terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Obrigado Monstro Sagrado!

Faleceu aquele que é considerado o maior capitão da História do Benfica, provavelmente o segundo maior jogador do Sport Lisboa e Benfica (só atrás de Eusébio), o Senhor Coluna. Saudades de outro campeão gente boa e um tremendo futebolista que levou o nome do Benfica à glória.

Em Janeiro perdemos o King, Fevereiro leva-nos o Monstro Sagrado...oxalá eles olhem por nós e pelo nosso Benfica lá em cima no 4º anel, e que Maio não nos leve ninguém mas nos traga alguma paz de espírito num 2014 nefasto até agora para a Mística Benfiquista.

Até sempre Senhor Coluna.

Markovic é jogador de playstation

O Benfica - Guimarães de ontem começou com uma inenarrável "disposição táctica" dos vimaranenses, ou melhor, do seu patético treinador. Em cima da grande área, o Vitória exibia uma linha de 8 (!!!) jogadores dando uma imagem provinciana e amadora do que deve ser o futebol de alta competição. Ok, até Mourinho já recorreu a tácticas ultra-defensivas, mas nem no pior pesadelo Trapattoniano me lembro de ver um boeing do gabarito daquele que Rui Vitória colocou ontem no início da partida.

Com um único jogador sem grande preocupação defensiva (Mazou), os outros 10 encurralavam-se junto do seu GR. Logo ali fiquei com a ideia que não ia ser fácil penetrar aquela muralha, ou pelo menos sem que se alterasse algo da nossa estratégia habitual. Como furar então aquela defesa ? As diagonais mais perigosas da nossa equipa são invariavelmente as que resultam das desmarcações de Lazar Markovic, portanto parecia-me ser essa a solução com mais probabilidade de sucesso, porque no jogo "estático" e organizado era muito complicado abanar a estrutura híper conservadora com que o Vitória se apresentou na Luz.

Penso que JJ ter-se-á apercebido disso e terá provocado uma nuance táctica ao permitir que Markovic deambulasse por toda a frente de ataque ao invés de ficar amarrado a um dos flancos. E a verdade é que o Sérvio D'ouro estava endiabrado, nos primeiros 45 minutos rebentou com todos os que lhe apareceram pela frente e culminou o recital com um golo de playstation (L1 + 0 ??), um chapéu brutal num curtíssimo espaço de terreno. Um golo assim...só na playstation mesmo.

O Guimarães, apesar de nunca ter feito cócegas sequer, deixou de estar tão embaraçosamente recuado como nos primeiros minutos e procurou causar algum nervosismo no Benfica, que apareceu a espaços, mas mais pelo que os 3 pontos de ontem significariam do que por uma prestação conseguida. Porque na verdade, ocasiões de golo foram só do Benfica (escandalosa a de Lima, já depois de ter driblado o GR) e a vitória nunca perigou, mas foi uma exibição q.b. apenas.

Lima deve ter corrido uma enormidade mas não foi feliz, louve-se o seu espírito de sacrifício e capacidade de trabalho; Fejsa esteve muito bem, hoje por hoje não o trocava por Javi Garcia: corre tanto ou mais que o espanhol e é mais rápido; Luisão é o xerife da defesa, simboliza o espírito daquela equipa; Enzo esteve mais apagado que o costume, ainda assim a maioria dos lances de perigo começou nele; Rodrigo foi o melhor - depois de Markovic - no ataque, fez um bom jogo e demonstra boa forma (os gregos que se cuidem).

Markovic é um génio. Com a chegada de Salvio à melhor forma e consequente titularidade do lado direito do ataque, pergunto-me se o lugar de Lazar Markovic não deverá ser como segundo avançado, solto, à lá JVP, deambulando por toda a frente de ataque ?

Faltam 25 pontos.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

K.O. de Salónica

Com muitas novidades no 11 relativamente ao último jogo, o Benfica foi à Grécia dar uma lição de futebol aos gregos do PAOK. Ok, o golo solitário de Lima é em fora de jogo, mas creio que Djuricic podia ter marcado de pé esquerdo se Lima não estivesse ali. A verdade é que ganhámos (bem!) com um golo irregular (mal).

Tirando esse pormenor (e atenção que o offside está longe de ser escandaloso) só deu Benfica, longos minutos de trocas de passes (a levar à loucura os adeptos gregos e à impotência os seus atletas) e com uma assertividade e qualidade de topo. Pergunto-me qual terá sido a posse de bola final ? Visto de fora dá a ideia de uma diferença brutal.

Outro ponto: o PAOK não está ao nosso nível, mas está longe de ser uma equipa fraquinha, afinal, parece que ninguém havia vencido no seu estádio...até hoje. Sabendo da diferença entre as equipas, o treinador adversário (Huub Stevens) procurou reforçar o processo defensivo, jogando muito fechadinho e tentando que a sua equipa não se descolocasse e fosse surpreendida pelo Benfica. Apesar de aguerridos, os adversários viam-se literalmente gregos com a qualidade de posse dos encarnados e desesperava por não encontrar antídoto para a superioridade do Benfica.

Fizemos um jogo sério (se calhar até respeitámos em demasia o adversário) jogando sempre pela certa e com uma consistência assinalável (uma única chance de golo permitida e novamente a baliza inviolável), mas acho que podíamos ter criado mais perigo nos últimos 20 minutos e avolumado o marcador a nosso favor.

A vitória nunca esteve em discussão e o Benfica praticamente assegurou a passagem à próxima eliminatória, ainda assim convém recordar que na última vez que defrontámos esta equipa também vencemos lá (1-2) e depois perdemos na Luz pelo mesmo resultado (acabaríamos por seguir em frente nos penaltys).

O Sílvio parece dar-se bem com os ares da Grécia, depois do Olympiakos voltou a fazer um grande jogo e a dispor inclusive de chances de golo. Apesar de achar Siqueira mais jogador, Sílvio tem demonstrado ser uma excelente opção (contrariando as minhas reservas iniciais) e não é por aquele flanco que teremos problemas.

Toto Salvio voltou a jogar (lesionado desde 1 de Setembro) e saúda-se o regresso de um dos principais elementos do nosso plantel, apareceu solto, sem receios e a apoiar bem o futebol da equipa. Daqui a um mês (ou menos) teremos o melhor Salvio no terreno, é essa a minha expectativa, portanto o argentino ainda poderá ser um dos nomes-chave da época 2013/14 (oxalá!!).

Luisão fez o 100º jogo nas competições europeias pelo Benfica (não há ninguém com mais jogos europeus pelo Benfica - ou qualquer outra equipa portuguesa diga-se de passagem) e esteve imperial como sempre, é neste momento o melhor defesa-central a actuar em Portugal (de muito longe).

Também gostei do Lima (90 minutos de trabalho e um bom golo) e do Rúben Amorim, mas acho que o conjunto, a equipa voltou a ser o nosso principal argumento e isso espelha a qualidade e o momento actual do Benfica: seguros, coesos e compactos.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Nos Paços do título

O Benfica amealhou ontem 3 preciosos pontos na luta pelo título 2013/14. Frente a uma aguerrida e organizada equipa do Paços de Ferreira, os benfiquistas vestiram o fato-macaco e demonstraram, outra vez, a solidez do grupo.

Se no derby vestimos o fato de gala e demos um show de bola, ontem essa receita não resultava, portanto mantivemos a coesão (outro jogo sem sofrer golos, nem ameaças de os sofrer...) e lutámos para vencer. Costumava dizer-se que o Benfica, para vencer, tinha que jogar muito, hoje em dia a equipa sabe "ler" as ocorrências e escolher o caminho para a vitória.

Essa alternância de chip entre a classe e/ou a raça prova que os jogadores estão mais determinados e concentrados, sabem que há vários caminhos para o mesmo objectivo: ser campeão! Defensivamente o Benfica está fortíssimo, não é o Oblak (que apenas tem um golo sofrido, um "frango" descomunal que nos custou 2 pontos) que se tem destacado, é todo o processo defensivo que não facilita e não permite qualquer chance aos adversários.

Maxi subiu de rendimento, Siqueira é o melhor lateral esquerdo depois de Coentrão (e ainda não está no máximo das suas capacidades, só agora tem tido alguma regularidade e descanso com as lesões), a dupla de centrais está ao nível das melhores duplas europeias e os médios (sobretudo Fejsa) parecem estar em todo o lado, pressionando permanentemente.

Mas apesar do rendimento defensivo de excelência, considero que o nosso ataque (a "menina dos olhos" da Era-Jesus) tem estado aquém das suas possibilidades. É verdade que Cardozo (o maior goleador do plantel) tem metade (ou menos) dos minutos da equipa e que Salvio (o melhor extremo da equipa, por trazer acutilância ofensiva e capacidade defensiva na mesma percentagem) não conta desde Agosto, mas Rodrigo & Lima têm falhado mais do que acertado, e atenção que o pecúlio de golos de ambos não é nada mau, mas devia ser substancialmente melhor.

Quem tem carregado a equipa este ano tem sido um Gaitán superlativo e um Enzo Pérez estratosférico. Se a equipa no seu todo (sobretudo a defesa) têm sido a maior arma desta época, os 2 argentinos revelam-se como os destaques individuais, acho bem que renovem com ambos e que construam o nosso futuro à volta deles.

No início desta época seriam unânimes os nomes dos 3 melhores elementos do plantel: Matic, Salvio e Cardozo. Pois bem, andamos a jogar sem os três e "só" temos 4 e 5 pontos de avanço ao 2º e 3º respectivamente, além de apurados para as duas meias-finais das Taças nacionais. Matic não joga mais por nós esta época, mas um Cardozo e Salvio "fresquinhos" podem ser chave para o que resta desta época.

Faltam 30 pontos.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O derby do vento ? Não, do vendaval !!

O Benfica recebeu e despachou o seu eterno rival com uma lição de bola que terá envergonhado o mais empedernido dos "lagartos". Recebo-mo-los em nossa casa, dissemos-lhes Olá! e depois recambiamo-los para casa com um valente pontapé no traseiro e com a certeza que o Benfica é areia a mais para a camioneta dos Viscondes.

Antes do jogo havia uma facção que parecia viver numa utopia: os sportinguistas e uma série de "jornalistas". É que a diferença entre aquilo que eles acham que são e aquilo que na realidade apresentam ainda incorpora uns quantos "fusos horários"... Levaram um reality-check à bruta. É que podíamos ter vencido por muitos e não sermos tão esmagadores no domínio do jogo, mas o que se assistiu na Luz foi uma impotência leonina a toda a linha (presidente, treinador e equipa) e um apetite voraz das águias.

O Benfica entrou cheio de fome no jogo, e psicologicamente começou a ganhar o jogo aí: os nossos concentrados e disponíveis para todo e cada lance; os outros a tremer perante a intensidade alucinante do adversário. À medida que a nossa confiança crescia, a "tremideira" deles aumentava, basta entrar o primeiro... sentia-se. E a verdade é que o jogo acabou logo no golo de Gaitán. «Pronto, agora já não conseguimos levar um pontinho» - terão pensado os jogadores do Sporting naquele momento.

O Benfica passou por cima do Sporting sem dó nem piedade (bem, houve alguma misericórdia sobretudo de Rodrigo...) ganhou 90% dos duelos individuais (OLÈ), correu muito mais (OLÈ), teve nota artística (OLÈ) e ainda se deu ao luxo de permitir zero cantos ao adversário e deixá-lo com cerca de 30% de posse de bola (OLÈ).

O Sporting não se viu, não se ouviu e deu menos trabalho que a agora célebre lã de rocha. Já o Benfica mostrou que jogar com 2 médios centro e 2 avançados não é para quem quer... Tacticamente Jesus embaraçou e envergonhou Jardim, tal foi o banho de bola em toda a linha, aliás, o melhor de Leonardo Jardim no derby foram mesmo as palavras finais (as dele e as do Presidente, que pela primeira vez soou a Presidente e não a líder de claque).

No nosso Benfica houve várias exibições tremendas: Luisão (o gajo mais fundamental da defesa, cortou um número de bolas sem fim, é o patrão deste grupo); Maxi (melhor jogo da época, mantém a raça de sempre - e apesar de achar que ainda está um pouco lento - mas começa a dosear melhor as suas investidas; grande centro para o 1º golo); Fejsa (um poço de força no meio-campo, menos forte que um Javi Garcia mas mais disponível, mostrou que nunca vira a cara à luta, parece talhado para jogos importantes); Gaitán (começa a ser tradição Gaitán fazer gato sapato do Sporting, é um génio cada vez mais trabalhador, sozinho pode decidir jogos, esperemos que este ano decida campeonatos).

E claro, há um jogador que merece um parágrafo só para ele: Enzo El Principito Pérez. Com a saída de Matic, Enzo é hoje o melhor jogador do Benfica (Olá Argentina!) e fez um derby fa-bu-lo-so. O argentino rebentou com o processo defensivo do Sporting sozinho. Primeiro pressiona altíssimo e não permite que se saia a jogar com facilidade com ele por perto, e depois, quando tem que ser ele a iniciar o processo ofensivo do Benfica...demonstra recursos infindáveis. Vejamos, não raras vezes tentou-se "apertar" com Enzo quando recebia a bola entre linhas, e muitas dessas vezes o benfiquista nem tinha linha de passe visível e mais que um adversário em cima, pois bem, ele nunca se atrapalha, finta, gira, mantém a posse e quando não há mesmo alternativa....arranca e ninguém o agarra. As acelerações de Enzo Pérez no meio campo ofensivo esfrangalharam completamente o Sporting, naquela noite Enzo pareceu imparável. No dia em que a esposa fora operada fez o segundo golo (e que golo!) e emocionou-se verdadeiramente não contendo as lágrimas perante um Estádio da Luz em êxtase. Perdemos o Matic...mas ainda temos o Enzo!!

Mais que o resultado, a exibição mandona e autoritária do Benfica foi um depressivo tremendo para os adversários Porto e sobretudo Sporting (que terá pensado: contra estes não dá, vamos tentar bater-nos com o Porto) que observaram uma equipa fortíssima fisicamente e que melhora a nota artística a cada jogo, só falta ser mais concretizadora (bem vindos Salvio & Cardozo).

Portanto o vendaval da Luz ficará para a História como o dia em que atropelámos o Sporting com uma classe e unanimidade poucas vezes vista (como aliás fizeramos ao Porto há cerca de um mês) em 180 minutos despachámos os dois rivais com 4 golos sem resposta e zero oportunidades concedidas, o que é obra para uma equipa que passou meio campeonato a defender mal e a sofrer muitos golos. O grande mérito é dos jogadores de de Jorge Jesus, afastaram finalmente os traumas de Maio passado e deram a volta por cima: meias-finais das Taças nacionais e líder isolado do Campeonato, sendo a única equipa que depende apenas e só de si para se sagrar Campeã.

Faltam 33 pontos.