segunda-feira, 28 de abril de 2014

domingo, 27 de abril de 2014

Para a próxima jogamos com 9...

...que isto de bater em mortos está a perder a piada.

Voltámos a defrontar o Porto, desta vez no Dragão, pouco tempo depois do baile da 2ª mão da Taça de Portugal, mas a consequência foi igual: Benfica na final. Entrámos muito bem no jogo, soltinhos, a jogar sem complexos perante um Porto menor e desconexo. Nós, com os suplentes dávamos cartas perante o melhor 11 adversário.

Depois de bons 15 minutos, onde podíamos e devíamos ter marcado (pequenos ressaltos e passes fracos impediram maior perigo), o Porto consegui chegar-se à frente e foi dominando o jogo até ao intervalo. E dominou muito mais depois da expulsão (exagerada ?) do central Steven Vitória (desastrado até ali).

Foi na primeira parte que o Porto teve as melhores chances de golo (uma incrível de Jackson sem ninguém na baliza), pois na segunda foram mais atabalhoados. Sobrevivemos na primeira parte, onde o Porto poderia estar em vantagem mas mostrámos união e sacrifício.

Na segunda parte, Jesus reuniu as tropas e a equipa (com 10) foi irrepreensível defensivamente. Não houve sufoco, não houve perigo de golo e mesmo fisicamente (nós jogámos a alta rotação na quinta-feira enquanto eles estavam...no sofá, a ver-nos jogar) não se notou grande superioridade.

O Benfica parecia um muro de 3 metros e eles uma criança a olhar, sem ideia nenhuma de como ultrapassar aquele obstáculo. Ainda conseguimos um contra-ataque perigosíssimo que Ivan Cavaleiro (exausto) desperdiçou.

Tenho que destacar 3 gigantes hoje (além dos benfiquistas no Estádio, que logo no primeiro minuto cantavam «Campeões, Campeões, nós somos Campeões»; ou ainda quando brindaram os rivais com «Olé's», mesmo jogando com 10, LINDO!):

OBLAK: terá feito o melhor jogo com a camisola do Benfica, simplesmente perfeito! A forma tranquila como ele dominou o espaço aéreo foi impressionante. E fá-lo sempre bem, com a maior tranquilidade do Mundo. Ainda teve tempo para parar um dos penaltys com uma grande defesa.

ANDRÉ ALMEIDA: correu quilómetros, lutou com uma raça à Benfica e ainda teve tempo para puxar pelos adeptos. Quaresma terá pesadelos com ele, chegou a mudar de flanco tal era a fibra intransponível do nosso André. Já no jogo com a Juventus, quando entrou, fartou-se de correr para ajudar a equipa. Com meninos com a raça, querer e ambição deste André...o futuro do Benfica está garantido.

JARDEL: já várias vezes mostrou ser um guerreiro, esta época inclusive jogou 80 minutos com a cabeça "rachada", mostrando bem o profissionalão que é. Hoje, chegou a braçadeira de capitão (depois da saída de Amorim) e foi um gesto merecidíssimo. O Jardel é uma pessoa humilde e muito trabalhadora, que "não faz ondas" e prefere aplicar-se ainda mais, é um dos grandes vencedores desta noite. Depois, como se tudo o que já havia feito fosse pouco, ainda se chegou à frente e bateu uma das penalidades de forma certeira. Se a exibição e a penalidade já eram de grande nível, Jardel ainda decidiu dar show na flash-interview (mais uma vez, a decisão de ser ele a falar, pareceu-me uma decisão acertada). Primeiro colocou o Porto na ordem dizendo que o adversário não devia, não podia (!!) estar triste porque os seus atletas e dirigentes sempre desvalorizaram a competição. E terminou com um gesto enorme, dedicando a vitória ao companheiro Steven Vitória, que havia tido uma tarde desastrada. GIGANTE Jardel!!

O Benfica pode terminar 13/14 como a melhor época da sua História, para mim. Eu sei que uma Champions é uma Champions, mas por exemplo, nunca vencemos 3 competições numa época, e que me desculpe o Rio Ave, mas a coisa não será nada fácil para que eles nos impeçam de o fazer. Se eventualmente juntarmos a LE, passam a ser 4 competições numa única época e isso, esperemos que não irrepetível, é algo mítico!

Se a tudo isso juntarmos o, provavelmente, fim da época mais difícil de sempre (em Maio último), as façanhas de 13/14 ganham estatuto Legendário. Oxalá estes heróis mantenham a mesma competência e atitude, o mesmo desejo e raça para escreverem o seu nome a letras de ouro num dos poucos emblemas míticos do Mundo do futebol.


P.S. - Manuel Queiroz. Adoro-te pá. Os risinhos nervosos sempre que havia um comentário ou decisão contrária ao Porto foram alimento para a minha Alma. Quando chegaste ao desplante de dizer que, para ti, cartão vermelho só se for mesmo grave (depois de duas lambadas do Danilo nas costas do Garay) fui ao êxtase da alegria. Tu, o gajo que ao ver James Rodriguez dar um murro num gajo do Feirense em Aveiro disseste que o cartão vermelho era exagerado. Épico. Como o jogo. E como épica foi a azia daquele gajo que apresenta o MaisFutebol, o Cláudia Lopes (olhava para ela e lia-se na sua cara o que estava a pensar: Terra, engole-me.).

P.P.S. - a palavra 'épico' não pode ser usada em vão por um benfiquista, porque para o nosso Benfica nunca há impossíveis, mas começo a precisar de um dicionário novo para conseguir adjectivar a época actual. Que o sonho continue, que o Karma não deixe o "trabalho" a meio.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

O post do Campeonato

O primeiro título da época 2013/14, o mais importante de todos, o Campeonato Nacional, já cá canta. O que se seguiu foi uma enormidade de emoções, declarações, sentimentos e incredulidades. O Mundo parecia ter voltado aos eixos e de repente tudo voltou a fazer sentido (ou quase, desta vez houve um polícia atrás de Jesus e não o contrário).

Nas horas a seguir ao minuto 92 (pois é....até o golo de André Gomes foi aos 79:13...) houve muitas coisas interessantes:

. André Gomes a dizer «acho que vou dormir com a medalha»
. Markovic, o sérvio d'Ouro, o miúdo que nunca festeja os golos, em completo delírio gritava «Benfica Sempre!!»
. Sulejmani referia a família do balneário, que era muito maior que o clã dos balcãs
. Fejsa e Oblak cantavam «O Campeão voltou» num português perfeito
. Salvio, num momento duríssimo, ainda no relvado, invocava Eusébio (e terá sido o primeiro a fazê-lo, que eu tenha ouvido, sendo seguido por Oscar Cardozo nesse elogio ao King)
. Nico Gaitán, o Picasso da Luz, referia, com total a propósito, que «2 anos como nós fizemos não é para qualquer equipa»

Rodrigo vestia a camisola 28 de Sílvio, num gesto espectacular; Artur chorava; Paulo Lopes, finalmente campeão no nosso Benfica, era mais um adepto (um que sobe traves das balizas, mas um adepto); Enzo, emocionado primeiro (pela perda de um grande amigo em Dezembro passado), estava completamente eufórico no autocarro; Jardel e Lima pareciam as crianças mais felizes do Mundo; Amorim e Cardozo vestiam a pele de um benfiquista de coração e Luisão é o grande líder deste grupo, irrepreensível.

Na frente do autocarro foi sempre o trio Jesus, Vieira e Rui Costa. Mais comedidos os últimos e esfusiante o primeiro. De cachecol, camisola e chapéu, Jesus parecia um índio do Benfica e celebrou a bom celebrar. Não encontrei paralelo em 2010 para a alegria genuína de Jesus na noite de ontem, e entre muitas, lançou a tirada «o Benfica é uma nação!»

Acho que a melhor forma de transmitir o que é o Benfica aos jogadores é mesmo ser Campeão, que viveu ontem na pele aquele título dificilmente renegará esta paixão. Na noite de ontem, muitos tatuaram o nome Benfica no coração e na alma.

Ricardo Araújo Pereira, numa espécie de sufrágio ou entrevista impressionante e imperdível, remata acerca da Mística do Benfica: um jogador do Benfica disse que a Mísica é...ganhar. Eu acho que a Mística é ganhar À Benfica. O Rosenborg ganhou 13 campeonatos e não há lá grande mística. Mística é o que fizemos na quarta-feira, Mística são os 4-4 de Leverkusen, os 3-1 ao Fenerbahçe, o 1-3 ao Arsenal, Mística é ganhar À Benfica.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Já fui ver ao YouTube 6 vezes.



Visto que o Pinto da Costa já fez as pazes com o YouTube, fica aqui a dica. Até porque motores de busca aos 76 anos devem ser coisas em que não se pode ter confiança cega. Portanto, e se o Rui Moreira não estiver por perto, o Pinto da Costa tem aqui maneira de se saciar em loop.

E se o monitor for pequenino dou-lhe ainda outra ajuda, o gajo que levanta quase 50.000 (e o braço do Fernando) é este:

 
 
Reconhece-o ?
 
 
 
 
 
Ainda estava lá um argentino que não deve conhecer, mas ele lembrou-se de si, até lhe fez um gesto. Como estava longe não deve ter percebido. Ok, eu ajudo:
 
 
 
Pronto, vemo-nos no Domingo.
 
O quê ?!?? Domingo não vem ?? Então esteve na festa ontem e não quer repetir a dose Domingo ??? Não percebo, mas tem aí o YouTube para se entreter. E brevemente nós visitamo-lo. Duas vezes! Está preparado ? Vá, as melhoras e não abuse do YouTube.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Épico! Isto é o Sport Lisboa e Benfica!!

Vamos jogar um jogo ?
Vocês começam com um de avanço, ok ?
Já empatámos ?? Pronto, então agora jogamos uma hora com um a menos, pode ser ?
Já está equilibrada a coisa (vocês marcaram um golito e voltam a estar na frente) ?

Que chatice, com 10 marcamos mais 2 golos e mandamo-vos para casa com o rabinho entre as pernas. Não chorem, ainda resta a Taça da Liga. Oops, é outra vez connosco.

Jogo vibrante do Benfica, sentia-se algo especial no ar, os jogadores estavam com a fibra dos ases que nos honraram no passado e parecia não haver nada que nos impedisse de chegar à final da Taça de Portugal. Marcámos cedo e pensei que ia dar goleada das antigas (ou das mais recentes, das sevilhanas).

Mas aos 25' Siqueira vê um cartão amarelo ridículo. Tenho muitíssimas dúvidas que haja falta sequer, mas tenho certeza absoluta que não é nunca para amarelo. No minuto seguinte, Siqueira (será que perde a final do Jamor com 2 amarelos ?) é muito anjinho e tem uma entrada a destempo sobre Quaresma. Não é dura, é só parva. Em Inglaterra não seria amarelo, em Portugal admito perfeitamente a cartolina neste lance. O caricato disto tudo é que só um minuto depois o árbitro foi "levado" para esse lance. A jogada continuou e quando a bola saiu (deitada fora pelos portistas) o árbitro não se dirigiu imediatamente a Siqueira para o amarelar, o que seria natural se fosse essa a sua intenção ou se, entretanto, lhe tivesse sido comunicada essa decisão por algum dos seus assistentes.

Portanto, a decisão imensamente tardia de dar amarelo (o segundo) a Siqueira fez-me lembrar a expulsão de Zidane na final do Mundial: passou-se demasiado tempo até se agir.

Com a eliminatória empatada, o Porto, que até ali apenas sobrevivia, viu-se renascido emocionalmente, apesar de nem sequer fazer cócegas ao último reduto benfiquista. Pois bem, o Benfica cerrou os dentes, uniu-se ainda mais e não desistiu. Mas faltava um defesa esquerdo. Recuou Gaitán. Era preciso colocar um lateral e permitir que Nico estivesse mais à frente, afinal faltavam-nos golos. Todos os pensamentos, olhares e ideias fulminavam o camisola 7 do Benfica. O próprio Oscar Cardozo sabia que era ele a única opção lógica para a substituição, talvez por isso se tenha aproximado de Jesus e segredado algo como: Mister, deixe-me jogar mais uns minutos que estou com fezada.

Jesus congelou a substituição e deu um voto de confiança a Cardozo, ou pelo menos foi essa a minha interpretação. Mas o Benfica tinha mesmo mais dificuldades em criar com a disposição Gaitán/Rodrigo na ala esquerda e Cardozo sozinho na frente. Pouco tempo depois André Almeida entrou mesmo para lateral esquerdo e Cardozo saiu, tendo o bonito gesto - desta vez - de compreender e cumprimentar Jesus na saída de campo.

Chegámos ao intervalo sem o Porto ter uma chance de golo, ou melhor, teve uma semi-chance numa saída de Artur a um canto, onde a bola ficou prensada entre 3 jogadores e sobrou para o GR do Benfica.

André Gomes, hoje a 6 no lugar de Fejsa (lesionado) já estava a ser um monstro, mas o melhor estava para vir. Mesmo com um a menos, o centro de terreno do Benfica nunca se precipitou e trocou a bola com muito critério e sem sucumbir à pressão. Talvez o grande plus de ter André Gomes a 6 tenha sido mesmo esse: o critério em posse e a qualidade do passe no início da transição ofensiva.

A segunda parte, já com os novos posicionamentos bem definidos, começou quase com o golo do Porto (52'). Sem saber ler nem escrever, o Porto empatava o jogo e via-se subitamente com a eliminatória (caída do céu) na mão.

Mas hoje não. Hoje não havia pão para malucos. Hoje só dava Benfica.

A equipa manteve-se compacta e conseguiu fazer o segundo golo numa penalidade evidente sobre Salvio. Enzo Pérez concentrou-se, rematou tranquilo e....riu-se no final. O 2-1 chegava com a mesma expressão da cara do 35: felicidade natural. Até no momento do empate portista, o Estádio da Luz (uma pena não estar lotado...) animou e gritou, parece que aqueles 45.000 estavam imbuídos do mesmo espírito benfiquista que os nossos 11 atletas (ou 10) demonstravam em cada jogada.

Era um jogo em que parecia ser impossível eliminar o Benfica, via os minutos passar com uma calma e confiança que não se explicam, acho que o Karma existe, só pode ser isso.

A dez minutos do fim (e duas flagrantes ocasiões de golo desperdiçadas por Rodrigo) chegou o momento Gomes. André Gomes fez uma genialidade dentro da área e fuzilou a baliza portista para o definitivo 3-1. Ciao Porto.

Dois destaques antes do fim: a vénia monumental a Nico Gaitán no momento da sua substituição (acho que até já o escrevi aqui, esta é a época de Nico & Enzo, mais que Fejsa, Markovic, Luisão, Rodrigo ou até o saudoso Matic, Enzo Pérez numa primeira fase e Nico Gaitán posteriormente são as grandes traves mestras da época 13/14) e a opção de JJ por Markovic ao invés de Steven Vitória. Ainda que uns minutos mais tarde do que seria de esperar, optar pela velocidade do sérvio frente a um Porto sem centrais, por oposição à ideia de colocar mais um central - para mim, que acho que a melhor defesa é mesmo o ataque - foi bem visto, gostei.

O Karma só ficará em paz no Jamor, naquela que se espera seja a última conquista de uma época inesquecível, até lá vamos festejar todas as semanas e fazer uma "pausa" para eliminar a Juventus (desculpa lá velha senhora).

P.S. - ah, é verdade, falta a Taça da Liga. Oh, the irony.

P.P.S. - o Benfica 13/14 tem uns 20 titulares, se este não é o melhor plantel (não confundir com melhor 11) desde pelo menos 92....