terça-feira, 28 de maio de 2013

O Benfica de Jesus (fim de ciclo ?)

Jorge Jesus concluiu 4 épocas consecutivas no comando técnico da equipa de futebol senior do Sport Lisboa e Benfica. Nas competições domésticas o Benfica foi ganhando menos títulos ao longo das 4 épocas (2 na primeira, 1 na segunda, 1 na terceira e 0 na quarta; sendo que nunca venceu TP ou Supertaça e apenas se sagrou Campeão no primeiro ano). Já na Europa o percurso - apesar de não conquistar nenhuma competição europeia - foi inverso, tendo melhorado os registos europeus a cada época, a saber:

.1/4 da LE
.1/2 da LE
.1/4 da LC
.finalista da LE

Em 4 anos JJ conquistou apenas 4 títulos (1 Campeonato Nacional e 3 TL) o que é manifestamente escasso para o Benfica. Na temporada que agora finda salda-se com ZERO conquistas efectivas (o que nunca tinha acontecido na era-Jesus) e com um final de época dantesco, deprimente e de pesadelo. O mais natural e óbvio - perante estes dados objectivos - era procurar novo treinador.

Mas as coisas não são assim tão lineares. Aliás, se o trabalho do nosso treinador se resumisse a títulos, se efectivamente os parâmetros de avaliação da sua competência se esgotassem no número de Campeonatos e Taças na nossa "vitrine", não haveria qualquer discussão ou incerteza no futuro do comando técnico: fora com este e venha outro.

Mas há muito mais em Jorge Jesus que merece ser contailizado.

Ponto prévio, sou a favor da continuidade de Jesus (a menos que Mourinho, Klopp ou Guardiola estejam assegurados...), escrevi aqui que há muito se devia ter renovado e este "adiar da assinatura" não me parece que tenha sido benéfico para ninguém. E sou a favor porque considero que é com o futeol e as ideias deste treinador que o Benfica está mais próximo daquilo que preconizo para o nosso Clube: futebol espectacular, ofensivo, com muitos golos e dominador.

Não estou a desvalorizar as conquistas (afinal aquilo que mais conta num clube de futebol) que não aconteceram, ou a hiperbolizar a "nota artística", a estética e atitude do nosso futebol, acho é que o modelo de JJ é o correcto, comungo da ideia de jogo que ele apresenta e acho mesmo que as escassas conquistas não o têm a ele como responsável maior. E, mais importante ainda, acho que naquilo que melhor realizámos é Jesus o principal obreiro e responsável.

Mas uma coisa é certa, é preciso mudar alguma coisa neste Benfica, tem que haver reajustes no organigrama do futebol, não penso é que essa remodelação passe obrigatoriamente pela saída do técnico.

Mas façamos a análise ao contrário, que prejuízos existem para o Benfica com a continuidade de Jesus ? Desde logo a tensão no balneário. A atitude deplorável e vergonhosa de Oscar Cardozo é um sinal gritante de que algo vai mal no reino da Dinamarca... Haverá uma conjectura que contemple Cardozo e Jesus no mesmo balneário hoje ? No futuro ? E será Cardozo o único "rebelde" do grupo de trabalho ?

É muito importante analisar todas estas questões, o futuro do Benfica não pode ser refém de um treinador, mas muito menos de um jogador (mesmo que esse seja o melhor marcador estrangeiro da História do Benfica). Honestamente acho que Cardozo não segurou a frustração de 3 derrotas marcantes e que o momento foi mais irreflectido que sentido, mas nada, repito, NADA justifica ou desculpa aquele comportamento, porque por essa ordem de ideias, sempre que Cardozo falha um golo feito deve levar um empurrão e ouvir a sentença discriminatória.

E mesmo que o gesto de Cardozo possa ter sido extrapolado além do real sentimento, o acto público torna-o gravíssimo e potencialmente comprometedor da disciplina e coesão do grupo. Porque são atitudes e comportamentos destes que podem fazer ruir o espírito e união...veremos a sanção (que se espera severa) que o Clube determinará.

Outro aspecto negativo da continuidade de JJ é a pressão acrescida que ele e sobretudo a equipa enfrentará numa 5ª época. Ao primeiro desaire a pressão andará perto do insuportável. Não que isso mine a determinação de Jesus, mas dificultará imenso um trabalho produtivo de toda a equipa. Curiosamente, um novo técnico passaria entre os pingos da chuva aos primeiros "despistes".

Não deixa de ser curioso, que com tão poucas conquistas se discuta se Jesus deve ou não continuar. Mas isso é algo que JJ conquistou, esse crédito que ele possui é fruto do seu traalho no campo e do futebol apresentado.

A decisão de continuar ou não com JJ é crucial, as expectativas actuais (nacionais e europeias) e o nível de jogo estão a anos-luz das de 09/10 (quando JJ chegou), portanto, um novo técnico sabe que, para ser "aceite", tem de apresentar registos melhores que os de JJ. Ah, e ganhar no imediato claro.

Há ainda outra questão referente à próxima época, sabe-se já nos bastidores que o enfica está a preparar um plantel fortíssimo, recheado de estrelas para atacar todas as competições com um onze de luxo, portanto a responsabilidade do treinador (seja ele quem for) é acrescida (e não esquecer a final da Champions na Luz...).

Gostava que Jesus continuasse mas se sair serei mais um adepto das suas equipas (desde que não treine em Portugal ou defronte o Benfica). A decisão não é fácil e percebo as inúmeras pressões para que se defina esta questão, só acho "piada" é que muitas dessas pressões só se tenham feito ouvir depois da final da TP, o que me parece pouco convicto...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Esta lista não publicam eles...

LIMA

«O FCPorto continua interessado no avançado do SCBraga Lima e o negócio poderá concretizar-se com a cedência do extremo português Ukra aos Minhotos» , 22.08.2012

SULEJMANI

«O site holandês Voetbal International escreve que os dragões estão interessados no médio sérvio, de 24 anos, que em 2008 custou 16 milhões de euros ao Ajax» , 16.02.2013

BRUNO CÉSAR

«Sim, estamos a conversar com o FC do Porto. Tudo vai depender da proposta que o FC do Porto apresentar, para depois conversarmos com o Corinthians, com quem o Bruno tem contrato. Acredito que o negócio se possa concretizar, mas vamos esperar. Para já apenas posso dizer que o FC do Porto está interessado. E se o negócio for bom para o jogador e para o Corinthians, o Bruno irá para Portugal» , 19.03.2011

AXEL WITSEL

«O FC Porto acredita que 12 milhões vão chegar para recrutar o candidato a jogador do ano na Bélgica. Há dois meses que os portistas seguem Witsel, mas só decidiram atacar depois de o Benfica oficializar o seu interesse. A certeza de que Guarín tem mercado em Espanha também acelerou o ataque a Witsel» , 21.05.2011

SALVIO

«Mas o FC Porto, sabe o DN, já fez saber aos dirigentes do At. Madrid que também está interessado no jogador» , 21.05.2011

OSCAR CARDOZO

«O avançado paraguaio estará a ser negociado entre a SAD portista e o Newell's Old Boys, clube argentino que detém os direitos desportivos do atleta de 24 anos» , 12.06.2007


Chegam estes ? Ou acrescento Nolito, Enzo, Maxi, etc ?? E nos "roubos" do Porto não contam Kazmierckzak, Edgar Silva, Prediger e outros porquê ?? Realmente já só acredita nas tretas que nos são impingidas diariamente por esta Comunicação Social anti-Benfica, quem tenha andado a dormir nas últimas décadas.


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Porquê o Benfica ?

Diz-se que se escolhe o partido, a mulher ou a religião mas não o Clube. Soa a frase feita, a cliché, mas a verdade é que ser do Benfica é mesmo diferente.

As primeiras razões terão ver com a génese humilde deste Clube, desde o início foi um clube do povo, com gentes de poucos recursos mas que amavam o desporto e queriam competir. Na altura era os clubes das elites, os «ingleses» quem dava cartas no futebol, até serem derrotados pelo Benfica. Esta vitória angariou ainda mais adeptos para aquelas gentes que haviam destronado os mais fortes com menos recursos. O mito nascia.

Depois há o primeiro golpe baixo do Sporting, que sendo elitista não tinha os mesmos resultados e popularidade que o Benfica e resolveu "roubar" mais de meia equipa do rival. Acenando com o dinheiro, o elitista Sporting, à custa do Benfica, ficava agora com uma equipa de elite, também desportivamente.

Nada disso afrouxou a paixão e o furor benfiquista, muito pelo contrário, o Clube continou a criar raízes no povo português. A "diferente" génese do Benfica terá contribuído (mais que o sucesso desportivo) para a sua popularidade. Popularidade essa que teria novo episódio marcante na construção do Estádio Da Luz, com muitos sócios e adeptos a contribuirem monetariamente e até com sacos de cimento para tão grandiosa obra.

Foi essa união e democracia (o Benfica tinha eleições democráticas muito antes do próprio país) que nos tornaram na maior potência desportiva de Portugal. As conquistas europeias de 60 (década onde fomos o maior clube da Europa) apenas serviram para nos tornarmos num Clube Mítico, muito além das fronteiras do país.

Na sua História, o Benfica sempre se regiu por princípios honestos e desportivos, foi muito por esse comportamento exemplar que construímos Valores Benfiquistas, imunes à corrupção ou à falta de desportivismo. E isto não tem preço, não há conquistas ou títulos mais importantes que a honra e o bom nome!

E foi seguindo esta conduta que nos tornámos o Clube mais vencedor, com mais sócios, com mais adeptos e a marca mais potente e reconhecida de Portugal mundialmente.

Vem isto a propósito dos comportamentos dos nossos adversários (que para nós não passam disso mesmo, adversários e rivais). Costuma dizer-se que há dois grandes clubes em Portugal: o Benfica e o Anti-Benfica. Porque nós benfiquistas "apenas" festejamos as nossas vitórias, só "torcemos" pró-Benfica.

Ora isso é impossível tanto no Sporting como no Porto. Os do Sporting perderam qualquer orgulho ou amor próprio para o anti-benfiquismo, nem se importam das suas derrotas desde que o Benfica não ganhe (pequenino). Não tendo conquistas próprias para festejar, regozijam-se com as derrotas do Benfica (muito pequenino). E, chegam mesmo ao surreal de, no mesmo dia em que se vêem afastados da Europa (pela 3ª vez) e atingem a pior classificação de sempre (!!!) aparecem extasiantes .... perante uma derrota do Benfica.

Um benfiquista quer lá saber dos resultados dos outros, nós queremos ganhar os nossos jogos. Só. Eles não, eles festejam contra o Benfica. E isto apenas nos torna Enormes a nós e pequeninos a eles, o único clube grande somos mesmo Nós (também pela pequenez de adversários...muito pequeninos).

Os portistas então são um caso à parte. Parece que têm atracção pelo encarnado, só vêem vermelho. E isso impede-os de não conseguirem deixar de ser um clue regional. Mesmo tendo dimensão europeia não conseguem ser um clube nacional, são efectivamente um clube regional de dimensão europeia e tudo fruto de um ódio incompreensível ao Benfica.

Ou melhor, de um ódio fomentado há 30 anos pelo personagem mais sinistro e mais lesivo na História do Desporto Português. E só é tão lesivo, e continua a ser, porque tem a conivência dos centros de decisão e de uma Comunicação Social (CS) nepotista e sem espinha dorsal.

Mourinho que é Mourinho sucumbiu a uma CS implacável e que não deixa pedra sobre pedra na busca da Verdade. Tivesse Portugal uma CS da igualha da CS desportiva espanhola e talvez (talvez...) fossemos um pais desportivo à séria. Mas somos mesmo um país de brandos costumes, ou melhor, aqui tecem-se loas a quem vence corrompendo e aponta-se o dedo a quem insiste em lutar contra isso. O «tacho» e os «jobs for the boys» são metáforas perfeitas para a imundice que reina em 90% da CS desportiva portuguesa.

Parece que as regras do jogo - onde se dá destaque ao falcato e se pune o orgulhosamente honesto - são estas, e é nestas condições "ditatoriais" que temos que ir a jogo, nós sim, contra tudo e contra todos.

Este texto vem a propósito de outro que li hoje (de um vimaranense) e que tenho que partilhar, porque espelha com Verdade aquilo que se desenrola em Portugal, ano atrás de ano, E PLURIBUS UNUM nunca fez tanto sentido.

A pequenez de "Ser Porto"
"Ser Porto", engloba uma sensação contrastante do que parece. É uma revolta pessoal e colectiva derivada da pequenez, disfarçada com alguns títulos, que toda a gente sabe como são ganhos.

Até os próprios. "Ser Porto", é o máximo complexo de inferioridade. O Porto é um clube ganhador, pois desde logo começa a época a poder ganhar cerca de 8 títulos : os 4 que pode ganhar, e os 4 que o Benfica pode perder. O adepto do Porto, é como um padeiro a quem sai o Euromilhões : aparece de Ferrari, mas ninguém lhe reconhece mérito.

E é o que falta ao Porto: Reconhecimento.

Nem pelo próprio presidente da Câmara! As teorias são muitas, desde logo a das gerações mais novas: "Em 25 anos, vi o Porto ganhar 25 títulos".

A esse argumento demente, a questão é : quando a vossa avó faz 80 anos, vocês festejam 25 anos também? É que desde que nasceram só viram 25 celebrações de aniversário!

Nestes 15 dias (pois eles andaram todos na toca durante a época toda), até penta-campeonatos (sem saberem que eram tetra) de hóquei se celebraram. Mais o título de andebol.

A maioria dos adeptos não sabe UM jogador de cada modalidade, mas festejaram porque? Porque é contra a pedra no sapato da vida deles: o Benfica.

As virgens ofendidas que levaram uma prostituta a beijar a mão ao Papa, ofenderam-se com o pseudo-gesto-obsceno do Carlos Lisboa no ano passado, em basquetebol. Naquela semana, o basquetebol era o desporto da vida dos "somos porto". Passado 15 dias, a modalidade termina e a carneirice habitual instalou-se.

Então não há meia dúzia de centenas de milhares de euros para preservar uma modalidade histórica que, pelos vistos, tinha muitos adeptos? É triste, mas é verdade. Caramba, só os carros da Fernandinha e da Carolina, dariam para pagar mais uma ou outra época à modalidade ! O portista é assim. Prefere uma derrota do Benfica a uma vitória do Porto.

O Benfica é um clube que não se sabe muito bem de onde é. Instala-se em Gaia, e parece que está em plena Avenida da Liberdade. Vai a Paris, e não se percebe se se está em Portugal ou França.

É duma dimensão que o Porto JAMAIS chegará.

E tudo porque, cá dentro como lá fora, se sabe como o Porto ganha! Mas isto não é um post sobre futebol, é sobre sociologia, e estamos a falar sobre o complexo de inferioridade do adepto do Porto.

Vejamos: se são melhores, se ganham mais, se vende mais, se vende por mais, se vão mais longe, se isto, se aquilo, porquê tanto ódio? Porquê? É triste ver gente com poucos dentes e sem a 4ª classe a falar do tempo do Salazar.
Gente que nem o nome do próprio clube sabe dizer (puarto), que vem justificar o facto do Porto ser clube grande, clube esse que não passa de novo riquismo do futebol (pois isto das vitórias é recente, já o Benfica era um colosso mundial, estatuto a que NUNCA irão chegar).

Mas sou obrigado a repetir a pergunta: PORQUÊ TANTO ÓDIO?

Ok, eu ajudo-vos : complexo de INFERIORIDADE.

Será que falta um bola de ouro, como Benfica e Sporting já tiveram? Será que falta um jornalista espanhol que venha desmentir um dos melhores jornalistas espanhol e do mundo, que afirmou com todas as letras que o Porto é um clube corrupto? Rivalidade entre clubes é normal, mas nunca vi um rival cantar numa final, o cântico contra o adversário nacional, como os portistas fizeram contra o Montepellier, na final da Champions. Ou o Lens, ou lá que equipa era. Não prova uma coisa, prova duas: a pequenez portista, e a grandeza benfiquista da maior instituição em Portugal, o Sport Lisboa e Benfica.

E isso custa ao portista.

Dói. Eles riem-se e celebram, provocam, cantam ... mas falta ali algo! Falta cultura, falta reconhecimento, falta muita coisa. Já está enraizado que não faz mal que seja roubado dinheiro e feitas contratações de milhões e milhões por Valeris, Leandros, etc.

O que importa, é combater internamente o Benfica.

O maior título do Porto, é a derrota do Benfica.

Já o Benfica, vive para dentro do clube, e para fora do país. É um clube sustentável, que quando mudar o presidente, não ficará preso a máfias e dependentes de problemas dos pais dos árbitros para vencer. Uma coisa é certa. Para o ano, o Benfica pode não ser campeão. Mas jamais festejará um "não-título" do Porto, pois isso é tipico dos pequenos.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Viva o Benfica

Agora sei que o Diabo existe. Agora sei que o Mal é real.

De Buda, Deus, Maomé, Shiva e outros "deuses" desconheço prova de existência, na verdade devem-se camuflar de para não vivermos aterrorizados. Se o karma não estiver a dormir tem uma dívida gigante connosco. Só não digo impagável porque sou do Benfica, e o Benfica é um ideal, é místico e triunfará, mas hoje por hoje é a única coisa boa em que acredito.

Podem matar sonhos, ser injustos e cruéis, mas o Benfica nunca acabará, de cada vez que tombar voltará a erguer-se, e todas as vezes que nos tentarem derrubar serão sempre poucas, porque nunca deixaremos de lutar por mais. Mesmo que sejam derrotas.

O nosso lema é sermos únicos, de todos, o melhor, e é por esse ideal que sobreviveremos a todas as derrotas possíveis e imaginárias, porque o Benfica só existe para lutar e VENCER.

Enquanto houver Benfica, o Mal não terá descanso.

BENFICA! Até ao fim!!

Can we go back ? This is the moment! Tonight is the night, we'll fight 'till it's over
So we put our hands up like the ceiling can't hold us, like the ceiling can't hold us!



E vós oh rapazes do Manto Sagrado, honrai agora os ases que nos honraram no passado

terça-feira, 14 de maio de 2013

Benfica de barba rija

No dia que perdemos na Turquia decidi não fazer mais a barba. Só a volto a cortar se vencermos as 3 competições ou quando perdermos qualquer uma dessas três.

Fezada, superstição, refúgio psicológico, chamem-lhe o que quiserem. A verdade é que tinha (e tenho!) confiança suficiente no Benfica para "pagar as minhas promessas". Depois do último clássico no Dragão perdi alguma fé nestas coisas do Bem VS Mal. Se o Benfica vencer a Liga Europa, a Taça de Portugal, a Supertaça Portuguesa e a Supertaça Europeia SEM vencer este Campeonato, aquele remate aos 92' vai demorar anos a desaparecer na minha memória.

Aquela derrota é a mais dolorosa que vi do Benfica (e vivi o período mais negro da nossa História, com muitas derrotas humilhantes, como os 7 de Vigo, por exemplo). Foi um castigo demasiado pesado da forma como tudo aconteceu.

Talvez o destino nos tivesse virado as costas ao minuto 19 do Benfica-Estoril. Com aquela lesão de Enzo Pérez - um craque dos pés à cabeça -, o Benfica, que até aí tinha sido avassalador (como havia sido com os turcos, dias antes) pareceu eclipsar-se. Para ironia do Destino, o seu substituto, Carlos Martins, acabaria expulso com 2 amarelos completamente ridículos.

Com Enzo em campo atropelámos o Estoril e falhámos umas 3 ocasiões de golo claríssimas; sem Enzo, a equipa desceu do Purgatório ao Inferno. Mas este não era o Inferno de 65.000 fiéis em apoio, era o Inferno de deixar de ser a única equipa dependente de si para ser Campeã, com um clássico logo a seguir.

A pressão, para mim, estava toda no Porto, eles é que tinham de ganhar, eles é que não podiam falhar. E viu-se como não lidaram bem com isso (habituados a disputar estes jogos com grandes almofadas pontuais). Por sua vez, o Benfica sabia que ainda controlava o seu destino e "apertou a faca com os dentes" e foi para a "guerra".

O primeiro golo sofrido (estranhíssimo; tanto a "abordagem" de Maxi - de costas - como a não-defesa de Artur) e ainda por cima 5 escassos minutos depois de nos colocarmos em vantagem, impediu que o pânico se instalasse verdadeiramente no reduto do adversário.

Continuámos a lutar, a nossa confiança crescia a cada minuto, por oposição ao desespero crescente do Porto. Até que a 2 minutos do 33º, um golpe de sorte (há tanta coisa incrível neste lance....começa com um lançamento lateral nosso (!) no meio-campo ofensivo; há várias probabilidades de interceptar o lance; há uma equipa subida (em demasia?) tentando afastar o perigo da nossa área; há uma tentativa de intercepção de Maxi que, a resultar, teria sido perigosíssima para o adversário, um lateral mais comedido teria feito contenção, marcado zona em vez de tentar ser feliz com um roubo de bola; o passe de Liedson é mau, não é feito no espaço e leva demasiada força; o domínio desse mau passe permite a Kelvin pontapear a bola no ar (rasteira, a bola nunca teria aquela colocação ou força) como último recurso; até este momento - e mesmo com alguns erros mencionados - o lance não demonstra qualquer perigo (para quem o vê e para quem está no terreno), mesmo o remate parece ter zero chances de criar perigo, talvez esse "relaxamento" (de Aimar entre outros que não "foram até ao fim" ainda no meio-campo; de Roderick que fez "zona" quando podia ter feito "homem" e cedido canto por exemplo - talvez o mesmo Roderick pensasse ser preferível permitir um remate dali a ceder um canto que poderia trazer mais perigo, mas um defesa não pode nunca ter esse "pensamento"-; de Artur que também terá pensado que "dali nunca entra" e que se terá lançado "tarde") tenha resultado num castigo excessivo.

Diz-se que só o Porto procurou ser feliz e que foi compensado por essa predisposição. Tudo bem, mas quantas e quantas vezes somos nós que arcamos com as despesas do jogo e não vencemos ?? Mais, raramente temos mérito nesses desafios, pois a nossa imprensa realça a boa "estratégia" adversária ou o clássico defenderam bem.

O Benfica terá traído os seus princípios de jogo por troca de um título (que acabou por não chegar), mas fê-lo de forma raçuda, compacta e unida. Mostrou atitude e união. Mas fomos traídos pela sorte, porque perder daquela forma não revela grande mérito ou jogada táctica, foi uma sorte descomunal, e acontecer aos 92' é castigo demasiado pesado.

Restam-nos 2 finais. Mas sem o mesmo sabor, falta tempero, porque a última derrota foi dura demais para podermos "ainda" festejar o melhor. E essas vitórias que podemos alcançar parecem ter perdido algum relevo face à última derrota.

Mas a minha barba continua aqui rija, ainda não perdemos nada. Que os nossos jogadores e o Benfica mostrem também a sua face mais dura nos compromissos que faltam. Já vi o Benfica em finais europeias, mas nunca vi uma vitória nessas decisões, pode ser amanhã ?

sexta-feira, 3 de maio de 2013

E o melhor ainda está para vir

Vejo o autocarro do Benfica chegar ao Estádio, reconheço aqueles sorrisos, sinto aquele feeling das grandes noites europeias, é hoje! Os jogadores chegam felizes e concentrados, não noto pinga de nervosismo, eles sabem que só dependem deles, sabem que são melhores e que têm hora marcada com um destino Glorioso. Estão tranquilos e só querem que a bola role: vamos lá mostrar aos otomanos quem é o Benfica e como é que se joga à bola!

Oiço o saudoso Van Hooijdonk elogiar o Estádio, o ambiente mas dizer que vai ser difícil e que o Fenerbahçe tem ligeira vantagem. Verdade Pierre, mas hoje, nesta noite, não há hipótese, o Grande Benfica vai atropelar os gajos, dê por onde der.

Começa o jogo. Os turcos cantam e vibram, mal eles sabem o que está para vir...

Minuto 9. Boa jogada colectiva, Lima arranja espaço na direita (Gaitán já abre os braços a pedir o esférico) avança com a bola controlada, olha para a área e vê o pique de Nico. Passe na velocidade certa e Gaitán, de rompante e com a parte exterior do pé esquerdo mete-a lá dentro. 1-0. Eliminatória empatada e 80 minuti molto lunghi...


Já não se ouvem os turcos...parecem ter descido ao Inferno (da Luz). Com 10 minutos de jogo digo para os meus botões: isto é jogo para o Cardozo... O Fenerbahçe apenas soluça no terreno de jogo, só dá Benfica. Apesar do mais difícil estar feito, o Benfica continua contundente, decidido e a jogar bem.

Aparece então o assistente do Sr Lannoy em campo. Não vê um fora de jogo de escândalo que resulta numa penalidade duvidosa contra o Benfica. O toque do braço de Garay é totalmente involuntário, fruto até de um desequilíbrio provocado por um adversário. O lance nem devia ter existido devido ao offside clarinho, mas o critério para aquela mão...é discutível (o João Querido Manha escreveu há uns tempos que a única forma de uniformizar critérios nas penalidades marcadas por mão na bola é marcar todas. Pode ser radical mas quanto mais penso nisso mas tendo a dizer que é a única solução, primeiro porque se retira o ónus da decisão dos árbitros e segundo porque irá forçosamente mudar a abordagem aos lances por parte de todos os atletas). Veremos se a equipa do Sr Lannoy mantém o critério...

Ouvem-se os turcos pela segunda (e última) vez no Estádio da Luz.

Cardozo é o primeiro a dar o sinal aos colegas, ele não se abateu, parece já saber o que vai acontecer, continua confiante e sem pinga de nervosismo pedindo a bola e tentando alvejar a baliza constantemente. Entretanto um defesa turco corta uma bola que vai declaradamente ao seu braço. Involuntária como Garay. Que faz o Sr Lannoy e Cª ? Nada, manda jogar. "Critérios".

Faltam 10 minutos para o intervalo. Cardozo volta a pedir a bola. Recebe-a. Tem 3 turcos consigo. Não faz mal, Cardozo sabe que só precisa chutar. Roda, olha para a baliza, ajeita a bola, desvia as pernas turcas e vê onde a bola vai entrar. Festeja interiormente, ele já viu onde o golo vai entrar. Depois termina o festejo e remata. 2-1. Vai buscar a bola à Eusébio, os festejos já parecem distantes, só falta mais um golo.
 
 
Vamos para intervalo a um golo de Amsterdam. E comaçamos a segunda parte tal como a primeira, em grande estilo e a pressionar fortemente o adversário, o golo adivinha-se a qualquer momento. E quem mais do que o Tacuara para carimbar o passaporte para a final da Liga Europa ? Canto, Luisão (ainda não foi desta o teu golo decisivo Capitão) tenta o remate, a bola sobra para Cardozo e...queriam o quê ? 3-1, Feberbahçe para casa (aproveitem e depenem umas águias enquanto vêm a Final de dia 15, na TV).





Até final voltou a haver um penalty não marcado a nosso favor. Mais uma mão, esta não foi involuntária, cortou um passe de Lima dentro da área, mais clarinha só me lembro da do John Terry, na Luz o ano passado. "Critérios".

Acabou, limpámos os turcos e voltamos a uma final europeia 23 anos depois da mão de Vata (o karma deve ter feito as pazes ontem...). Agora segue-se o Chelsea, Campeão Europeu em título e espinha atravessada para todos nós benfiquistas desde as 2 arbitragens medonhas da época passada. Esperemos que o karma entre em campo e já agora que dê paz a Bélla Guttmann.

Os heróis deste 2 de Maio


ARTUR: sem grande trabalho, puxou pelas bancadas e mostrou-se muito sereno nos últimos minutos
MAXI: é o jogador mais à Benfica do plantel, perder a Final foi a maior tristeza do jogo de ontem, ninguém como Maxi Pereira merecia este ajuste de contas com a História. La ganaremos por ti Maxi!!
LUISÃO: o Capitão nunca se esconde, notava-se que estava decidido a não desperdiçar esta oportunidade e foi sempre incisivo e imponente nas suas intervenções. Luisão é, há muitos anos, o Patrão da nossa defesa
GARAY: o argentino é o seguro de acidentes pessoais da equipa, não é muito espalhafatoso mas raramente falha, ontem - e ainda mais depois do "crime" que lhe fizeram com a penalidade - era dos mais motivados para o 'jogo perfeito' que se exigia
ANDRÉ ALMEIDA: partidazo do miúdo! A lateral...esquerdo!! Parecia dos mais confiantes no início do jogo, aparecia em todo o lado, à frente, ao meio, atrás, impressionante. Grande evolução deste joker que é hoje titular por mérito proprio (e um bocadinho grande do Jesus)
MATIC: ontem chamavam-lhe aranha, na transmissão televisiva. Eu já não sei o que chamar a este gajo. Craque, génio, cérebro, monstro, ídolo, tudo isto é Nemanja Matic. É impressionante como vai "derrubando" adversários a andar, em souplesse, dribla au ralenti, faz passes de 10 e recupera bolas em todo o lado, ao melhor estilo Fernando Redondo. O Benfica joga hoje sem o seu 10 (Pablo Aimar) mas continua a ter um cérebro na sua equipa, só que é o trinco! Chama-se Nemanja Matic o melhor jogador do Campeonato 12/13 e um dos 10 melhores '6' do Mundo
ENZO: Maxi é Maxi, mas El Principito não fica a dever nada a ninguém no departamento de raça. Tem sangue latino e ferve rápido, mas é destes gajos que eu gosto, com carácter, atitude ! Matic tem recolhido os elogios unânimes de toda a gente, mas Enzo El Principito Pérez é um craque todo o terreno. Quando chegou (há 2 anos) escrevi que era a contratação fundamental do nosso esquema (e que equipa teríamos no ano passado com ele....), demorou a comprovar-se, mas aí está o novo ídolo do Glorioso, um argentino com ADN BENFICA
SALVIO: é o maior desequilibrador do plantel, arranca, assiste e faz golos. Mesmo quando está "menos bem" é decisivo, tacticamente está vários furos acima do compatriota Gaitán (por exemplo) e apesar de ser uma das grandes estrelas tem um sentido colectivo muito interessante
GAITÁN: o Nico é o génio em estado puro, selvagem, o gajo que falha 99 mas que numa consegue o impossível. Num dia bom pode destruir qualquer adversário, embalado leva a vertigem do perigo nas botas. Sim, é displicente por vezes e perde várias bolas de forma infantil, mas perde-as porque tenta coisas diferentes, e porque as tenta mais que os outros. Tirar essa liberdade criativa a Nicolás Gaitán e amarrá-lo tacticamente era desperdiçar todo o talento puro do argentino. Tem mais vantagens a oferecer do que debilidades.
LIMA: tem aquelas diagonais entre linhas terríveis para o adversário, mas alia a isso uma potência física que lhe permite segurar muito jogo sem que lhe consigam retirar a bola. É um trabalhador de equipa e mesmo assim farta-se de fazer golos!!
CARDOZO: que dizer do maior goleador estrangeiro da História do Benfica ?? Cardozo precisa de companheiros (e adeptos também) que o entendam. Por vezes parece um corpo estranho, mas raramente a culpa é dele, o gajo é tão bom jogador que ás vezes os colegas esquecem-se das características fisionómicas do paraguaio. Cardozo = Golo. E fá-los aos pontapés, mas não pode fazer um sprint, driblar 2 e rematar em arco, o Cardozo não é esse tipo de jogador, portanto há que potenciar as suas características. E depois é um gajo que raramente se esconde. Para mim, um craque só o é quando também aparece nos grandes momentos, essa é a prova de fogo que distingue os bons dos muito bons. Ajudem o Cardozo, aproveitem o Cardozo que ele depois faz a parte dele: GOLOS, a rodos.


Urreta e Roderick também entraram em campo, mas com pouquíssimo tempo para se destacarem. Mas todo o plantel merece destaque nesta - até agora - fabulosa época, e sobretudo a equipa técnica. Quando Jesus disse que iria ganhar uma competição europeia riram-se, pois bem, quem ri por último ri melhor, agora temos nós a palavra, e de novo em Amsterdam. 15 de Maio é dia!

Obrigado Benfica !!


P.S. - as fotos utilizadas (excepto a identificada) são do user idefi, do fórum serbenfiquista, crédito para ele.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Stadyumda Luz 90 dakika içinde çok uzun...

San Siro. 1ª mão da meia-final da Taça UEFA 1984/1985. O Real Madrid acaba de perder 2-0 em casa do Inter de Milão e vê a Final mais longe. Juan Gómez "Juanito" aproxima-se do defesa Graziano Bini (do Inter) e solta : «90 minuti nel Bernabeu sono molto lunghi..»

O Madrid despachou o Inter com 3-0 na 2ª mão e venceria a Taça UEFA. As palavras de Juanito ficaram famosas e "90 minuti..." é sinónimo de garra e que nada está decidido. Talvez o timing desta recordação não seja o mais correcto (na semana em que o Real Madrid falhou a "remontada"), mas tenho esperança que os 90 minutos de logo mais, na Luz, sejam penosamente longos para os turcos.

Temos nós a palavra. Nós adeptos e jogadores. Dependemos de nós para escrever mais uma página de História. Mas não vai ser fácil... O resultado é "chato" e a equipa não está no seu auge fisicamente, o que equilibra a contenda, porque em condições normais goleávamos este Fenerbahçe.

Confio no espírito e raça do Benfica, que certamente estarão hoje presentes na Catedral, e com sangue, suor e lágrimas chegaremos a nova Final europeia. Hoje não pode haver divisões ou críticas a A, B ou C, hoje é DIA DE BENFICA !!

É cliché dizer-se que os primeiros 15 minutos são muito importantes. Hoje penso que não serão decisivos, porque apenas precisamos de um golo nos 90 minutos (desde que não soframos) para manter viva a eliminatória. Tenho a certeza que faremos golo(s), por isso é fundamental defender bem, porque um golo turco complicaria muito mais a nossa tarefa.

Que seja um jogo à Benfica, que nos honre e que signifique novo regresso aos grandes palcos europeus (onde não vamos desde o Prater, em Viena, frente ao AC Milan).

Força BENFICA ! Rumo a Amsterdam !

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Conferenciando (ZERO TITULI)

Defendo que o Benfica, pelo seu historial, pela sua "genética" e sobretudo pelos valores que nos regem, deve ter uma posição de 'senhorio'. O Benfica é grande demais para andar em guerrilhas e discussões de taberna com idiotas  («nunca discutas com um idiota, ele rebaixa-te ao nível dele e bate-te por experiência própria»).

Para mim é dentro das 4 linhas que respondemos, é jogando melhor que os adversários, marcando mais golos e respeitando sempre os oponentes que o Benfica "fala". Sempre foi assim, um clube honesto e de galhardia, que vencia mais porque era melhor, porque tinha mais raça, querer e ambição.

Mas isto é o futeluso, há muita regra que não se aplica por cá, sobretudo a honestidade e fair-play. E vivemos numa era em que ser honesto é sinónimo de pato, e as massas, quer se queira quer não, vão mais atrás de um soundbyte que de uma postura correcta.

Durante esta época (e à medida que o Benfica mais se aproximava dos seus objectivos) várias foram as tentativas de chamar o Benfica à liça com provocações e "finas ironias". Lembro-me perfeitamente de alguém dizer que aqui, na nossa casa, «só falávamos de árbitros e que só os burros falavam de arbitragem». Lembro-me de alguém dizer, entre sorrisos, que «desconhecia o adversário do Benfica na Champions».

Estas são algumas - poucas ! - das provocações que nos foram fazendo (e nem menciono as da CS ou de "notáveis", referi duas "institucionais"), mas de todos os lados surgiram os "tiros" oportunos, as memórias de Calabote (um mito propagandeado por uma CS suja e sem escrúpulos ou interesse em repôr a verdade) ou o "esgotamento" das equipas de Jesus em Fevereiro (depois era Março...Abril....). A mesma CS que sabendo que os treinadores dos DOIS principais candidatos ao título terminam contrato na mesma data, "massacrou" o Benfica - tentando a todo o custo desestabilizar - com a questão, ignorando olimpicamente "o outro". A Comunicação Social desportiva em Portugal é, e parafraseando Mourinho, feita de prostituição intelectual, manipulação intelectual. A tudo isto o Benfica respondeu com silêncio, ou melhor, responderam Lima, Enzo e Matic, dentro do campo!

A postura institucional do Benfica nesta época desportiva foi imaculada, as palavras gizaram-se sempre dentro do terreno, golo atrás de golo, vitória atrás de vitória. E é assim que deve ser. Mas sem nos tomarem por parvos, porque há limites para tudo.

Até chegar a semana do derby (tinham que se gastar os últimos cartuchos porque há um clube às portas de concluir uma época com zero tituli). Aí venderam 34 pontos de diferença como se não existissem, anunciaram a quebra do Benfica (aquela de Fevereiro...) e colocaram-nos quase às portas do Inferno. Correu-lhes mal. Ficaram a 37 (TRINTA E SETE PONTOS!) e, com dois golaços sofridos, zero oportunidades de golo e um penalty por marcar (sim, só admito o de Maxi sobre Capel) pareciam quase uma equipa de Champions (e sonham eles com Liga Europa...).

E encontraram no Capela o bode expiatório perfeito. Logo o Capela. Pois bem, o Capela é o gajo que no derby da época passada, na Luz, expulsou exageradamente o Oscar Cardozo, é o gajo que tem no currículo o único vermelho directo a Pablo Aimar (que nem falta fez em Olhão) num jogo em que não viu 2 penaltys a nosso favor. E parece que entretanto Capela é benfiquista. Mas recordo ainda outro dado de capela :

«Rui Vitória, lembras-te que o árbitro João Capela, com o resultado a favor do Benfica, por 1-0, marcado por Zambujo, aos 29 minutos, não assinalou o 2.º golo, aos 37 minutos, apesar de Mário Felgueiras, guarda-redes do SCP ter ido buscar a bola dentro da baliza, a do topo dos balneários (a bola chutada da “quina” da grande-área do lado direito do ataque do “Glorioso”, ao segundo poste, até bateu na rede interior do lado da bancada desse campo n.º 2 do Odivelas FC). Era o 2-0, aos 37 minutos! E a sentença definitiva, no jogo e no Campeonato!
Rui Vitória, lembras-te que os juniores futebolistas do “Glorioso” passaram a 2.ª parte a lutar, contra tudo e todos. E tu impávido e sereno, de braços cruzados, no banco do "Glorioso" a fazer de nosso treinador. O Sporting CP nada conseguia. Até que João Capela foi, novamente, obrigado a actuar, expulsando o nosso (do Benfica, tu não contas...) Blaze Berzovacki, aos 68 minutos, após simulação do fiteiro Nani?
Rui Vitória, lembras-te que mesmo assim o João Capela teve de arranjar livres e mais livres para o Sporting CP empatar, aos 80 minutos por Miguel Veloso e depois nos descontos Djaló arrumar com o Benfica perante uma equipa de juniores benfiquistas destroçada e extenuada. E tu impávido e sereno, de braços cruzados. Lembras-te?»
 
O texto é da autoria do grande Alberto Miguéns (pode ser lido aqui) e reporta à temporada 2004/2005, no jogo decisivo, em que Capela (e a passividade de um tal de Rui Vitória) ofereceu o título de juniores aos seus agora-novos-inimigos. Parece brincadeira não é ?? Faz-me lembrar o "ódio" que os mesmos viscondes nutrem por um tal de Lucílio Baptista [ por ele ter assinalado - erradamente - um penalty em seu desfavor - que podia ou não ser convertido - e que deixava o jogo empatado ( empatado!!! não deu vitória!) a quinze (15!!!) minutos do fim, ainda com grandes penalidades por disputar ], árbitro que apitou uns quatro Sporting-Porto (consecutivos) prejudicando sempre o Porto (num desses, do tempo de Mourinho, houve 4 (!) penaltys perdoados ao Sporting.
 
Pois bem, ainda estou à espera que o Carlos Xistra, o Proença e o Benquerença nos venham beneficiar. Está a demorar...mas de certeza que esse dia chegará.
 
Perdido o derby, o país futebolístico incendiou-se e indignou-se. Onde estavam esses invertebrados quando nos "arrumaram" com um escandaloso golo de off-side no último minuto (sem hipótese de responder) ? Os mesmos que branquearam a não expulsão de Djalma (bem anterior à de Emerson) ou a falta flagrante não marcada sobre Witsel que resultaria no golo do empate portista ? É que os erros desse jogo não se resumem ao golo vergonhoso no último minuto, foi tudo muito mau. E escusam de recordar as mãos de Cardozo para equilibrar a contenda porque o paraguaio nem vê a bola, é esta que o procura. Curiosamente, o senhor Proença, marcou um penalty em Braga contra nós (Emerson de costas) inexistente e não viu uma bárbara cotovelada de Djamal a Gaitán (ou melhor, viu, mas deu....amarelo) e um agarrão gigantesco a Luisão na área. Tudo no mesmo Campeonato - e para recordar aos viscondes da treta - em que Artur Soares Dias não marca 2 penaltys óbvios (sobre Gaitán e Luisão) e apita um sopro de Luisão sobre Wolfswinkel. Nesse dia refugiaram-se no melhor futebol leonino (que basicamente jogaram 90 minutos na retranca e aproveitando contra-ataques, à equipa pequena portanto) e nas oportunidades falhadas. A mesma CS vibrou então com o Sporting de Sá Pinto, essa equipa com....zero tituli.
 
Mas o mais engraçado desta recente campanha é que ninguém queria saber do Sporting nesta luta, eles foram apenas o idiota útil, a agenda da campanha visava defender os superiores interesses do Porto. Primeiro condicionando fortemente o árbitro do seguinte jogo do Benfica (difícil deslocação aos Barreiros pós-jogo europeu). Falou-se de 1001 coisas, da preferência clubística do homem (ó seus vendidos, porque não referem semanalmente que o Jorge Sousa fundou o núcleo dos superdragões de Lordelo ?? porque não referem vocês que o Benquerença é genro do Garrido - essa figura nefasta a soldo da corrupção - ou que o Xistra é sportinguista de berço e coração ?? ou até que Pedro Proença foi atleta do Sporting ? e que Artur Soares Dias é filho de quem ?) e depois, o "benfiquista" Manuel Mota faz uma arbitragem de nível e erra inclusivamente a favor do Marítimo (penalty gritante sobre Cardozo aos 92'.
 
E que teria acontecido se, ao invés do nosso silêncio, tivessemos incendiado ainda mais os ânimos para a partida da Madeira ? Isso era o que eles queriam, transportar os níveis de ansiedade dos jogadores do Benfica e do próprio árbitro, para níveis estratosféricos. Vieira fez uma curta declaração apontando o dedo a quem de direito e referindo que estamos nesta situação por mérito próprio. Citando o Hugo do religiaonacional: «Se tivesse ficado completamente calado abriria espaço a que o árbitro se sentisse desamparado e forçado a compensar o Porto».
 
Pois bem, o Benfica deu a bofetada de luva branca dentro do terreno de jogo (outra vez) vencendo um difícil Marítimo e encomendando as faixas do 33º. Contra tudo e contra todos.
 
Feito o mais importante o Benfica decidiu falar publicamente. E fê-lo no timing perfeito. Porque já havia respondido dentro de campo e segundo porque foi a altura de dizer basta à prostituição intelectual, aos delinquentes da pena que tudo tentam para branquear crimes e menorizar créditos. E é aqui que entra o Director de Comunicação João Gariel. Não foi o Presidente, não foi o Treinador, foi a pessoa correcta! Se a equipa mostrou estofo e classe dentro de campo, JG esbanjou assertividade e tiros certeiros. E disparou para toda a merda que deve estar com os cornos na palha de frustração pela sensacional época do Benfica. Primeiro o papa negro, o que perdeu a ironia de repente, depois os critérios "editoriais" do jornalista-OMO e ainda teve tempo para reduzir os adeptos do Machadês à brejeirice de uma graçola.
 
Qual Clint Eastwood, João Gabriel chegou, disparou e venceu. Fê-lo de forma pungente e sem espaço para perguntas de retórica ou últimos suspiros do falecido, foi implacável e não teve misericórdia. Não podia ter a acidez da Conferência de Mourinho e os zero tituli (até porque o Benfica ainda tem muito para ganhar) mas ficou lá perto. Esperemos que até final as Conferências de Imprensa tenham uma Taça ao lado dos microfones e uns enormes sorrisos pelo Universo Benfiquista.