aplica por cá, sobretudo a honestidade e fair-play. E vivemos numa era em que ser honesto é sinónimo de pato, e as massas, quer se queira quer não, vão mais atrás de um soundbyte que de uma postura correcta.

Durante esta época (e à medida que o Benfica mais se aproximava dos seus objectivos) várias foram as tentativas de chamar o Benfica à liça com provocações e "finas ironias". Lembro-me perfeitamente de alguém dizer que aqui, na nossa casa, «só falávamos de árbitros e que só os burros falavam de arbitragem». Lembro-me de alguém dizer, entre sorrisos, que «desconhecia o adversário do Benfica na Champions».

Estas são algumas - poucas ! - das provocações que nos foram fazendo (e nem menciono as da CS ou de "notáveis", referi duas "institucionais"), mas de todos os lados surgiram os "tiros" oportunos, as memórias de Calabote (um mito propagandeado por uma CS suja e sem escrúpulos ou interesse em repôr a verdade) ou o "esgotamento" das equipas de Jesus em Fevereiro (depois era Março...Abril....). A mesma CS que sabendo que os treinadores dos DOIS principais candidatos ao título terminam contrato na mesma data, "massacrou" o Benfica - tentando a todo o custo desestabilizar - com a questão, ignorando olimpicamente "o outro". A Comunicação Social desportiva em Portugal é, e parafraseando Mourinho, feita de prostituição intelectual, manipulação intelectual. A tudo isto o Benfica respondeu com silêncio, ou melhor, responderam Lima, Enzo e Matic, dentro do campo!

A postura institucional do Benfica nesta época desportiva foi imaculada, as palavras gizaram-se sempre dentro do terreno, golo atrás de golo, vitória atrás de vitória. E é assim que deve ser. Mas sem nos tomarem por parvos, porque há limites para tudo.

Até chegar a semana do derby (tinham que se gastar os últimos cartuchos porque há um clube às portas de concluir uma época com zero tituli). Aí venderam 34 pontos de diferença como se não existissem, anunciaram a quebra do Benfica (aquela de Fevereiro...) e colocaram-nos quase às portas do Inferno. Correu-lhes mal. Ficaram a 37 (TRINTA E SETE PONTOS!) e, com dois golaços sofridos, zero oportunidades de golo e um penalty por marcar (sim, só admito o de Maxi sobre Capel) pareciam quase uma equipa de Champions (e sonham eles com Liga Europa...).

E encontraram no Capela o bode expiatório perfeito. Logo o Capela. Pois bem, o Capela é o gajo que no derby da época passada, na Luz, expulsou exageradamente o Oscar Cardozo, é o gajo que tem no currículo o único vermelho directo a Pablo Aimar (que nem falta fez em Olhão) num jogo em que não viu 2 penaltys a nosso favor. E parece que entretanto Capela é benfiquista. Mas recordo ainda outro dado de capela :

«Rui Vitória, lembras-te que o árbitro João Capela, com o resultado a favor do Benfica, por 1-0, marcado por Zambujo, aos 29 minutos, não assinalou o 2.º golo, aos 37 minutos, apesar de Mário Felgueiras, guarda-redes do SCP ter ido buscar a bola dentro da baliza, a do topo dos balneários (a bola chutada da “quina” da grande-área do lado direito do ataque do “Glorioso”, ao segundo poste, até bateu na rede interior do lado da bancada desse campo n.º 2 do Odivelas FC). Era o 2-0, aos 37 minutos! E a sentença definitiva, no jogo e no Campeonato!
Rui Vitória, lembras-te que os juniores futebolistas do “Glorioso” passaram a 2.ª parte a lutar, contra tudo e todos. E tu impávido e sereno, de braços cruzados, no banco do "Glorioso" a fazer de nosso treinador. O Sporting CP nada conseguia. Até que João Capela foi, novamente, obrigado a actuar, expulsando o nosso (do Benfica, tu não contas...) Blaze Berzovacki, aos 68 minutos, após simulação do fiteiro Nani?
Rui Vitória, lembras-te que mesmo assim o João Capela teve de arranjar livres e mais livres para o Sporting CP empatar, aos 80 minutos por Miguel Veloso e depois nos descontos Djaló arrumar com o Benfica perante uma equipa de juniores benfiquistas destroçada e extenuada. E tu impávido e sereno, de braços cruzados. Lembras-te?»
 
O texto é da autoria do grande Alberto Miguéns (pode ser lido aqui) e reporta à temporada 2004/2005, no jogo decisivo, em que Capela (e a passividade de um tal de Rui Vitória) ofereceu o título de juniores aos seus agora-novos-inimigos. Parece brincadeira não é ?? Faz-me lembrar o "ódio" que os mesmos viscondes nutrem por um tal de Lucílio Baptista [ por ele ter assinalado - erradamente - um penalty em seu desfavor - que podia ou não ser convertido - e que deixava o jogo empatado ( empatado!!! não deu vitória!) a quinze (15!!!) minutos do fim, ainda com grandes penalidades por disputar ], árbitro que apitou uns quatro Sporting-Porto (consecutivos) prejudicando sempre o Porto (num desses, do tempo de Mourinho, houve 4 (!) penaltys perdoados ao Sporting.
 
Pois bem, ainda estou à espera que o Carlos Xistra, o Proença e o Benquerença nos venham beneficiar. Está a demorar...mas de certeza que esse dia chegará.
 
Perdido o derby, o país futebolístico incendiou-se e indignou-se. Onde estavam esses invertebrados quando nos "arrumaram" com um escandaloso golo de off-side no último minuto (sem hipótese de responder) ? Os mesmos que branquearam a não expulsão de Djalma (bem anterior à de Emerson) ou a falta flagrante não marcada sobre Witsel que resultaria no golo do empate portista ? É que os erros desse jogo não se resumem ao golo vergonhoso no último minuto, foi tudo muito mau. E escusam de recordar as mãos de Cardozo para equilibrar a contenda porque o paraguaio nem vê a bola, é esta que o procura. Curiosamente, o senhor Proença, marcou um penalty em Braga contra nós (Emerson de costas) inexistente e não viu uma bárbara cotovelada de Djamal a Gaitán (ou melhor, viu, mas deu....amarelo) e um agarrão gigantesco a Luisão na área. Tudo no mesmo Campeonato - e para recordar aos viscondes da treta - em que Artur Soares Dias não marca 2 penaltys óbvios (sobre Gaitán e Luisão) e apita um sopro de Luisão sobre Wolfswinkel. Nesse dia refugiaram-se no melhor futebol leonino (que basicamente jogaram 90 minutos na retranca e aproveitando contra-ataques, à equipa pequena portanto) e nas oportunidades falhadas. A mesma CS vibrou então com o Sporting de Sá Pinto, essa equipa com....zero tituli.
 
Mas o mais engraçado desta recente campanha é que ninguém queria saber do Sporting nesta luta, eles foram apenas o idiota útil, a agenda da campanha visava defender os superiores interesses do Porto. Primeiro condicionando fortemente o árbitro do seguinte jogo do Benfica (difícil deslocação aos Barreiros pós-jogo europeu). Falou-se de 1001 coisas, da preferência clubística do homem (ó seus vendidos, porque não referem semanalmente que o Jorge Sousa fundou o núcleo dos superdragões de Lordelo ?? porque não referem vocês que o Benquerença é genro do Garrido - essa figura nefasta a soldo da corrupção - ou que o Xistra é sportinguista de berço e coração ?? ou até que Pedro Proença foi atleta do Sporting ? e que Artur Soares Dias é filho de quem ?) e depois, o "benfiquista" Manuel Mota faz uma arbitragem de nível e erra inclusivamente a favor do Marítimo (penalty gritante sobre Cardozo aos 92'.
 
E que teria acontecido se, ao invés do nosso silêncio, tivessemos incendiado ainda mais os ânimos para a partida da Madeira ? Isso era o que eles queriam, transportar os níveis de ansiedade dos jogadores do Benfica e do próprio árbitro, para níveis estratosféricos. Vieira fez uma curta declaração apontando o dedo a quem de direito e referindo que estamos nesta situação por mérito próprio. Citando o Hugo do religiaonacional: «Se tivesse ficado completamente calado abriria espaço a que o árbitro se sentisse desamparado e forçado a compensar o Porto».
 
Pois bem, o Benfica deu a bofetada de luva branca dentro do terreno de jogo (outra vez) vencendo um difícil Marítimo e encomendando as faixas do 33º. Contra tudo e contra todos.
 
Feito o mais importante o Benfica decidiu falar publicamente. E fê-lo no timing perfeito. Porque já havia respondido dentro de campo e segundo porque foi a altura de dizer basta à prostituição intelectual, aos delinquentes da pena que tudo tentam para branquear crimes e menorizar créditos. E é aqui que entra o Director de Comunicação João Gariel. Não foi o Presidente, não foi o Treinador, foi a pessoa correcta! Se a equipa mostrou estofo e classe dentro de campo, JG esbanjou assertividade e tiros certeiros. E disparou para toda a merda que deve estar com os cornos na palha de frustração pela sensacional época do Benfica. Primeiro o papa negro, o que perdeu a ironia de repente, depois os critérios "editoriais" do jornalista-OMO e ainda teve tempo para reduzir os adeptos do Machadês à brejeirice de uma graçola.
 
Qual Clint Eastwood, João Gabriel chegou, disparou e venceu. Fê-lo de forma pungente e sem espaço para perguntas de retórica ou últimos suspiros do falecido, foi implacável e não teve misericórdia. Não podia ter a acidez da Conferência de Mourinho e os zero tituli (até porque o Benfica ainda tem muito para ganhar) mas ficou lá perto. Esperemos que até final as Conferências de Imprensa tenham uma Taça ao lado dos microfones e uns enormes sorrisos pelo Universo Benfiquista.
 
 

1 comentário:

Tyler Durden disse...

Amigo Élio, o blog é "novinho" e não tem muitas views, mas já adicionei o teu blog à lista.

Abraço