quinta-feira, 7 de março de 2013

Da Pedra À Liderança

Quando o Beira-Mar terminou o seu jogo em Setúbal (sábado), o Benfica entraria em campo duas vezes antes de ambas as equipas se defrontarem em Aveiro. O Benfica recebeu e "despachou" o Paços de Ferreira com 3 golos sem resposta e depois deslocou-se à Pedreira.

Meia-final da Taça da Liga, em casa de um Braga que via esta competição como a derradeira oportunidade de conquistar um título (desde a Intertoto de 08/09). Se por norma jogar em Braga nos dias de hoje é tremendamente difícil, nestas condições e com a exigente série de jogos do Benfica, mais complicado se tornava.

Várias alterações no nosso 11 não nos retiraram competitividade (a maior surpresa terá sido mesmo a titularidade de Roderick a..."trinco"). Logo no início da partida, um contra-ataque fulminante do Benfica terminou - com grande estrondo - na barra da baliza bracarense. Rodrigo foi o autor dessa jogada e remate. Quando vi Cardozo e Martins isolados, ao lado de Rodrigo, nessa jogada, tive um déjà-vu de Nou Camp, quando o prodígio brasileiro falhou um lance similar quando tinha Nolito isolado ao seu lado.

O Braga equilibrou a luta e de realçar apenas uma oportunidade (com 3 remates) superiormente negada por Artur e um offside escandalosamente marcado a Urreta (com grande probabilidade de fazer golo).

No segundo tempo, com Aimar e Martins, a nossa posse de bola melhorou e houve mais critério no passe. Pelo menos até à área adversária, onde várias vezes faltou uma tomada de decisão adequada para "acabar com o jogo" e a eliminatória. Adivinhava-se o golo benfiquista e o Braga recuava cada vez mais. Numa dessas investidas, Gaitán foi mesmo derrubado dentro da área. Faltavam 10 minutos para o fim da partida. O árbitro Marco Ferreira - que, sejamos justos, tem feito boas arbitragens - fechou os olhos e cedeu canto. Fica a sensação de o jogo terminar como começou, com um Benfica "em cima" do adversário. Talvez no prolongamento a nossa vitória se materializasse.

Curiosamente o Benfica termina a partida fisicamente mais forte que o Braga (que tinha mais 24h de descanso e um calendário bem mais leve) e tanto Roderick (que andou perdido nalguns momentos, tendo sido inclusivé amarelado) como Martins e Aimar foram mais que suficientes para se superiorizar ao meio-campo adversário. Tal como no jogo frente ao Paços, fica a sensação que o nosso centro do terreno joga melhor com Martins e/ou Aimar. Os passes de ruptura são mais frequentes e o carrocel do meio-campo tem outra nota artística.

Era Taça da Liga e não havia prolongamento. Seguiram-se os pontapés da marca de grande penalidade. Artur fez uma assombrosa defesa no primeiro penalty e deu vantagem ao Benfica, o mais complicado parecia feito. Luisão, Roderick e Gaitán trataram de desfazer esse sonho falhando as suas penalidades. A 5ª vitória na Taça da Liga ficava afastada, numa competição onde contabilizamos uma única derrota em 6 edições (31 de Outubro de 2007, 2-1 em Setúbal).

Seguiu-se o Beira-Mar em Aveiro, para aquela que é a competição prioritária: o Campeonato Nacional. Num estádio vestido de vermelho, o Benfica entrou forte e aos 30 segundos Lima desperdiçava um golo feito com um gesto técnico deficiente. A bola não estava alta demais nem baixa demais, Lima tinha tudo para fazer golo (e nem precisava de fazer um chapéu..) mas rematou mal e perdeu-se ali uma flagrante ocasião.

Os primeiros 15 minutos foram de boa qualidade e culminaram com o golo de Cardozo (numa penalidade tão indiscutível como ridículas foram as discussões de quem a questionou). Daí para a frente o Beira-Mar agigantou-se e num misto de entrega e sacrifício chegava ao intervalo com mais ataques, mais posse e mais remates que o Benfica.

No segundo o tempo, esta ideia não se alterou muito e apesar de duas boas ocasiões (remate de Lima e falhanço de Cardozo na pequena área!!) desperdiçadas, o Beira-Mar criou muitos problemas e demonstrou que dificilmente descerá de divisão (é último classificado actualmente).

Neste jogos (como noutros desta época) vimos pouca nota artística e um Jesus mais pragmático. Ele parece ter aprendido como é difícil ser-se campeão no futebol português e que o espectáculo em forma de golos não garante, por si só, o escudo nas camisolas encarnadas.

O jogo de Braga foi o terceiro (primeiro a nível nacional) desta época em que o Benfica não marcou (depois do duplo duelo com o Barcelona) mas a verdade é que nesta época, o Benfica apenas contabiliza 2 derrotas: Spartak e Barcelona.

Espera-se que as derrotas europeias tenham terminado por aí (o Bordéus é já a seguir) e que as derrotas a nível doméstico sejam mesmo algo desconhecido neste final de época.

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