sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

BayArena, 14 de Fevereiro de 2013

Na Arena de Leverkusen (título apropriado) os nossos jogadores foram verdadeiros gladiadores. Munidos de uma solidariedade e disponibilidade insuperáveis, arregaçaram as mangas na neve da Alemanha e voltaram a silenciar os alemães.

Como havia escrito no post A Retoma na Alemanha, o Benfica apresentou-se com Gaitán e Cardozo (que foram mesmo a chave desta partida) e não defraudou as expectativas optimistas (como a minha). Cardozo fez um remate à baliza, teve uma única chance de golo, resultado ? Golaço à Messi e segunda vitória em terras germânicas no nosso historial (a primeira havia sido em Estugarda - 0-2 - também com Jesus e golos de Salvio e Gaitán).

Mas este regresso a Leverkusen esteve longe de ser simples ou fácil, houve muito trabalho táctico e físico. Começou por Jesus (que voltou a dar um banho táctico ao seu opositor) que, ao recuar os nossos alas (Urreta e John) em transição defensiva, tapou os caminhos da nossa baliza a um Leverkusen desesperado por furar aquela "muralha".

Depois a equipa que entrou muito personalizada e concentrada, nunca acusando qualquer pressão ou sufoco (reparem nos primeiros segundos do desafio, quando André Gomes recebe um passe e é imediatamente pressionado por dois alemães, sem temor, o miúdo dribla-os calmamente e entrega a bola jogável). O Leverkusen, jogando em casa, não teve um início forte ou demolidor porque o Benfica não permitiu, jogou de cabeça levantada e nunca se intimidou.

Com os primeiros esboços ofensivos começava a evidenciar-se que podíamos marcar. Um Matic soberbo (outra vez!) mexia os cordelinhos do nosso processo ofensivo e Urreta/Ola John prometiam ser mortíferos no contra-ataque. Até ao intervalo houve boas oportunidades de ambas as equipas, mas a sensação que ficava no final da primeira parte é que só o Benfica tinha cumprido o seu plano de jogo, os alemães terão-se sentido impotentes perante a nossa estratégia de jogo.

No segundo tempo apareceu Óscar Cardozo. Quando Gaitán simula o remate e deixa a redondinha seguir para os pés do paraguaio, Cardozo cheirou o golo, quando este driblou o penúltimo alemão sentiu o golo, e quando finalmente deu o toque subtil perante Leno, há muito tinha visto a bola beijar as redes. Os matadores são assim, vêem o golo segundos antes deste acontecer.

Os portugueses presentes nas bancadas explodiram de alegria e trataram de cravar a lança portuguesa em território alemão. E içada a bandeira do orgulho, aí ficou imponente e vaidosa até final da partida.

Houve também Artur Moraes (outro dos réus da Choupana), concentrado e ágil, voltou a exibir-se em bom nível. E ainda Melgarejo. Quem criticou veementemente o seu auto-golo frente ao Braga (1ª jornada do Campeonato) não se deve ter apercebido também da dificuldade do seu corte nos segundos finais do desafio. Se no primeiro caso Melgarejo antecipou o seu adversário (Alan, que não venceu um único duelo individual com o paraguaio nessa partida) e efectuou o corte (que fruto de uma tremenda infelicidade acabou na nossa baliza), na Alemanha ele faz um cabeceamento de grande dificuldade: porque a bola está já no seu percurso descendente (em vez de ser preciso uma impulsão para chegar à bola - gesto mais simples - foi necessário sim impulsionar a bola sem esse mesmo salto) pertíssimo da trave e da linha final. Com notável sentido posicional e com o gesto técnico adequado, Melgarejo teve o mesmo impacto que um golo. A cara de felicidade do paraguaio - prostrado nas redes - e as felicitações dos seus colegas ficam como uma das imagens da partida, o Benfica vencia!

A moral do balneário estará nesta altura em alta. Depois dos incidentes da Choupana, a Alemanha foi a retoma perfeita. Seguem-se 3 jogos consecutivos na Luz, no ninho da águia, com essas 3 vitórias o Benfica abordará - a 27 de Fevereiro, em Braga - a segunda meia-final desta época num fantástico momento desportivo.

A retoma começou ontem, a vitória na BayArena terá sido um dos episódios chave no desenrolar da época 12/13. E como se viu (e ouviu!!) ontem, quando todos os adeptos remam para o mesmo lado, apoiando incondicionalmente todos os elementos do Sport Lisboa e Benfica é tudo bem mais simples. E não há mesmo impossíveis para este Benfica!

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