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quinta-feira, 15 de maio de 2014

*Schadenfreude ou 'A Final dos Penaltys'

São 11 contra 11 e n'A final perde o Benfica ? Guttman ? Não, eu acho é que a UEFA tem Brych e precisa ser sulfatada. Podia começar pelos inexcedíveis adeptos benfiquistas, pelo esforço do Sulejmani ou até pelas lágrimas de Jesus que nunca pareceram tão perto de inundar a sua face. Mas tudo isso era ignorar o "elefante na sala".

Quando numa final, num só jogo, nos são negados TRÊS penaltys, ignoram-se DUAS expulsões ao adversário e para desplante, se defendem grandes penalidades na marca da pequena área (!!!!!)...tudo tem um limite. Não há maldição húngara que seja para aqui chamada...(quanto muito alemã).

E parece mal começar na arbitragem quando o Benfica é e foi muito melhor que o Sevilla, mas foram demasiados erros, demasiado grosseiros e TODOS a prejudicar o mesmo clube (hoje ainda ouvi um artista vociferar que o 1º lance errado é uma falta do Luisão sobre o Bacca, disse-lhe que não lhe ponso ensinar futebol se ele vê ali alguma falta, mas expliquei-lhe a lei do fora de jogo...): o Benfica, claro.

45' da 1ª parte, Gaitán isola-se, protege a bola com o corpo entre ela e o adversário, impedindo-o de a poder disputar, o central Fazio, desesperado, tenta efectuar o corte - impossível sem tocar em Gaitán - de carrinho e alcança a bola. Só que antes do seu pé tocar no esférico dá pelo menos duas pancadas na perna esquerda de Gaitán, primeiro suave e depois forte porque já tem a perna completamente tensa e em extensão, que irá desequilibrar o camisola 20 do Benfica, uma blatant foul. Gaitán, bem dentro da área, e só com Beto pela frente preparava-se para rematar com o pé esquerdo, esse mesmo que é derrubado e impedido de o fazer. Penalty e vermelho directo (Fazio já tinha amarelo também). Iniciar a 2ª parte com mais um jogador e a vencer 1-0 era equivalente a ter uma mão e meia na Taça...

Na segunda parte há mais dois penaltys, o de Alberto Moreno (a pouco mais de 2 metros do árbitro "auxiliar" é tão evidente quanto a estupidez do andaluz. Surpreendido pela rapidez de Lima, Moreno vai ao solo e não só não toca no esférico como derruba o brasileiro. Reparem na cara de pânico de Moreno no instante a seguir dirigindo-se ao tal "auxiliar" que viu tudo. Moreno já tinha amarelo (numa sapatada que "arrumou" com Sulejmani), era o segundo e expulsão. E penalty claro!

Ainda houve uma mão óbvia de Carriço dentro da área e frente ao Brych que estava perto e não tinha ninguém a tapar-lhe a visão. Este lance até podia dar de barato, porque o jogador do Sevilla vira a cara à bola, mas o problema é que ele estica o braço, aumenta a volumetria do corpo, logo... Porque não basta alegar que não se vê a bola, o braço não pode estar naquela posição.

Chrgámos aqui com duas expulsões e três penalidades perdoadas. Num só jogo não é pouco, é um abuso, uma enormidade que não se pode branquear. Embora Portugal e a CS tenha demonstrado hoje a corja de sabujos que são. Não há uma única menção nas capas dos desportivos (o Record tem o desplante de analisar o árbitro com «uma grande penalidade não assinalada e pouco mais»; num jogo de 0-0 bastava UMA penalidade não marcada para ter influência directa no resultado e entrar para o quadro negro da "Liga da verdade Record", certo ? Cambada de hipócritas e carneiros) portugueses, o que causou espanto até em Espanha!!

https://www.youtube.com/watch?v=3XRkkMl-r_M

O vídeo é longo mas vale mesmo a pena. Mesmo que tenham dificuldades em entender castelhano vejam. O ex-árbitro Iturralde Gonzalez (basco, dos mais conceituados em Espanha) analisa na perfeição todos os lances (com opinião unãnime entre os "comentadores" do programa, incluindo um envergonhado Cristobal Soria, sevillista dos pés à cabeça).

O espanto dos espanhóis perante a ausência de crítica arbitral nos sites portugueses aumenta quando a hashtag #RoboAlBenfica fez furor (trending topic) durante grande parte da noite de ontem em Espanha. E nem se esqueceram das grandes penalidades de Beto e dos seus três passos para a frente antes do remate de Cardozo. Um espanhol dizia mesmo que havia sido o maior roubo desde o escândalo de Stamford Bridge (Chelsea-Barcelona).

E os portugueses quê ? Caladinhos que nem ratos. Incluindo alguns benfiquistas.

Há um artigo muito interessante de Paul Gardner , jornalista que "só" acompanhou 8 Campeonatos do Mundo, e ele é peremptório em dizer que o Beto cheated. Quem quiser ler, fica aqui o artigo:

http://www.socceramerica.com/article/58069/brazen-goalkeeper-cheating-helps-sevilla-win-europ.HTML


Mas no momento das penalidades, a minha frustração já se tinha apoderado de mim. Quem desperdiça tantas tão claras oportunidades de golo...e permite que um Sevilla à beira de um ataque de nervos chegue aos penaltys... Aí o momentum vira, os jogadores do Benfica, que estavam por cima dentro do terreno perdem esse ascendente porque nos penaltys partem em pé de igualdade. E os de Sevilla que estavam praticamente entregues ganham um alento suplementar e voltam a entrar na discussão. Sem os penaltys, o Sevilla tinha ganho e o Benfica tinha perdido. E isso estava no subconsciente de todos os jogadores, os do Benfica e os do Sevilla.

Depois...bem, depois aconteceu o que se previa, os nossos perderam assertividade e deixaram-se sucumbir ao peso dos 120 minutos anteriores, onde podiam e deviam ter acabado com aquilo. Mas claro que não se pode menorizar o factor-Beto, que defende ilegalmente duas penalidades. O que torna ainda mais bizarra essa ilegalidade é termos 6 olhos para dois jogadores (4 desses olhos estão inclusive na linha de golo) e estes observarem Beto na linha de pequena área e não fazerem nada. Como escreve Paul Gardner, na primeira tentativa - que devia ser repetida - Beto tem que ver amarelo e ser avisado que se voltar a fazer o mesmo será expulso e terá que ser outro jogador do Sevilla (dos 10 que terminaram o encontro) a defender as restantes penalidades (incluindo uma eventual segunda repetição aquando da sua expulsão).

Afinal parece que as leis existem e estão bem feitas, não há é quem as faça cumprir, portanto Monsieur Platini, isto está longe de estar perfeito devido ao nível patético de 80% dos chamados árbitros de elite.

É triste perder assim, derrotados injustamente pela enésima vez, melhores que o adversário pela enésima vez e não trazer a Taça quando não perdemos um único jogo...

Nas finais, já o havia dito, só duas vezes fomos favoritos: frente ao AC Milan e ontem frente ao Sevilla. Naquelas em que não éramos favoritos também houve sempre histórias rocambolescas. Que me lembre assim de repente:

.com o AC Milan em '63 "arrumaram" com o Coluna ainda cedo, mas como não havia substituições....jogou limitado e em sofrimento o jogo todo;

.em '65 frente ao Inter (no seu Estádio) e depois de um frango monumental, Costa Pereira fica de tal forma afectado que não pode continuar em jogo e vai Germano (central) para o seu lugar, ficando a jogar com 10;

.em '68, na final de Wembley frente ao Manchester United, Eusébio, sozinho, falha um golo feito aos 90' com o resultado em 1-1. Eusébio que nunca falhava...permitiu que se chegasse ao prolongamento e depois...o resto é história;

.em '88, a final de Estugarda frente ao PSV ficou célebre pelas constantes quedas dos jogadores benfiquistas (as meias novas e a goma) e pelo penalty falhado do Veloso. Face à tensão daquelas penalidades e porque ninguém se chegava à frente, o capitão Veloso foi líder e pegou na bola, infelizmente Van Breukelen defendeu;

.em '90, de novo frente ao AC Milan, no Estádio do Prater em Viena, de nada valeu que o Rei Eusébio tenha ido rezar à campa de Béla Guttman no cemitério judio da cidade. O Benfica perdeu 1-0 com outra curiosidade no golo de Rijkaard: no momento em que domina a bola, Hernâni está lado a lado com ele, ouve-se um apito, Hernâni para...Rijkaard continua, isola-se e ...golo;


Tacticamente o Benfica (sem três craques - Enzo, Markovic e Salvio - também eles injustamente afastados) esteve irrepreensível na forma como defendeu (gigantesco Luisão e sublime Garay) mas foi muito - demasiado! - perdulário no ataque. Ocasiões flagrantes foram quase meia dúzia (Maxi, Rodrigo, Lima, Garay).

Se não bastassem as ausências (Fejsa e Sílvio são outros 2 prováveis titulares de fora) ainda ficámos sem Sulejmani aos 12 minutos. Na altura pensei em Cavaleiro (até teria apostado nele a titular em vez do sérvio, embora o Suki tenha sido dos melhores em campo naqueles escassos minutos que o deixaram jogar antes de ser abalroado violentamente), mas JJ definitivamente não deve estar convencindo ainda.

De qualquer forma entrou o sempre competente André Almeida e Maxi passou a extremo direito. Maxi que terá sido senão o melhor em campo, um dos melhores. Repito aquilo que já disse centenas de vezes: no dia em que o Benfica tiver 11 Maxis....seremos invencíveis.

A verdade é que a lesão e a demora na substituição de Sulejmani desorientaram um pouco a equipa que demorou a voltar a concentrar-se no jogo. E depois o Maxi estava demasiado atrás, para um médio. Quando começou a posicionar-se uns metros mais acima...começou a aparecer no jogo e o Benfica ficou dono definitivamente da partida.

Daí até final não mais perdemos o controlo do jogo, mas o golo não surgia...que fazer ? Cardozo era a opção de ataque mas Lima e Rodrigo estavam melhor que Gomes (capaz do melhor e do pior, não se admite nem no Benfica B, a quantidade surreal e consecutiva de bolas perdidas no momento chave de início de transição ofensiva) e Gaitán, exaustos e pouco esclarecidos.

Eu teria colocado Cavaleiro antes de Cardozo, ou para refrescar Gaitán ou tirando o desastrado André Gomes: ficávamos com Gaitán, Amorim, Almeida, Cavaleiro. A única explicação que encontro para sair Gaitán e não Gomes é pela condição física do argentino ser ainda mais precária que a do português. Mas JJ não meteu Cavaleiro, meteu Cardozo (que teve zero oportunidades de golo) apostando num futebol mais directo que nunca apareceu.

Parece-me a mim que Cardozo se tornou num estigma para JJ, coloca-o no terreno para lhe agradar a ele Óscar, mas pouca ajuda a equipa. Para cúmulo Cardozo haveria de falhar uma penalidade (sou só eu que quando vejo Cardozo com paradinhas...tenho mau feeling ?) na primeira irregularidade de Beto. Se o Cardozo não está em condições não devia jogar, se está....então a sua forma roça o horrível.

O ano passado disse que o Karma nos devia muito, hoje acho que a Europa nos deve uma imensidão. Mas esta final dói muito por várias razões. Porque teríamos reescrito a História, passando de zero títulos para o pleno de forma avassaladora; porque este grupo, a esmagadora maioria, viveu o inferno de Maio último; porque este grupo, quase que de certeza que vai desaparecer nas vendas que se anunciam; e porque o nosso favoritismo torna a derrota ainda mais inconsolável.


P.S. - houve um vírus qualquer ontem em Portugal que "apagou" da blogosfera os blogs afectos ao Porto.

P.P.S. - numa outra notícia não relacionada, germinou um vírus sevillano de blogs adeptos dos andaluzes mas com tons azuis ao invés do característico vermelho e branco dos espanhóis. Estranho.

P.P.P.S. - estava muita gente à espera da noite de ontem para saírem da fossa a que se viram remetidos a época toda (alguns pseudo-benfiquistas também) e regozijarem com a tristeza do Maior, a esses: Continuem! A vossa pequenez e espírito tacanho só nos engrandecem! Vemo-nos no domingo no Jamor, tragam os cachecóis do Sevilla. 







*sentimento de alegria ou satisfação perante o dano ou infortúnio de um terceiro.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

14 de Maio...

...de 1994:



Uma data inesquecível, a de 14 de Maio de 1994, para todos os benfiquistas. É, para mim, o mais fabuloso jogo que vi do nosso Benfica, de tantas e tantas tardes e noites de glória, o "3-6" é ainda o topo da minha vida benfiquista.

Pela importância do jogo (numa altura em que a vitória valia 2 pontos, o Benfica visitava Alvalade com um curto pontinho de vantagem, e surgia numa forma anímica diametralmente oposta ao Sporting, que desde 82 nunca estivera tão próximo de ser Campeão. O Benfica desperdiçara a sua vantagem com alguns maus jogos antes da visita ao rival da segunda circular, que por esta altura apresentava uma equipa fabulosa: Balakov, Figo, Paulo Sousa e companhia. Aliás, o favorito para este jogo era o Sporting, o Benfica parecia condenado à derrota numa conjectura "complicada": por exemplo, Abel Xavier - lateral direito até aí - foi trinco e Rui Costa nem sequer foi titular, isto depois do "afastamento" dos russos Yuran & Kulkov);

Pelo tira-teimas definitivo entre dois rivais que tinham incendiado o último defeso (o "Verão Quente" de '93, onde o Sporting "roubou" Paulo Sousa e Pacheco e tentou ainda levar JVP, Rui Costa e Isaías. Um Verão onde o Sporting se aproveitou das nossas inúmeras dificuldades financeiras para tentar degolar o Glorioso e troçar disso mesmo: nunca esqueço a frase deles - e de Sousa Cintra - referindo que a estátua de Eusébio estava com a mão estendida...para pedir esmola).

Pela exibição descomunal dos nossos jogadores (sobretudo João Vieira Pinto, que nesse dia subiu ao Olimpo benfiquista, tendo recebido pela primeira vez a nota máxima - 10 - do jornal A Bola )

Pelas dificuldades encontradas e ultrapassadas sem nunca virar a cara à luta (o Benfica entra num ambiente hostil, começa a perder 1-0, empata, volta a ficar em desvantagem e torna a empatar 2-2. Ainda antes do intervalo "vira" para 2-3 e não mais perdeu a liderança no jogo. Uma das muitas imagens iconográficas desse jogo - que gravei no velhinho VHS e devo ter revisto centenas de vezes - é da cara de Carlos Mozer no início, na apresentação das equipas. A face fechada e concentrada do Lobo Mau pode indicar pouco mas significava tudo: o Benfica estava ali para lutar e ganhar!)



Portanto é fácil perceber o que é que a efeméride de 14 de Maio representa para todos nós, sobretudo para aqueles que seguiram de perto aquela época, ou aquelas épocas de 92/93 e 93/94.



20 anos depois vamos viver um novo '14 de Maio', esperamos nós, com um desfecho semelhante. E se não atingirmos a mesma brilhantez ou resultado largo, que consigamos, também hoje, sorrir com a vitória (na) Final.

Eu nunca vi o Benfica vencer uma prova europeia mas sei que vou ver antes de morrer, se possível mais que uma e se possível, que hoje seja a primeira!


E PLURIBUS UNUM

terça-feira, 13 de maio de 2014

Porque o Benfica só existe para lutar e VENCER

Há quase um ano, a 15 de Maio de 2013, escrevi isto:

«Se o karma não estiver a dormir tem uma dívida gigante connosco. Só não digo impagável porque sou do Benfica, e o Benfica é um ideal, é místico e triunfará, mas hoje por hoje é a única coisa boa em que acredito.

Podem matar sonhos, ser injustos e cruéis, mas o Benfica nunca acabará, de cada vez que tombar voltará a erguer-se, e todas as vezes que nos tentarem derrubar serão sempre poucas, porque nunca deixaremos de lutar por mais. Mesmo que sejam derrotas.

O nosso lema é sermos únicos, de todos, o melhor, e é por esse ideal que sobreviveremos a todas as derrotas possíveis e imaginárias, porque o Benfica só existe para lutar e VENCER.»


Ainda haveria outra derrota (no Jamor) mas já sem o impacto brutal do que havia acontecido antes. De então para cá, o Karma parece ter seguido o seu curso normal, e digo parece, porque faltam vencer 2 jogos. Importantes e inéditos. Amanhã por esta hora podemos ter a 1ª Liga Europa (ou Taça UEFA, afinal de contas ainda se lê Coupe UEFA no caneco) e no Domingo podemos ser o 1º clube português a vencer Campeonato + TL + TP.

Amanhã emergirá um herói de Turim, porque acho que o jogo não é de goleadas e que será muito difícil, acho que um jogador pode ficar para sempre conhecido como O Herói de Turim. Ou pelo menos é essa a minha convicção.

Nunca como nesta altura a maldição de Béla Guttman esteve tão próxima de acabar (reza a lenda que o feiticeiro húngaro terá dito «sem mim nem daqui a 100 anos uma equipa portuguesa será bicampeã europeia e o Benfica jamais ganhará uma Taça dos Campeões»). E nem o digo pela sua novel estátua inaugurada esta época na Luz (trazendo assim o mago húngaro de volta ao Benfica) e que tem uma das mais fantásticas declarações de Guttman:


Só quem está aqui dentro, no Benfica, é que pode saber o que é a Mística. Não há nenhum clube no Mundo com a Mística igual à do Benfica.





Portanto acho que estamos perto de vencer porque desta vez o Benfica é favorito à conquista, e exceptuando 63 (a terceira final consecutiva da Liga dos Campeões), onde éramos favoritos (bicampeões europeus em título) frente ao Milan, em todas as outras 8 finais fomos o underdog. Desta feita, à 10ª final europeia, voltamos a ser nós os favoritos. Temos melhores jogadores que o Sevilla, temos melhor equipa e um palmarés riquíssimo (embora eles já tenham 2 UEFAS...e nunca perderam finais europeias).

Mas isso conta pouco ou nada. Somos favoritos nas casas de apostas porque chegamos mais fortes à final, mas é preciso jogá-la e vencê-la. Se o facto de Guttman estar de volta a casa ajudar...não vem mal nenhum ao Mundo..benfiquista.

Falta-nos o Salvio. Falta-nos o Markovic. Falta-nos sobretudo o Enzo. 3 jogadores incompreensivelmente afastados da grande final de amanhã por um Clattenburg sem classe nem pedigree. Mas temos o Guttman. Temos o Gaitán. Temos o Jesus. Enfim, temos o Sport Lisboa e Benfica em campo! E isso é TUDO o que importa!

E haverá história mais bonita que a que estamos a escrever este ano ? Ainda por cima quando o jogo acontece num 14 de Maio....



sexta-feira, 2 de maio de 2014

O(s) herói(s) de Turim

O herói de Turim devia ter sido o senhor Clattenburg...mas o Karma não deixa, este grupo do Benfica é único, e escreveu, hoje definitivamente, o seu nome na História Gloriosa do Clube. Contra todos. Contra tudo. Mas fê-lo com sangue, suor e lágrimas, à Campeão! Fê-lo de uma forma que perdurará por muitos anos, tal foi a raça e o espírito de sacrifício de TODOS.

Há dois jogos - que vi em directo - que para mim são as 2 exibições mais míticas que vi do nosso clube. O 4-4 de Leverkusen e o 3-6 de Alvalade. Ambos jogos fora de casa, ambos com circunstâncias difíceis mas a terminarem como os mais belos exemplos do que é o Sport Lisboa e Benfica. Curiosamente são ambos de 1994.

Também houve o 1-3 em Highbury frente ao Arsenal campeão de Inglaterra (na 1ª edição da Liga dos Campeões) ou o 1-0 frente ao Marselha (o jogo da mão de Vata). Mas ainda assim, acho os jogos de 94 mais empolgantes, mais místicos até.

O que se passou hoje em Turim entra para a gala restrita das memoráveis exibições do Benfica. Pelo menos na "minha" galeria particular.

Nas primeiras memórias que tenho do futebol internacional, "aprendi" a olhar para a Itália e os clubes italianos como o vilão da história. Raramente corria bem. Jogávamos, encostávamos os gajos (caceteiros, ultra-defensivos - afinal o catenaccio era Rei - e horrivelmente cínicos) mas no final passavam eles. Juventus, Milan, Parma, Fiorentina, até o Inter já numa fase mais próxima (com Camacho) eliminaram-nos sempre com a mesma sensação: fomos melhores, nós é que merecíamos passar.

Mas a verdade é que os italianos dominavam as competições europeias e defrontá-los era, inevitavelmente, sinal de eliminação. Até a nossa Selecção batia contra esse "muro" italiano sem apelo nem agravo.

O poderio italiano, daí para cá, foi-se diluindo, e com ele a minha aversão aos seus clubes. Portanto encarei esta eliminatória com a Juventus com a confiança redobrada, afinal de contas...to be the best you have to beat the best. E o Benfica, feliz ou infelizmente, nos seus percursos europeus, raramente tem "pêras doces" como adversário. A Juventus, favorita à conquista desta LE, era apenas mais um dos grandes obstáculos que sempre encontramos. É contra a Juventus ? Contra a Juventus será!

Começámos esta 2ª mão no Juventus Stadium com muita personalidade, tal como tínhamos feito no Dragão no último Domingo, os 15 primeiros minutos foram nossos e deixámos os gajos (e os seus quase 40.000 adeptos) em sentido. Essa entrada, por curta que tenha seja, mostrou que não estávamos afectados e muito menos inferiorizados face à pouca vergonha que antecedeu este jogo.

E passo a explicar. A velha senhora teve o desplante de se queixar à UEFA dum lance de Enzo Pérez, que depois de sofrer falta esticou o braço - sem sequer olhar para trás - atingindo Chiellini. Tenho alguma dificuldade em ver uma agressão ali, não tive nenhuma em ver a falta grosseira do italiano. Não considerei agressão, muito menos vi intencionalidade do Enzo, mas no limite admitiria um amarelo para o argentino e, muito importante, a falta do jogador da Juventus nesse lance.

Mas Platini é um dos fortes opositores à intervenção tecnológica no futebol, pelo que ficaria muito surpreendido se, as instâncias da UEFA - recorrendo a imagens televisivas - castigassem o nosso jogador. Foi o que aconteceu, Em 5 minutos o caso foi arquivado. Mas a queixa, o mote Juventino estava dado.

O que acho mais inacreditável - deplorável, se for verdade - é a história que essa queixa da Juventus terá sido uma espécie de represália perante a faixa que os Diabos Vermelhos (com enorme classe!) exibiram homenageando o Grande Torino de 1949, vitimado na tragédia de Superga. O gesto de homenagem dos benfiquistas aos enormes jogadores (que perderam a vida) do Toro, grande rival da Juventus na cidade de Turim, foi mal visto pela vecchia signora ?? Importam-se de explicar ?? Inenarrável a atitude, a ser verdade, e a baixeza para com as vítimas de Superga. Mais uma vez, O Karma não dorme...

Portanto, depois dessa tentativa de condicionar um jogo só demonstrou que a Juventus, depois da Luz, tinha paura, muito medinho. O que é legítimo, mas muito surpreendente depois de dizerem isto:

Jogaremos a final com uma equipa espanhola. - Fernando Llorente, 11 de Abril de 2014
Benfica ? Sinto muito por eles. - Andrea Pirlo, 12 de Abril de 2014

Correu mal. Desta feita não deu para combinar os jogos não é Conte ?

Mas tentaram. O senhor Clattenburg tem uma exibição demasiado estranha. No início da segunda parte, ao regressar ao banco vi o JJ fazer uma graçola com o 4º árbitro referindo-se à chuva e granizo que caíam. O tipo fez-lhe má cara. Até podem ser resquícios dos three little fingers mostrados na sua terra natal, isto se segundos depois não o visse todo entusiasmado e sorridente, abraçado aos elementos da Juve que tinham, pelos vistos, muita coisa para lhe explicar.

Pode ser só um feeling ou até uma teoria estapafúrdia, a verdade é que o árbitro inglês (!!) - e é essencial referir a sua nacionalidade - mudou imenso no segundo tempo. Expulsa Enzo com 2 amarelos ridículos e risíveis em qualquer jogo da Premier League. Até admitiria cartão na segunda falta, mas nunca de um árbitro inglês. Levar dois amarelos com faltas no meio-campo adversário (!!!) no espaço de minutos.....fez-me recordar as palavras de Vidigal: «o Benfica vai jogar em Itália contra 12. Eu sei o que estou a dizer porque joguei em Itália e defrontei muitas vezes a Juventus». Tudo dito, não é ?

Tinha uma secreta esperança que o árbitro fosse Howard Webb, no limite que fosse inglês, precisamente porque não se deixam enganar por nós, pelos jogadores latinos. Logo, o nome de Clattenburg, não me assustou por duas razões: não era o Skomina e era inglês.

Mas a segunda parte mostra que alguém lhe terá soprado alguma coisa ao ouvido durante o intervalo. A forma rapidíssima como expulsou Enzo Pérez, a determinação com que se dirige a ele no segundo amarelo...foi tudo menos natural ou imparcial.

Os jogadores da Juventus usavam os braços, empurravam, era faltosos de forma imponente e....saíam impunes de tudo! Assistia a um sem fim de lances errados que aquilo se tornou demasiado evidente. Há um lance, a 1 ou 2 metros do árbitro (e que resultaria em grande perigo) em que o Llorente agarra e desvia o Luisão com os 2 braços e o árbitro manda seguir. Segundos depois, o mesmo Llorente vai aparecer na área - a fazer falta sobre o Markovic !! - e quase permitir o golo da Juventus, valeu o corte extraordinário de Garay.

Há uma falta evidente de Chiellini sobre Sulejmani, entrando de cotovelo e tudo (e houve vários jogadores a utilizar cotovelos neste jogo e mais que uma vez) não sancionada, que resultaria num sururu junto ao banco do Benfica. Note-se que é meio banco italiano e mais uns quantos dirigentes, que invadem a área técnica encarnada! Não vi ainda qualquer comportamento incorrecto dos nossos, mas admitindo-o, expulsar Markovic (??) e apenas Vucinic da Juventus...parece-me surreal. Nem sei se tinha que expulsar sequer alguém e até percebo que um montenegrino (Vucinic) não ache muita piada a um sérvio (Marketz) mas aquilo tudo voltou a parecer-me encenado. Mal encenado.

Este Clattenburg via o tempo a passar e entrou em modo desespero. Procurou 2 livres inexistentes para o Pirlo, num deles amarelou Salvio que saltou de costas (!!!!) com o braço junto ao corpo! Se os amarelos aos nossos, as faltas não marcadas aos italianos e as inexistentes assinaladas contra nós foram erros casuais e aleatórios....disfarçaram mesmo muito mal.

A juntar a isto tudo (o Benfica jogava com 10 desde os 66') "apareceu" a lesão de Garay já com as 3 substituições efectuadas. Perder um central à entrada para os 6 minutos de desconto era a cereja no topo do bolo das injustiças. E ficámos com 9. Mas ficámos com 9 depois do jogo perigoso do Pogba (e que por isso tinha que levar amarelo, não levou) que ao cair bateu com os pitons de alumínio na cara do nosso central argentino. Garay não voltaria a entrar. E o Benfica enfrentava os minutos finais com menos 2 jogadores, com Luisão e André Almeida (que vontade outra vez miúdo!) a centrais e com a segunda linha de 4 a ser formada por: Salvio, Lima, Amorim e Sulejmani. Tudo segundas escolhas! E o único titular (Lima) desgastadíssimo a jogar fora de posição.

E nem assim a Juventus conseguiu.

Juventus que jogava em casa, e que segundo o site oficial da UEFA estava "a um golo da final" foi exactamente isso: fica a um golo da final e vê o jogo em casa. Jornais como o Tuttosport (o desportivo da Juventus) que hoje faziam capa com um «Juventus faz a festa!» e que colocava (apenas) o 11 inicial italiano, "esquecendo" o adversário... tiveram a resposta que mereceram. O resultado ? Uma azia épica. Quase tão épica como lisúrgica foi a conferência de imprensa de Conte. A reter:

.o Antonio "Hoffmann" Conte conseguiu dizer (sem se rir) que o Benfica tem mais experiência internacional que a Juventus. Juventus essa que deve ter mais jogadores Campeões do Mundo, que o Benfica jogadores que já disputaram um Mundial, no seu plantel. Buffon, Pirlo, Chiellini, Marchisio é tudo malta inexperiente. Tévez, Llorente e Vidal são desconhecidos. Enfim...

.depois o "ácido" Conte entrou numa espiral de contradições patéticas, diz o rapaz que o Benfica se queixou (oi??) antes do jogo e que isso pode ter aberto uma brecha no coraçao do árbitro inglês. Podem-se rir à vontade mas eu não inventei, o gajo disse mesmo - com uma cara de lata notável - que o Benfica se queixou antes do jogo e foi beneficiado pelo árbitro. Do árbitro de hoje já dissertei o suficiente, mas o rei das apostas Antonio Conte conseguiu dizer que ficaram 2 penaltys por marcar a favor da Juve, um em Lisboa e outro hoje. O de Lisboa é o lance em que o Chiellini empurra o Enzo. O de hoje é quando o Llorente empurra o Markovic e joga ele (Llorente) com o braço! O que é um gajo pode responder a um personagem que foi castigado por corrupção e diz isto ?? Fazer como Jesus e recordar-lhe que, de facto, ficou um penalty por marcar em Lisboa, numa falta clarinha de Cáceres sobre Enzo Pérez. Pormenores...

.outra tirada "certeira" do Conte foi dizer isto «depois dos 93' não se jogou». Mais uma vez, juro que o gajo disse isto! Um gajo que teve 90 e tantos minutos para fazer um golinho apenas, (o tal que a UEFA anunciava), que joga 40 minutos contra 10, que joga 10 minutos contra 9!! e vem chorar de 5 minutos ??? Epá ó Conte....

.e reparem como ele passa a conferência toda a CHORAR (sem razão) que o Benfica tinha chorado antes do jogo. Fina Ironia ? Afinal ele também é um ex-corrupto... Até se lembrou de criticar a UEFA pelo terreno do Galatasaray (onde isso já vai....foi em Dezembro!!) dando a ideia que a Juventus jogou num batatal e o Galatasaray jogou, marcou e ganhou num relvado perfeito.

.confesso que comecei a ficar com pena do Conte....até ele trazer todas as minhas memórias de infância frente a conjuntos italianos, quando disse «Passou a equipa que menos mereceu». Conte, nem te vou responder a isso porque tu próprio já disseste tudo, mas agora aprendeste a dizer o que nós dissemos durante décadas. Só que desta feita foi limpinho. Não houve apostas, não houve EPO, nem golos irregulares.

Arrivederci Juve. Ciao Torino!!

quinta-feira, 20 de março de 2014

Mau jogo, mau resultado mas...rumo aos quartos de final (pelo 5º ano consecutivo)

Sentia-se que este jogo não tinha chispa, não havia pressão nem grandes feitos a atingir depois da estrondosa vitória (1-3) de White Hart Lane. Um Tottenham sem ambições (e com alguns jogadores importantes fora) frente a um Benfica que não tinha nada a ganhar nesta partida.

O início da partida mostrou isso mesmo, um Benfica tranquilo a deixar correr o marfim e uma equipa inglesa que, sem grande espalhafato ou pressão, tentava ter bola e chegar perto da área encarnada. Houve um remate falhado de Soldado, sozinho na área, que era bem o espelho de um Benfica relaxado emocionalmente.

Jesus voltou a mudar muita gente (e o jogo de hoje era ideal para isso) mas essas mudanças só se sentiram nos últimos 15 minutos, onde os menos utilizados "sofreram" fisicamente num momento do jogo mais "partido" que nunca. É verdade que (e JJ sublinhou-o) o desgaste dos minutos de hoje serão importantes daqui em diante, porque os jogadores que hoje "sofreram" estarão melhores nas próximas disputas, e só com minutos nas pernas podem atingir melhores desempenhos.

O Benica está num período de pouco descanso, pouco treino e muitos jogos, logo era essencial poupar jogadores hoje (e até Domingo frente à Académica, mas parece que, de momento, Jesus só tem olhos para o Campeonato). Jogámos segunda-feira, hoje (5ª) e voltamos a entrar em campo Domingo e quarta-feira. Com a passagem aos quartos de final da Liga Europa os jogos vão-se suceder a um ritmo frenético, esperemos que a imagem de hoje não se volte a repetir nos jogos de enorme tensão que aí vêm.

E foi essa tensão inexistente de hoje que nos permitiu chegar ao primeiro golo, Salvio acreditou, chegou à linha final e entregou o golo a Garay que cabeceou sem defesa para Brad Friedel. A eliminatória estava sentenciada. Se até aí jogávamos relaxados, nada se alterou daqui para a frente e o próprio Tottenham pareceu baixar definitivamente os braços.

Esperava-se apenas o fim do jogo (tanto os nossos jogadores como os deles) quando Chadli fez um belo remate e empatou a partida (78'). Não tenho a certeza se Oblak poderia ter feito mais alguma coisa, o remate é bom mas fiquei na dúvida sobre a colocação e estirada do esloveno (fica o benefício da dúvida). Parecia então que os ingleses já não regressariam à sua Pátria tristes por mais uma derrota.

No minuto seguinte (79') Chadli volta a marcar. Apesar do offside do belga ter passado em claro, houve muita passividade da defesa e o jogo ganhou pela primeira vez emoção. Os ingleses arriscaram tudo e semearam o pânico com 2 situações claras de golo (numa valeu Luisão com Oblak já fora da baliza, e na outra o esloveno fez uma bela defesa a um cabeceamento sem oposição). Os benfiquistas pareciam tremer, as bolas aéreas eram terríveis e não conseguíamos ter posse de bola com o mínimo de critério aceitável. Acho até que estes minutos "nervosos" do jogo foram mais demérito nosso que mérito dos ingleses.

Haveríamos de chegar ao empate no último suspiro (num penalty clarinho de Sandro sobre Lima) com Lima a impedir que sofressemos a primeira derrota na Luz, nesta "nova" Liga Europa. Sofremos 4 golos em 2 jogos (dois na Choupana e dois hoje) e foi o terceiro jogo consecutivo a sofrer (Tottenham - Nacional - Tottenham) depois de longas semanas sem ir ao fundo das redes.

Não gosto de colocar tudo em causa ao primeiro resultado negativo, mas se o Campeonato está mais que ganho, teremos vida difícil nas restantes competições. Veremos se o menor fulgor de hoje foi uma excepção dos nossos rapazes (que tantas alegrias já nos proporcionaram esta época) ou se foi um aviso sério que o Benfica ainda não está uma equipa imbatível e fiável em todas as competições.

Ninguém se destacou, talvez Garay fosse o melhor em campo do Benfica na 1ª parte (onde além do golo deve ter vencido todos os duelos individuais), mas notei que Enzo voltou a entrar mal (será que só consegue render o máximo entrando de início); André Gomes tem pormenores de classe mas é ainda muito trapalhão; Salvio caminha para voltar a ser decisivo; e Djuricic está a ter uma não-época, voltou a roçar o zero e não acredito que tenha algum grande destaque positivo no que resta da época (oxalá me engane). Ah, e Oscar Cardozo. Não era o dia dele. Mas acho que devia lutar mais e reclamar menos. Bem sei que o Cardozo (até pela sua fisionomia) é um jogador que demora a ficar em forma, mas nos 2 jogos desta eliminatória o seu contributo assemelha-se ao de Djuricic. Tacuara é preciso mudar essa atitude e "apertar" ainda mais no trabalho, oxalá Domingo venha o golo que te sossegue e traga de volta o melhor que tens para nos dar.

Benfica, Juventus, AZ, Lyon, Valencia, Porto, Basel e Sevilla são os apurados, comungo da ideia de JJ (e já o havia escrito): só não queria a Juventus. O empate (e a exibição) de hoje fizeram-nos descer à Terra, vamos apoiar para que Domingo iniciemos nova subida ao Céu.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Xerife de Sherwood volta a ser enganado. Três vezes!



Na história de Robin Hood, este roubava aos ricos para dar aos pobres, e tudo nas barbas do pobre Xerife da floresta de Sherwood, que ficava completamente desnorteado e irritado. Hoje Jesus deu uma de Robin Hood e voltou a repetir as maldades ao ricalhaço (o Tottenham foi a equipa que mais dinheiro gastou este Verão em toda a Europa - e no Mundo, já agora - na compra de jogadores de futebol) do...Sherwood.

Haverá muita gente a apontar o dedo (curioso não ?) à atitude de Jorge Jesus. Eu não. Já quando mostrou 4 ao Machado delirei, vê-lo repetir a bicada hoje fez-me sorrir de novo. É falta de classe ? Ok. E a classe que a equipa dele mostrou lá dentro ? Jesus deu uma "tareia" ao Sherwood dentro do campo, foi um k.o. impiedoso (ou melhor, ainda houve misericórdia para se desperdiçar o quarto no finalzinho do jogo...) de um português que não é muito bem falante mas que não pede meças a nenhum estrangeiro quando se trata de preparar as suas equipas dentro do terreno.

Gosto dos ingleses, admiro o seu fair-play, mas também sou um fã acérrimo do seu humor, e o gesto de Jesus (por classless que seja) também fez gargalhar muito inglês hoje (sobretudo os rivais do Tottenham). Durante um jogo de futebol as emoções estão ao rubro (quem nunca viu treinadores a comunicar de diferentes formas com o público adversário, o treinador rival ou até jogadores adversários ?) e saber utilizá-las a nosso favor também é uma arte. O pobre do Sherwood ainda disse que adorava devolver o gesto no final da 2ª mão (afinal a fleuma britânica não dá a outra face...) mas disse-o sem qualquer ponta de convicção que o possa fazer, e se nem ele acredita....comeu e calou.

Não acho que o gesto de Jesus tenha sido uma falta de vergonha, já disse que gostei, admito que seja latino demais para os bem-falantes e bem-pensantes que falam de tudo, criticando tudo sem nunca terem experienciado o futebol na realidade, por dentro. Já viram que para um programa de futebol convida-se tudo ? Advogados, jornalistas, médicos, cantores, etc. Num programa de culinária só falam chefs. Num de direito teremos advogados, juízes e juristas. Mas no futebol toda a gente manda o seu bitaite, toda a gente quer dar opinião, por vezes totalmente infundada... Mas adiante. Assino a afronta de Jesus porque aquilo que o Benfica fez hoje foi histórico e os 3 dedos só acentuaram esta noite europeia. O Tottenham nem tem como chorar ou barafustar com esse episódio tal o banho de bola que levou dentro de campo, o gesto de Jorge Jesus foi apenas um torcer de navalha nas três feridas inglesas. É preciso saber ganhar ? Ter respeito pelos vencidos ? Claro que sim, mas isto é um desporto de emoções, muitas à flor da pele e também é necessário extravasar alegrias grandes de vez em quando, sem insultar ninguém (e JJ não insultou).

Podíamos ser todos mais polidos, dar a outra face, elogiar toda a gente e viver num Convento de Humildade ad eternum ? Podíamos, mas era uma chatice descomunal. Eu quero esfregar 3, 4 ou 5 dedos na cara de um bom adversário quando sou superior, sujeito-me a que me façam o mesmo um dia mas trabalharei para que no fim seja eu quem o possa fazer. E se um dia me fizerem o mesmo por ter perdido...só tenho que aceitar, obviamente. O futebol é isto. Nos jogos de maior rivalidade (pela proximidade regional entre as equipas, por exemplo) que disputava, se uma das equipas goleasse a outra (imaginemos um 4-0, por exemplo) passávamos a apertar a mão dos adversários sempre com 4 dedos apenas (até ao próximo jogo...).

Quem se sente melindrado com isto está muito longe de saber o que é a sensação, a adrenalina do futebol. E meus amigos, para poder "espetar" 3 dedos nas fuças do inglês é preciso jogar «muita futabole» onde as coisas realmente se decidem: dentro das 4 linhas. E aí o Benfica "abusou" do Tottenham e derrotou-o onde nenhuma equipa portuguesa havia ganho (nem o mítico Benfica da década de 60): White Hart Lane. O resto são mesmo peanuts.

Entrámos algo receosos, havia uma falha de ligação entre a defesa e o meio-campo, não conseguíamos ter bola entre linhas (clamava-se por Enzo, que encontra sempre uma solução) e Fejsa parecia afectado (passes de risco, passes falhados) enquanto Amorim pedia mais apoio numa zona onde parecia isolado. Curiosamente os dois haveriam de assinar tremendas prestações. Sulejmani era quem parecia mais à vontade neste ambiente: queria ter a bola, pedia-a sempre e estava disposto a fazer tremer os ingleses.

O Tottenham entrou à equipa inglesa: muito lance aéreo e muito kick & rush. O Benfica parecia algo desconfortável com este início britânico e faltava alguém que pusesse gelo no jogo (como diz o Freitas Lobo). Quem começou a tirar o receio à equipa foi mesmo Sulejmani (uma das 4 novidades em relação ao último jogo do Campeonato; Sílvio, Cardozo e Amorim foram as outras), mandou-se para cima dos ingleses, correu que se fartou e fez a equipa acreditar.

Subimos um pouco as linhas, começámos finalmente a ter posse com critério e agora só esperávamos o momento certo para dar a nossa estocada. E foi num genial passe de R.Amorim que esse momento surgiu, bola lançada em profundidade ainda no nosso meio-campo a rasgar a defesa adversária e um Rodrigo embalado a isolar-se e a fazer o primeiro. Na nossa primeira oportunidade facturámos. O Tottenham teve que esperar até ao segundo tempo para dispor da sua primeira chance. E isso diz muito do que na verdade foi a primeira parte do jogo.

Essa oportunidade do Tottenham surgiu num remate de Adebayor ao lado, pouco depois dos 50'. Depois disso o Benfica voltou lá à frente, grande recuperação de Ruben Amorim que acaba a rematar em boa posição (mas com o pé esquerdo) para defesa de Lloris. Canto. Amorim vai bater o canto (de forma perfeita) e o capitão Luisão cabeceia lá para dentro. 2-0. Sem hipótese. Há muito trabalho táctico neste segundo golo, Luisão não apareceu ali solto casualmente, nem o canto é batido para uma zona morta, tudo é planeado. E a genialidade do lance começa em Fejsa, reparem na sua movimentação, segue numa direcção "arrastando" dois defesas contrários e impedindo que algum vá na direcção de Luisão, que deste modo está sozinho. Depois é "só" meter a bola no sítio combinado que o capitão irá saltar sem oposição para o golo. Laboratório benfiquista a dar cartas em Londres.

O Tottenham reduziria pouco depois num bom livre de Eriksen (o que faria Jesus deste craque se estivesse no Benfica...) mas onde a falta de Sílvio que o origina é desnecessária e Oblak deixa a sensação de poder ter feito algo mais, o livre é forte mas não é colocadíssimo.

O Benfica chegaria ao terceiro com Luisão (outra vez ele) a fuzilar o desamparado Lloris, já dentro da área, com um tiraço à ponta de lança. Podíamos ter chegado ao quarto mais que uma vez, mas os 3 dedos já haviam sido lançados... Apesar disso, os 3000 benfiquistas "abafaram" completamente White Hart Lane e foram os únicos a ser ouvidos durante 90 minutos, mostrando também a qualidade das nossas bancadas a toda a Europa. Foi uma noite europeia em grande, vamos a notas:

OBLAK - teve um início onde pareceu acusar a pressão demonstrando um nervoso miudinho em muitos lances. Vejo-o chutar com força de pé esquerdo, de pé direito e não falha, mas faz-me muita impressão que nalguns lances ele não domine primeiro e chute depois. No golo talvez se pudesse ter lançado pelo menos (mesmo que não chegasse lá) mas talvez aquela bola não fosse defensável da posição em que ele estava. Voltámos a sofrer um golo depois de Barcelos (a 1 de Fevereiro) mas desta feita o esloveno não tem culpas no cartório. Continou - na senda dos últimos, longos, jogos - a ter pouco trabalho. 2

SÍLVIO - fez um jogo certinho na lateral direita, desta feita não subiu amiúde com havia feito nos outros jogos europeus, mas defensivamente não comprometeu. Levou um amarelo que o deixa fora da 2ª mão (na falta que originaria o golo inglês). 3

LUISÃO - outra vez o homem do jogo. Cortou tudo e mais alguma coisa e ainda foi lá à frente marcar dois golaços. Tremendo. 5

GARAY - muito concentrado, não permitiu veleidades aos adversários. Um jogo tranquilo do mais-que-provável-titular da Argentina no Campeonato do Mundo. 3

SIQUEIRA - é um lateral de clube grande, defende bem e ataca melhor. Tinha o veloz Lennon pela frente e nunca se intimidou assinando outra exibição positiva. Um outro erro, na minha opinião, por não gostar de jogar feio mas nada que manche a sua prestação. 3

FEJSA - começou tremido, foi-se acalmando e no final era tudo dele. Outro jogaço do patinho feio da equipa. Não tem a técnica ou o requinte de um predestinado mas é um jogador nuclear já (fará falta na Choupana) nesta equipa. Correu para todo o lado e contribuiu muito para que Amorim se destacasse no jogo. Fejsa é hoje um guarda-costas que todo e qualquer médio do Benfica quer ter a seu lado. É o maior "achado" da prospecção benfiquista esta época e ainda vai crescer muito. 4

R.AMORIM - um jogão do Rúben a encher o campo todo. Duas assistências, um sem número de lances bem elaborados e várias bolas roubadas foram alguns dos destaques deste médio todo-o-terreno. Sempre humilde e trabalhador, não se intimidou com o maior poderio físico dos adversários e tornou-se um pesadelo para o inglês que o tivesse por perto. Já o havia dito, hoje por hoje é o 12º jogador da equipa. 4

SULEJMANI - começou on-fire e foi o primeiro benfiquista a gritar «presente!» em Inglaterra. Fartou-se de correr, criou sempre linhas de passe ofensivas e pareceu-me até mais leve que o costume. Gostei muito do Sulejmani desta noite. Apesar de ter jogado pouco esta época, admiro o seu profissionalismo e o comportamento em prol do grupo, e se o jogo de hoje servir de amostra, talvez Sulejmani ainda tenha vários truques para tirar da cartola esta época. 4

MARKOVIC - o problema com Lazar é que a fasquia já está muita alta, jogo em que não faz uma obra-prima não é jogo conseguido. Tacticamente foi irrepreensível e teve algumas acelerações brutais que podiam ter criado muito mais perigo (passes cortados in extremis, solicitações muito longas ou até mesmo más recepções orientadas). Já não é tacticamente anarquista, está um jogador de equipa na sua plenitude, mas Markets dá para na segunda mão fazeres das tuas ? 3

RODRIGO - já o vi falhar aquele lance - que hoje deu golo - várias vezes (Nou Camp, por exemplo), até a forma como colocou o corpo e o pé foi semelhante, mas hoje o nosso Fenômeno não perdoou. Aceleração brutal, defesa esquerdo nas covas e o passe de Amorim deixa-o na cara de Lloris, remate bem colocado e estava concretizado um belo (e importante) golo. No resto do jogo fartou-se de correr lá na frente e trabalhou muito, Lloris ainda lhe roubou um golo quase feito ao recuperar um mau posicionamento inicial. 4

CARDOZO - o nosso Tacuara voltou à titularidade e teve um jogo difícil como se previa. Correu enquanto fisicamente teve pernas, ganhou alguns lances pelo ar (nem sempre aproveitados pelos colegas) mas não teve oportunidade de experimentar o seu letal pé esquerdo. Foi bom para a melhoria física e também pela participação numa jornada histórica. Comecem a chorar, o Cardozo está a voltar. 2

GAITÁN - entrou bem na partida, com excelentes pormenores (assistência de luxo no último suspiro do jogo, que Siqueira desperdiçou) a darem continuidade ao seu bom momento de forma. Nico Gaitán vai ser chave na Choupana. 3

ENZO PÉREZ - não entrou tão bem no jogo como Gaitán mas ainda foi a tempo de juntar o seu grãozinho de areia à vitória da equipa. Boa técnica e visão de jogo mas menos disponibilidade que o costume, num jogo tão intenso talvez Enzo tivesse demorado a entrar no ritmo, ou simplesmente quis evitar um amarelo que o afastaria da 2ª mão. 2

LIMA - menos de 5 minutos em campo. -


Man of the match: Luisão.



Custa ver jogadores excepcionais como Paulinho e Eriksen serem tão mal aproveitados (as maravilhas que Jesus faria com eles) mas o que ficou provado é que um grande treinador não tem preço. O Tottenham tem um plantel riquíssimo, com mais e melhores soluções que o nosso, mas dentro de campo e a jogar futebol...o Benfica deu de calcanhar.

Não sei como acabará esta Liga Europa, mas também não sei como alguém baterá este personalizadíssimo Benfica em duas mãos, hoje por hoje parece-me irreal. Há uma única equipa nesta Liga Europa que me faz franzir o sobrolho: Juventus. Porque são italianos, porque jogam bem, porque são muito difíceis de contrariar, porque têm dos melhores jogadores do Mundo (Pogba - vai marcar uma era -, Pirlo, Vidal, Giovinco, uff..) e porque a final da competição será em sua casa.

Mas para se ser o melhor há que bater os melhores, se não se puder evitar a Juve....venham eles que a coisa também não será facile per lui.

sábado, 1 de março de 2014

Cuidado, o Benfica está em campo!

A grande "novidade" nos últimos tempos do Benfica tem sido a coesão e solidez da equipa principal de futebol. Noutros tempos, o Benfica tinha que jogar o dobro (no mínimo) dos adversários para vencer, e quando tinha um dia mau...raramente conseguia os 3 pontos.

Hoje por hoje, este Benfica parece uma máquina: joga sempre igual, não permite veleidades a ninguém e despacha adversário atrás de adversário (com mais ou menos suor) sem precisar de dar "murros na mesa" ou recorrer à Alma. Os adversários deste Benfica terminam invariavelmente derrotados.

Isto a propósito da eliminatória com o PAOK na Liga Europa. Por cá, os "artistas" da Comunicação Social depressa saíram a terreno para escrevinhar a pequenez do adversário e catalogá-lo de fácil. Uma equipa que tinha ZERO derrotas no seu Estádio e que era a equipa mais forte do seu campeonato (depois do Olympiakos) tem que ser fraca. Imagine-se o que teriam dito se porventura esta equipa estivesse a lutar pela permanência no seu campeonato, como um Estugarda desta vida...

Portanto o PAOK era fraquinho, fortes são os adversários dos outros, os do Benfica são sempre uma m#*%a. Mas não foi isso que se viu no terreno. Tanto na Grécia como na Luz, esta equipa grega (orientada por um holandês) provou ser muito consistente e esteve longe de ser presa fácil, arrisco-me a dizer que um Benfica "pouco sério" não teria passado a eliminatória. O "azar" do PAOK foi ter embatido com um dos Benficas mais sólidos e honestos que há memória. Mesmo sem grande genialidade (exceptuando as obras de arte dos golos de Gaitán - livre numa espécie de "folha seca" - e Markovic - toque subtil a colocar o esférico longe do alcance de Glykos, que é um muito bom GR, gostei dele nos 2 jogos da eliminatória) o Benfica "despachou os gregos com um 3-0 inapelável (4-0 no total da eliminatória).

Houve mais posse de bola ainda que na Grécia (terminámos com 66%) e várias mudanças no 11 outra vez: Salvio titular pela primeira vez desde fim de Agosto; Cardozo, Gaitán e Garay voltavam de lesão também; Djuricic e Maxi (ausentes no último jogo frente ao Vitória de Guimarães) eram novidades e a dupla Enzo & Fejsa estava ausente.

Nada disso prejudicou a nossa equipa (talvez não tenha havido a mesma fluidez de jogo habitual) e vencemos "sem espinhas". Este Benfica 13/14 parece mesmo ter 15, 16, 17 titulares e opções para todos os gostos e feitios. Ao aproximarmo-nos das grandes decisões desta época desportiva (novamente em todas as - 4 - competições) é de realçar o pulmão da equipa e a ausência de jogadores do boletim clínico, tendo todas as armas disponíveis para vencer tudo o que está em disputa.

O momento pujante do Benfica reflecte-se nos números (líder isolado do Campeonato com 5 e 7 pontos de avanço aos 2º e 3º classificados; semi-finalista das duas Taças Nacionais; UM golo sofrido nos últimos 14 jogos; 21 jogos sem perder: 19 vitórias e 2 empates) mas não só, as raríssimas ocasiões de golo permitidas aos adversários (não sei se a média chegará a uma oportunidade de golo por jogo), a capacidade de fazer golos em todo o lado (5 de Novembro de 2013, em Atenas, é a data da última vez que ficámos em branco...e tivemos mais chances de golo nesse jogo que nos últimos 3 - PAOK, Guimarães, PAOK - por exemplo.

Nos 35 jogos oficiais desta época o Benfica só não marcou em 2 (Olympiakos e PSG, ambos fora) e perdeu ambos. A última vez que ficámos sem marcar golos na Luz foi a 2 de Outubro de 2012 (0-2 frente ao Barcelona), nas competições nacionais não ficamos sem facturar em casa desde 22 de Novembro de 2009 (0-1 frente ao Guimarães, na Taça de Portugal) e para o Campeonato, a última vez que o Estádio da Luz não gritou «goloooo» foi a 11 de Abril de 2009 (0-1 frente à Académica de Coimbra).

Portanto o Estádio da Luz é mesmo sinónimo de golos (menos golos esta época é verdade...) o que ajuda a que Jorge Jesus tenha uma percentagem de vitórias de cerca de 70% (na totalidade dos jogos disputados) e que esses números nos coloquem no 6º lugar do ranking europeu neste momento (somos Pote 1 da Champions novamente).

Com tanto número faltam os mais importantes, os títulos: o 33º de Campeão Nacional e o 25ª da Taça de Portugal. Ainda falta a parte mais decisiva da época, estes números voltarão a ser meras estatísticas positivas se no final não se levantarem "canecos". As perspectivas deste ano voltam a ser boas (já o foram noutros anos e até com um futebol mais avassalador) mas se a confiança aumentou ultimamente, isso deve-se sobretudo a fiabilidade deste Benfica, o motor nunca "engripa" e as válvulas estão sempre afinadas.

Conclui-se que ter este Benfica como adversário é um perigo: tem-se quase a certeza absoluta que se vai sofrer golos (pelo menos um) e é muito, muito difícil conseguir marcar (ou estar perto disso sequer).

P.S. - o Benfica vai discutir a próxima eliminatória da Liga Europa com o milionário Tottenham (a equipa que mais gastou em toda a Europa no último defeso) a 13 e 20 de Março. Pelo meio (Domingo 16 ou Segunda-feira 17 de Março) há uma deslocação fundamental à Choupana para defrontar o Nacional da Madeira. Crucial porque se joga um Sporting-Porto nessa jornada e porque, por norma, o Benfica sente dificuldades para vencer naquele campo e o Nacional está a fazer um belo Campeonato. Jogando a 2ª mão na Luz a 20 de Março, o Benfica deveria jogar a 17 na Madeira mas palpita-me que pode haver marosca para que se jogue a 16... Ainda assim, recordo uma situação similar em que jogámos nesse mesmo campo no meio duma eliminatória com o Marselha e tivemos duas vitórias épicas, oxalá se repita, a chave do sucesso do Campeonato (e da Liga Europa também!) pode passar por esta semana 13-20 de Março.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

K.O. de Salónica

Com muitas novidades no 11 relativamente ao último jogo, o Benfica foi à Grécia dar uma lição de futebol aos gregos do PAOK. Ok, o golo solitário de Lima é em fora de jogo, mas creio que Djuricic podia ter marcado de pé esquerdo se Lima não estivesse ali. A verdade é que ganhámos (bem!) com um golo irregular (mal).

Tirando esse pormenor (e atenção que o offside está longe de ser escandaloso) só deu Benfica, longos minutos de trocas de passes (a levar à loucura os adeptos gregos e à impotência os seus atletas) e com uma assertividade e qualidade de topo. Pergunto-me qual terá sido a posse de bola final ? Visto de fora dá a ideia de uma diferença brutal.

Outro ponto: o PAOK não está ao nosso nível, mas está longe de ser uma equipa fraquinha, afinal, parece que ninguém havia vencido no seu estádio...até hoje. Sabendo da diferença entre as equipas, o treinador adversário (Huub Stevens) procurou reforçar o processo defensivo, jogando muito fechadinho e tentando que a sua equipa não se descolocasse e fosse surpreendida pelo Benfica. Apesar de aguerridos, os adversários viam-se literalmente gregos com a qualidade de posse dos encarnados e desesperava por não encontrar antídoto para a superioridade do Benfica.

Fizemos um jogo sério (se calhar até respeitámos em demasia o adversário) jogando sempre pela certa e com uma consistência assinalável (uma única chance de golo permitida e novamente a baliza inviolável), mas acho que podíamos ter criado mais perigo nos últimos 20 minutos e avolumado o marcador a nosso favor.

A vitória nunca esteve em discussão e o Benfica praticamente assegurou a passagem à próxima eliminatória, ainda assim convém recordar que na última vez que defrontámos esta equipa também vencemos lá (1-2) e depois perdemos na Luz pelo mesmo resultado (acabaríamos por seguir em frente nos penaltys).

O Sílvio parece dar-se bem com os ares da Grécia, depois do Olympiakos voltou a fazer um grande jogo e a dispor inclusive de chances de golo. Apesar de achar Siqueira mais jogador, Sílvio tem demonstrado ser uma excelente opção (contrariando as minhas reservas iniciais) e não é por aquele flanco que teremos problemas.

Toto Salvio voltou a jogar (lesionado desde 1 de Setembro) e saúda-se o regresso de um dos principais elementos do nosso plantel, apareceu solto, sem receios e a apoiar bem o futebol da equipa. Daqui a um mês (ou menos) teremos o melhor Salvio no terreno, é essa a minha expectativa, portanto o argentino ainda poderá ser um dos nomes-chave da época 2013/14 (oxalá!!).

Luisão fez o 100º jogo nas competições europeias pelo Benfica (não há ninguém com mais jogos europeus pelo Benfica - ou qualquer outra equipa portuguesa diga-se de passagem) e esteve imperial como sempre, é neste momento o melhor defesa-central a actuar em Portugal (de muito longe).

Também gostei do Lima (90 minutos de trabalho e um bom golo) e do Rúben Amorim, mas acho que o conjunto, a equipa voltou a ser o nosso principal argumento e isso espelha a qualidade e o momento actual do Benfica: seguros, coesos e compactos.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

BENFICA! Até ao fim!!

Can we go back ? This is the moment! Tonight is the night, we'll fight 'till it's over
So we put our hands up like the ceiling can't hold us, like the ceiling can't hold us!



E vós oh rapazes do Manto Sagrado, honrai agora os ases que nos honraram no passado

terça-feira, 14 de maio de 2013

Benfica de barba rija

No dia que perdemos na Turquia decidi não fazer mais a barba. Só a volto a cortar se vencermos as 3 competições ou quando perdermos qualquer uma dessas três.

Fezada, superstição, refúgio psicológico, chamem-lhe o que quiserem. A verdade é que tinha (e tenho!) confiança suficiente no Benfica para "pagar as minhas promessas". Depois do último clássico no Dragão perdi alguma fé nestas coisas do Bem VS Mal. Se o Benfica vencer a Liga Europa, a Taça de Portugal, a Supertaça Portuguesa e a Supertaça Europeia SEM vencer este Campeonato, aquele remate aos 92' vai demorar anos a desaparecer na minha memória.

Aquela derrota é a mais dolorosa que vi do Benfica (e vivi o período mais negro da nossa História, com muitas derrotas humilhantes, como os 7 de Vigo, por exemplo). Foi um castigo demasiado pesado da forma como tudo aconteceu.

Talvez o destino nos tivesse virado as costas ao minuto 19 do Benfica-Estoril. Com aquela lesão de Enzo Pérez - um craque dos pés à cabeça -, o Benfica, que até aí tinha sido avassalador (como havia sido com os turcos, dias antes) pareceu eclipsar-se. Para ironia do Destino, o seu substituto, Carlos Martins, acabaria expulso com 2 amarelos completamente ridículos.

Com Enzo em campo atropelámos o Estoril e falhámos umas 3 ocasiões de golo claríssimas; sem Enzo, a equipa desceu do Purgatório ao Inferno. Mas este não era o Inferno de 65.000 fiéis em apoio, era o Inferno de deixar de ser a única equipa dependente de si para ser Campeã, com um clássico logo a seguir.

A pressão, para mim, estava toda no Porto, eles é que tinham de ganhar, eles é que não podiam falhar. E viu-se como não lidaram bem com isso (habituados a disputar estes jogos com grandes almofadas pontuais). Por sua vez, o Benfica sabia que ainda controlava o seu destino e "apertou a faca com os dentes" e foi para a "guerra".

O primeiro golo sofrido (estranhíssimo; tanto a "abordagem" de Maxi - de costas - como a não-defesa de Artur) e ainda por cima 5 escassos minutos depois de nos colocarmos em vantagem, impediu que o pânico se instalasse verdadeiramente no reduto do adversário.

Continuámos a lutar, a nossa confiança crescia a cada minuto, por oposição ao desespero crescente do Porto. Até que a 2 minutos do 33º, um golpe de sorte (há tanta coisa incrível neste lance....começa com um lançamento lateral nosso (!) no meio-campo ofensivo; há várias probabilidades de interceptar o lance; há uma equipa subida (em demasia?) tentando afastar o perigo da nossa área; há uma tentativa de intercepção de Maxi que, a resultar, teria sido perigosíssima para o adversário, um lateral mais comedido teria feito contenção, marcado zona em vez de tentar ser feliz com um roubo de bola; o passe de Liedson é mau, não é feito no espaço e leva demasiada força; o domínio desse mau passe permite a Kelvin pontapear a bola no ar (rasteira, a bola nunca teria aquela colocação ou força) como último recurso; até este momento - e mesmo com alguns erros mencionados - o lance não demonstra qualquer perigo (para quem o vê e para quem está no terreno), mesmo o remate parece ter zero chances de criar perigo, talvez esse "relaxamento" (de Aimar entre outros que não "foram até ao fim" ainda no meio-campo; de Roderick que fez "zona" quando podia ter feito "homem" e cedido canto por exemplo - talvez o mesmo Roderick pensasse ser preferível permitir um remate dali a ceder um canto que poderia trazer mais perigo, mas um defesa não pode nunca ter esse "pensamento"-; de Artur que também terá pensado que "dali nunca entra" e que se terá lançado "tarde") tenha resultado num castigo excessivo.

Diz-se que só o Porto procurou ser feliz e que foi compensado por essa predisposição. Tudo bem, mas quantas e quantas vezes somos nós que arcamos com as despesas do jogo e não vencemos ?? Mais, raramente temos mérito nesses desafios, pois a nossa imprensa realça a boa "estratégia" adversária ou o clássico defenderam bem.

O Benfica terá traído os seus princípios de jogo por troca de um título (que acabou por não chegar), mas fê-lo de forma raçuda, compacta e unida. Mostrou atitude e união. Mas fomos traídos pela sorte, porque perder daquela forma não revela grande mérito ou jogada táctica, foi uma sorte descomunal, e acontecer aos 92' é castigo demasiado pesado.

Restam-nos 2 finais. Mas sem o mesmo sabor, falta tempero, porque a última derrota foi dura demais para podermos "ainda" festejar o melhor. E essas vitórias que podemos alcançar parecem ter perdido algum relevo face à última derrota.

Mas a minha barba continua aqui rija, ainda não perdemos nada. Que os nossos jogadores e o Benfica mostrem também a sua face mais dura nos compromissos que faltam. Já vi o Benfica em finais europeias, mas nunca vi uma vitória nessas decisões, pode ser amanhã ?

sexta-feira, 3 de maio de 2013

E o melhor ainda está para vir

Vejo o autocarro do Benfica chegar ao Estádio, reconheço aqueles sorrisos, sinto aquele feeling das grandes noites europeias, é hoje! Os jogadores chegam felizes e concentrados, não noto pinga de nervosismo, eles sabem que só dependem deles, sabem que são melhores e que têm hora marcada com um destino Glorioso. Estão tranquilos e só querem que a bola role: vamos lá mostrar aos otomanos quem é o Benfica e como é que se joga à bola!

Oiço o saudoso Van Hooijdonk elogiar o Estádio, o ambiente mas dizer que vai ser difícil e que o Fenerbahçe tem ligeira vantagem. Verdade Pierre, mas hoje, nesta noite, não há hipótese, o Grande Benfica vai atropelar os gajos, dê por onde der.

Começa o jogo. Os turcos cantam e vibram, mal eles sabem o que está para vir...

Minuto 9. Boa jogada colectiva, Lima arranja espaço na direita (Gaitán já abre os braços a pedir o esférico) avança com a bola controlada, olha para a área e vê o pique de Nico. Passe na velocidade certa e Gaitán, de rompante e com a parte exterior do pé esquerdo mete-a lá dentro. 1-0. Eliminatória empatada e 80 minuti molto lunghi...


Já não se ouvem os turcos...parecem ter descido ao Inferno (da Luz). Com 10 minutos de jogo digo para os meus botões: isto é jogo para o Cardozo... O Fenerbahçe apenas soluça no terreno de jogo, só dá Benfica. Apesar do mais difícil estar feito, o Benfica continua contundente, decidido e a jogar bem.

Aparece então o assistente do Sr Lannoy em campo. Não vê um fora de jogo de escândalo que resulta numa penalidade duvidosa contra o Benfica. O toque do braço de Garay é totalmente involuntário, fruto até de um desequilíbrio provocado por um adversário. O lance nem devia ter existido devido ao offside clarinho, mas o critério para aquela mão...é discutível (o João Querido Manha escreveu há uns tempos que a única forma de uniformizar critérios nas penalidades marcadas por mão na bola é marcar todas. Pode ser radical mas quanto mais penso nisso mas tendo a dizer que é a única solução, primeiro porque se retira o ónus da decisão dos árbitros e segundo porque irá forçosamente mudar a abordagem aos lances por parte de todos os atletas). Veremos se a equipa do Sr Lannoy mantém o critério...

Ouvem-se os turcos pela segunda (e última) vez no Estádio da Luz.

Cardozo é o primeiro a dar o sinal aos colegas, ele não se abateu, parece já saber o que vai acontecer, continua confiante e sem pinga de nervosismo pedindo a bola e tentando alvejar a baliza constantemente. Entretanto um defesa turco corta uma bola que vai declaradamente ao seu braço. Involuntária como Garay. Que faz o Sr Lannoy e Cª ? Nada, manda jogar. "Critérios".

Faltam 10 minutos para o intervalo. Cardozo volta a pedir a bola. Recebe-a. Tem 3 turcos consigo. Não faz mal, Cardozo sabe que só precisa chutar. Roda, olha para a baliza, ajeita a bola, desvia as pernas turcas e vê onde a bola vai entrar. Festeja interiormente, ele já viu onde o golo vai entrar. Depois termina o festejo e remata. 2-1. Vai buscar a bola à Eusébio, os festejos já parecem distantes, só falta mais um golo.
 
 
Vamos para intervalo a um golo de Amsterdam. E comaçamos a segunda parte tal como a primeira, em grande estilo e a pressionar fortemente o adversário, o golo adivinha-se a qualquer momento. E quem mais do que o Tacuara para carimbar o passaporte para a final da Liga Europa ? Canto, Luisão (ainda não foi desta o teu golo decisivo Capitão) tenta o remate, a bola sobra para Cardozo e...queriam o quê ? 3-1, Feberbahçe para casa (aproveitem e depenem umas águias enquanto vêm a Final de dia 15, na TV).





Até final voltou a haver um penalty não marcado a nosso favor. Mais uma mão, esta não foi involuntária, cortou um passe de Lima dentro da área, mais clarinha só me lembro da do John Terry, na Luz o ano passado. "Critérios".

Acabou, limpámos os turcos e voltamos a uma final europeia 23 anos depois da mão de Vata (o karma deve ter feito as pazes ontem...). Agora segue-se o Chelsea, Campeão Europeu em título e espinha atravessada para todos nós benfiquistas desde as 2 arbitragens medonhas da época passada. Esperemos que o karma entre em campo e já agora que dê paz a Bélla Guttmann.

Os heróis deste 2 de Maio


ARTUR: sem grande trabalho, puxou pelas bancadas e mostrou-se muito sereno nos últimos minutos
MAXI: é o jogador mais à Benfica do plantel, perder a Final foi a maior tristeza do jogo de ontem, ninguém como Maxi Pereira merecia este ajuste de contas com a História. La ganaremos por ti Maxi!!
LUISÃO: o Capitão nunca se esconde, notava-se que estava decidido a não desperdiçar esta oportunidade e foi sempre incisivo e imponente nas suas intervenções. Luisão é, há muitos anos, o Patrão da nossa defesa
GARAY: o argentino é o seguro de acidentes pessoais da equipa, não é muito espalhafatoso mas raramente falha, ontem - e ainda mais depois do "crime" que lhe fizeram com a penalidade - era dos mais motivados para o 'jogo perfeito' que se exigia
ANDRÉ ALMEIDA: partidazo do miúdo! A lateral...esquerdo!! Parecia dos mais confiantes no início do jogo, aparecia em todo o lado, à frente, ao meio, atrás, impressionante. Grande evolução deste joker que é hoje titular por mérito proprio (e um bocadinho grande do Jesus)
MATIC: ontem chamavam-lhe aranha, na transmissão televisiva. Eu já não sei o que chamar a este gajo. Craque, génio, cérebro, monstro, ídolo, tudo isto é Nemanja Matic. É impressionante como vai "derrubando" adversários a andar, em souplesse, dribla au ralenti, faz passes de 10 e recupera bolas em todo o lado, ao melhor estilo Fernando Redondo. O Benfica joga hoje sem o seu 10 (Pablo Aimar) mas continua a ter um cérebro na sua equipa, só que é o trinco! Chama-se Nemanja Matic o melhor jogador do Campeonato 12/13 e um dos 10 melhores '6' do Mundo
ENZO: Maxi é Maxi, mas El Principito não fica a dever nada a ninguém no departamento de raça. Tem sangue latino e ferve rápido, mas é destes gajos que eu gosto, com carácter, atitude ! Matic tem recolhido os elogios unânimes de toda a gente, mas Enzo El Principito Pérez é um craque todo o terreno. Quando chegou (há 2 anos) escrevi que era a contratação fundamental do nosso esquema (e que equipa teríamos no ano passado com ele....), demorou a comprovar-se, mas aí está o novo ídolo do Glorioso, um argentino com ADN BENFICA
SALVIO: é o maior desequilibrador do plantel, arranca, assiste e faz golos. Mesmo quando está "menos bem" é decisivo, tacticamente está vários furos acima do compatriota Gaitán (por exemplo) e apesar de ser uma das grandes estrelas tem um sentido colectivo muito interessante
GAITÁN: o Nico é o génio em estado puro, selvagem, o gajo que falha 99 mas que numa consegue o impossível. Num dia bom pode destruir qualquer adversário, embalado leva a vertigem do perigo nas botas. Sim, é displicente por vezes e perde várias bolas de forma infantil, mas perde-as porque tenta coisas diferentes, e porque as tenta mais que os outros. Tirar essa liberdade criativa a Nicolás Gaitán e amarrá-lo tacticamente era desperdiçar todo o talento puro do argentino. Tem mais vantagens a oferecer do que debilidades.
LIMA: tem aquelas diagonais entre linhas terríveis para o adversário, mas alia a isso uma potência física que lhe permite segurar muito jogo sem que lhe consigam retirar a bola. É um trabalhador de equipa e mesmo assim farta-se de fazer golos!!
CARDOZO: que dizer do maior goleador estrangeiro da História do Benfica ?? Cardozo precisa de companheiros (e adeptos também) que o entendam. Por vezes parece um corpo estranho, mas raramente a culpa é dele, o gajo é tão bom jogador que ás vezes os colegas esquecem-se das características fisionómicas do paraguaio. Cardozo = Golo. E fá-los aos pontapés, mas não pode fazer um sprint, driblar 2 e rematar em arco, o Cardozo não é esse tipo de jogador, portanto há que potenciar as suas características. E depois é um gajo que raramente se esconde. Para mim, um craque só o é quando também aparece nos grandes momentos, essa é a prova de fogo que distingue os bons dos muito bons. Ajudem o Cardozo, aproveitem o Cardozo que ele depois faz a parte dele: GOLOS, a rodos.


Urreta e Roderick também entraram em campo, mas com pouquíssimo tempo para se destacarem. Mas todo o plantel merece destaque nesta - até agora - fabulosa época, e sobretudo a equipa técnica. Quando Jesus disse que iria ganhar uma competição europeia riram-se, pois bem, quem ri por último ri melhor, agora temos nós a palavra, e de novo em Amsterdam. 15 de Maio é dia!

Obrigado Benfica !!


P.S. - as fotos utilizadas (excepto a identificada) são do user idefi, do fórum serbenfiquista, crédito para ele.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Stadyumda Luz 90 dakika içinde çok uzun...

San Siro. 1ª mão da meia-final da Taça UEFA 1984/1985. O Real Madrid acaba de perder 2-0 em casa do Inter de Milão e vê a Final mais longe. Juan Gómez "Juanito" aproxima-se do defesa Graziano Bini (do Inter) e solta : «90 minuti nel Bernabeu sono molto lunghi..»

O Madrid despachou o Inter com 3-0 na 2ª mão e venceria a Taça UEFA. As palavras de Juanito ficaram famosas e "90 minuti..." é sinónimo de garra e que nada está decidido. Talvez o timing desta recordação não seja o mais correcto (na semana em que o Real Madrid falhou a "remontada"), mas tenho esperança que os 90 minutos de logo mais, na Luz, sejam penosamente longos para os turcos.

Temos nós a palavra. Nós adeptos e jogadores. Dependemos de nós para escrever mais uma página de História. Mas não vai ser fácil... O resultado é "chato" e a equipa não está no seu auge fisicamente, o que equilibra a contenda, porque em condições normais goleávamos este Fenerbahçe.

Confio no espírito e raça do Benfica, que certamente estarão hoje presentes na Catedral, e com sangue, suor e lágrimas chegaremos a nova Final europeia. Hoje não pode haver divisões ou críticas a A, B ou C, hoje é DIA DE BENFICA !!

É cliché dizer-se que os primeiros 15 minutos são muito importantes. Hoje penso que não serão decisivos, porque apenas precisamos de um golo nos 90 minutos (desde que não soframos) para manter viva a eliminatória. Tenho a certeza que faremos golo(s), por isso é fundamental defender bem, porque um golo turco complicaria muito mais a nossa tarefa.

Que seja um jogo à Benfica, que nos honre e que signifique novo regresso aos grandes palcos europeus (onde não vamos desde o Prater, em Viena, frente ao AC Milan).

Força BENFICA ! Rumo a Amsterdam !

sexta-feira, 26 de abril de 2013

E ao 39º perdemos...(a batalha, nunca a "guerra"!!)

Vejo os primeiros minutos do Fenerbahçe-Benfica e penso: estes turcos não jogam nada. Antes e durante o jogo pensei que resolveríamos a eliminatória já ontem, mas depois do jogo...está longe de estar resolvida, faltam 90/120 minutos "stressantes".

Hoje lembrei-me de uma meia-final bem mais difícil, no Velodrome, frente ao Marselha (então uma fortíssima equipa europeia, "só" com Mozer, Papin, Abedi Pelé, Chris Waddle, o grande Francescoli e mais uma mão cheia de internacionais franceses). Nessa altura também jogámos a 1ª mão fora e também perdemos (2-1, marcou o Lima). Estivemos na frente do marcador inclusivé. Mas nessa noite, sobretudo nos segundos 45 minutos, vi o Benfica sofrer o maior massacre que tenho memória. A avalanche francesa era de tal intensidade que me fui sentindo cada vez mais pequenino...

Nunca tinha visto o Glorioso Benfica ser dominado e vulgarizado daquela forma, não há mesmo outro adjectivo, foi um massacre! Mas sobrevivemos ao Massacre do Velodrome e haveríamos de alcançar uma final europeia (a última até aos dias de hoje, perdida frente ao "Super-Milan"). Ouvi o Valdo (um dos maiores génios que vestiu o Manto Sagrado) dizer recentemente acerca desse jogo:

No final, nos balneários, festejámos. Estávamos na Final! Porque depois de um "baile" daqueles, depois de termos sobrevivido àquele jogo com um 2-1, na Luz bastava um golo. Tínhamos saído vivos daquele jogo e com tudo em aberto, por isso, na Luz, com os nossos, de certeza absoluta que faríamos um golo.

Ontem estivemos longe de ser massacrados e, para mim, este Fenerbahçe é muita fraquinho, logo temos obrigação de voltar a ser finalistas numa competição da UEFA. O score não é bom, mas está longe de ser catastrófico, temos 90 minutos para fazer UM golo e não sofre. Dessa forma, estaremos na luta!

Os turcos mostraram ser pujantes (ressaltos, bolas divididas) mas não lhes vi qualquer estratégia ofensiva, um plano, uma forma delineada de atacar. Não jogam grande coisa em contra-ataque (não têm aquele extremo explosivo que desbarata defesas e leva perigo nas botas), de forma organizada parecem-me do mais básico que já defrontámos, mas são uma formação muito física, com vários jogadores compactos e contundentes. E pouco mais.

O Benfica ontem não teve dinâmica. Nem falo da nossa dinâmica habitual, nem contra-atacamos rápido e bem, nem soubemos fazer o carrocel (em posse) de forma efectiva. Jogámos anestesiados e muito provavelmente com um nadinha de confiança a mais.

Podíamos ter resolvido logo cedo, além do remate de Salvio, tivemos algumas aproximações em que "só" faltou uma melhor definição, uma escolha mais simples e inteligente das jogadas. Aí sim, fresquinhos em campo, podíamos ter arrumado com os turcos (que se limitavam ao chutão). O Fenerbahçe não se preocupou em jogar bonito ou dar espectáculo, queria a bola longe da área deles e chegar lá à frente, literalmente aos trambolhões.

Um Benfica concentrado e melhor disposto no terreno, teria ganho e resolvido a eliminatória. Muito provavelmente sem sofrer golos. Luisão e Enzo fizeram mesmo falta. O Jardel - que é um gajo que eu aprecio e até o considero o nosso central mais rápido - teve um início de jogo desastrado, andou aos papéis. Faltas escusadas e infantis, entradas tardias à bola e um posicionamento entre o nada e o longe. Acusou a responsabilidade ou faltou voz de comando ?

Se há coisa em que Luisão é essencial é na organização defensiva, é ele quem alerta todo o quarteto defensivo (e também o médio mais recuado) acerca da disposição no terreno. E depois é um atleta experiente e que não se impressiona com adversários difíceis ou ambientes hostis. E como esta época, o nosso Capitão ainda não fez um dos seus famosos golos decisivos, esperemos que na próxima 2ª (ou 5ª) ele mantenha a tradição.

Enzo Perez, já não há dúvidas, é uma das chaves do êxito desta equipa. Um jogador que alia a finesse técnica de um eleito à raça dos futebolistas argentinos, tem que forçosamente ser craque. E depois tem-se revelado bastas vezes o dínamo de todo o processo ofensivo. Um jogador como Enzo teria sido crucial ontem, já que, infelizmente, o André Gomes não teve o melhor dos desempenhos.

Outro muito apagado foi o Ola John. O Ola John tem futebol para ser muito mais decisivo e fazer muito mais golos. Falta-lhe carisma, falta-lhe "chispa", falta-lhe ir muito mais vezes para cima do adversário. E fisicamente também me pareceu "preso". Com a ascensão de Gaitán parece ter perdido influência no jogo e consequentemente, minutos na equipa. Precisamos de novo "click" no miúdo holandês.

Aimar foi a surpresa. Está para chegar o dia em que eu diga que Pablo César Aimar Giordano não devia jogar. Aimar é Aimar. É o melhor jogador do Campeonato, um dos melhores de sempre do Benfica. Quando oiço o nome Aimar penso sempre nesta citação (o autor que me perdoe - penso que foi um técnico brasileiro - mas não me recordo do seu nome):

Jogador mau é aquele que não consegue fazer um passe que todo o estádio viu; jogador bom é aquele que consegue fazer o passe que todo o estádio já viu ; génio é aquele que consegue fazer um passe que ninguém no estádio tinha visto.

Acho que no fundo Aimar é a definição de classe, é daqueles jogadores que, por si só, valem o preço do bilhete. Portanto, Aimar no 11 ontem, nunca seria uma má notícia para mim. E se foi surpreendente porque o craque argentino tem poucos minutos esta época (e algumas lesões) o que o tem impedido de ter mais impacto dentro do terreno de jogo.

Mas Jesus disse depois, que Lima e Gaitán não estavam nas melhores condições. Ora, André Gomes - apesar de titular em Nou Camp e Alvalade, por exemplo - não deixa de ser um dos mais inexperientes no nosso plantel, e num ambiente como o de ontem em Istambul, era importante ter alguma experiência dentro de campo. E é nessa perspectiva que percebo a titularidade de Pablo Aimar. Com Aimar, à partida, teríamos uma melhor gestão no meio-campo e um melhor critério em passe. Até para os colegas, era importante ver a palavra A-I-M-A-R estampada nas cores encarnadas.

O problema é que (apesar de termos terminado com uma vantagem grande na posse de bola: 60/40) nunca tivemos boas opções no passe e acumulámos várias perdas infantis (desde escorregadelas a ressaltos, a bola parecia ter "picos") o que diminuiu bastante o peso de Aimar no nosso futebol. E, como o próprio argentino já afirmou, também não se encontrou no seu melhor momento ontem. Apesar disso, não sofremos qualquer golo com Aimar em campo, e este dispôs mesmo de uma boa chance de golo (remate por cima da trave de Demirel).

Outra opção poderia ter sido Martins (que também tem acumulado lesões e desperdiçado minutos esta época), mas acredito que Aimar - com mais nome e mais experiência - imponha mais respeito na Turquia. E não, não foi por Aimar que perdemos o jogo.

Perdemos porque voltámos a cometer um erro infantil como em Newcastle (qual seria a ideia de Melgarejo ?? Atrasar para Artur ? Cabecear para ceder canto ? Ou será que não viu a bola ?). Desse cabeceamento horrível, a bola foi parar ao único sítio proibido (3 jogadores adversários soltos de marcação) e estava feito o único golo da partida.

É verdade que tivemos 3 bolas nos postes, mas a primeira é um caeceamento "alto" que desce na parte final e bate já na parte superior da trave, a segunda é um penalty e só na terceira acho que tivemos sorte, porque o adversário estava em excelente posição e o ressalto acabou nas mãos de Artur. Gaitán também enviou uma bola ao poste (remate muito parecido a um golaço que havia feito na época passada ao Trabzonspor) mas ontem não era dia de Benfica.

Foram 38 jogos consecutivos sem perder, 6 meses invictos (desde 23 de Outubro em Moscovo a Istambul) e, apenas a 5ª vez esta época que ficámos em branco (a maior pecha ontem). Foi mau, é pena, mas estamos vivos nos 3 títulos em disputa. Nesta época 2012/2013 só o Benfica tem proporcionado alegrias, só os benfiquistas haviam sorrido. O Sporting apenas provocou gargalhadas e o Porto tem engolido em seco uma e outra vez. Pois bem, ontem foi a 1ª grande alegria de portistas e sportinguistas na época em curso, não deixa de ser sintomático... Mas amigos, quem ri por último ri melhor, e segunda-feira é Dia de Benfica !

«O futebol não é uma questão de Vida ou Morte. É muito mais que isso...» - Bill Shankly

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ressaca Europeia (e fim de micro-ciclo)

Revejo o Newcastle-Benfica e reparo como a equipa inglesa teve ZERO oportunidades de golo no St. James Park. Até o golo que marcam surge "apenas" de uma desconcentração gritante de Garay & Matic. Por outro lado, o Benfica tem 4 oportunidades (além do golo) claras:

- calcanhar de Lima
- remate de Gaitán sem GR na baliza
- cabeceamento de Salvio
- Gaitán isolado, remata à figura

Estas as mais evidentes, mas o Benfica fez inclusivé mais remates (12-10) e teve maior posse de bola (57/43). Na verdade, o jogo esteve sempre controlado até aquela falha que resultou no golo inglês. Sem esse erro, duvido que tivessemos sofrido qualquer golo na noite de ontem. E esse golo é de tal forma surpreendente, que os nossos atletas acusaram o toque e a equipa esteve perdida durante mais de 10 min (ainda assim sem conceder oportunidades de golo ao adversário!).

O coração entrou então em campo, e uma equipa que até aí havia sido tão cerebral, deixou de estar confortável. De qualquer modo, e perante a disposição táctica completamente anárquica dos ingleses, sentia-se que podíamos fazer golo com um pouco mais de calma.

Não surgiu por Gaitán (descaído pela esquerda, isolado, e só com Tim Krull pela frente) surgiu depois com Toto Salvio a antecipar-se ao seu marcador e a fuzilar o keeper holandês. Euforia no banco, no terreno, nos bravos 2000 que se fizeram ouvir várias vezes na transmissão televisiva e um pouco por todo o Universo Encarnado.

13ª meia-final europeia (2ª de JJ). Adversário: Fenerbahce da Turquia.

Tinha dito que preferia evitar jogar no ambiente turco, mas sendo a 2ª mão na Luz estou bastante menos preocupado (adivinha-se noite europeia das antigas na recepção aos turcos). Fizemos golos na Alemanha, França e Inglaterra, faremos golos também na Turquia, certamente.

Depois, este Fenerbahce perdeu algum poderio e a hegemonia turca desde que o seu Presidente foi preso (pois é...só no Apito Dourado ninguém foi dentro) e o eterno rival Galatasaray (único clube turco a vencer uma competição europeia e cujos adeptos serão benfiquistas nesta eliminatória) é hoje a equipa mais forte daquele país.

Sem excessiva confiança, parece-me que podemos voltar a marcar presença numa final europeia depois do Estádio do Prater, em Viena (derrota 0-1 frente ao AC Milan) há mais de 20 anos. Por isso digo-o hoje, se chegarmos à final...venceremos! E Guttman descansará...

Com este jogo de ontem em St. James Park, o Benfica terminou mais um duro micro ciclo em grande (apenas um empate "apurado" ontem). Segue-se um jogo tranquilo na 2ª feira, na Luz, para encontrar o primeiro finalista da Taça de Portugal (Benfica tem uma vantagem de 2 golos - 0-2 - na primeira mão). Jesus deve apresentar uma equipa com várias alterações, dando descanso aos titulares para o derby que se seguirá Domingo.

Paulo Lopes, Maxi, Luisão, Jardel, Luisinho, André Gomes, Carlos Martins, Urreta, Ola John, Aimar e Cardozo. Eu jogava com estes (salvo alguma mazela física que eu desconheça). Rosa e Cancelo podiam estrear-se oficialmente na A...mas devem jogar este Sábado na Covilhã (ou pelos juniores, no caso de Cancelo) e Jesus não os parece colocar na equação da época desportiva 12/13.

É um bom jogo para dar minutos a Pablo Aimar (o mais experiente do plantel e o melhor jogador ainda tem uma palavra a dizer nas muitas decisões que nos restam) e dar descanso a quem mais se justificar. Com menor ou maior dificuldade estaremos no Jamor.

A equipa tem depois uma pausa (de 15 a 21 de Abril) até receber o Sporting e dar início ao último e decisivo ciclo da temporada (falarei nele noutro post). Derby é derby, mas ficarei surpreendido se não vencermos por 3 de diferença. Mas do derby muito haverá ainda por dizer...

Resta desfrutar da magnífica época em curso e acreditar que o treble, o triplete, como lhe quiserem chamar, é mesmo uma possibilidade cada vez mais real.

E Pluribus Unum

Era jogo para ganhar mas... INVENCÍVEIS !!!

O Benfica chega à 3ª semi-final da época (depois da Taça da Liga e Taça de Portugal) num jogo que devia ter representado a 6ª vitória na presente edição da Liga Europa. Cardozo também não marcou (belo passe para Rodrigo - 2 suplentes - no lance do golo de Salvio) e não se "isolou" como o jogador com mais golos ao serviço de um só clube nesta prova europeia. Soube a pouco...

Entrou muito bem no jogo o Benfica com boas oportunidades de golo (calcanhar de Lima, centro-remate de Melgarejo, remate frouxo e mal colocado de Gaitán - sem GR - e cabeçada de Salvio) na 1ª parte. O adversário não só estava controlado, como o domínio de jogo era nosso. A equipa batia faltas rapidamente, não "queimava" tempo e tentava fazer golo. À Benfica, portanto. Lima era uma dor de cabeça (portento físico que sozinho dinamita uma defesa) e Enzo começava a encher o campo.

Veio o intervalo sem alterações no marcador, o que não demonstrava o que se havia visto: um Benfica sólido, com carácter e atitude mas a desperdiçar muito. Ao intervalo a eliminatória devia estar resolvida. Mas não estava.

O Newcastle apostou declaradamente no kick and rush, no jogo aéreo, mas só faz golo depois de uma infantilidade de dois esteios desta época (Matic e Garay), o sérvio tinha o lance controlado, viu Garay - de frente para a bola - aproximar-se e terá pensado que era essa a melhor solução (mas não terá falado); Garay, com a bola e Matic tão próximos, também terá ficado em silêncio..e quando tentou chutar o esférico já este lhe tinha passado (sabe-se lá bem por onde), seguindo-se um cruzamento que torna a ser desviado, mas sorte das sortes, acaba na cabeça do jogador do Newcastle. 1-0. 20 minutos para o fim.

Aqui o Benfica perdeu-se. Não soube jogar com a bola no chão e viu-se chutão atrás de chutão (quase sempre sem nexo), terão sido dos piores minutos da época aquilo que se passou em St. James Park depois do golo inglês. Incapazes de segurar a bola, de a trocar entre si (passes falhados, cortes falhados), o Benfica parecia grogue.

Enzo (que grande exibição) deu mostras da raça e fibra argentina e começou a agigantar-se. Pela esquerda, Gaitán e Ola John desperdiçaram boas chances (sobretudo uma de Gaitán isolado...) para "acabar" com o jogo e a eliminatória.

Foi já com os hoje suplentes, Cardozo e Rodrigo em campo, que os dois gizaram bonito lance na esquerda culminado com cruzamento para o coração da área, onde surgiu Salvio que nem uma seta a fazer o golo do empate. Ainda houve um outro lance para o 1-2, mas o passe não chegou a Cardozo (já dentro da área).

Estava cumprido o 36º jogo consecutivo sem conhecer o travo amargo da derrota. Contente por nova meia-final europeia mas fica um sabor agridoce pela não conquista da vitória...

Basel (a grande surpresa, já "limpou" os milionários Zenit e Tottenham), Fenerbahce e Chelsea são os adversários do sorteio. Nenhum será fácil e não tenho preferências, ou melhor, gostava de bater o Chelsea na final (vingando a roubalheira da última Champions), mas para isso faltarão 2 jogos duríssimos. Talvez a Suíça fosse uma viagem agradável (os portugueses estariam em peso) mas está visto que bater o Basel não é pêra doce. Jogar na Turquia é muito complicado, logo seria viagem a evitar...

Veremos o que o sorteio dita, tendo uma certeza, não somos adversário desejado por ninguém seguramente. Segunda-feira há mais. E é preciso garantir presença no Jamor.

Força Benfica !!!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Liga Europa

Nesta novel competição que sucedeu à mítica Taça UEFA, o Benfica tem 27 partidas realizadas, tendo vencido 19. Na Luz, 13 vitórias em 14 jogos (só o Marselha saiu "vivo", com um empate a 1 bola, que se revelaria escasso face à derrota caseira - 1-2 - que lhes impusemos na semana a seguir).

Ainda segundo a UEFA, o Benfica é o único clube dos presentes que não chega pela primeira vez aos 1/4 desta Liga Europa (é mesmo a terceira: eliminados pelo Liverpool em 09/10 e apurados frente ao PSV em 10/11).

Temos um score 100% vitorioso nesta edição (5 vitórias em 5 jogos) e Oscar Cardozo igualou Radamel Falcao (com 17 golos) como o maior marcador de golos na LE ao serviço do mesmo clube.

Esperemos que amanhã por esta hora estejamos a festejar nova semi-final europeia e a 6ª vitória em 6 jogos. E já agora, que o Tacuara faça aquilo que melhor sabe: golos!!

Boa sorte Sport Lisboa e Benfica, amanhã seremos 14 Milhões contigo!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ó Pardew, nem com um de avanço...

O Benfica actual está irresístivel. Ofensivamente a equipa apresenta soluções para todos os gostos e feitios e volta a ser insaciável. Detalhe: 85 minutos, resultado em 3-1 e Luisão procura a bola para bater rapidamente uma falta, a 5 minutos do fim havia ânsia no Capitão para chegarmos ao 4º golo!

E este é o Benfica que me enche as medidas, o Benfica que luta, corre e quer sempre mais. O Newcastle, recheado de bons elementos, colectivamente nem sabe o que lhe aconteceu. A dinâmica colectiva dos nossos "passou por cima" dos atarantados ingleses.

Importante também a maturidade e calma da equipa, que nunca se precipitou nem perdeu a cabeça, construímos a vitória assente em bom futebol e num grupo que respira confiança por todos os poros. Fizemos um bom resultado (o 4-1 poderia ter surgido, mas também "levámos" com 2 bolas nos postes), porque marcando um golo no St. James Park, o nosso adversário precisaria de 4! Importa portanto fazer golo na Inglaterra para sentenciar a eliminatória, e de todos os jogos europeus da época em curso, só não marcámos em 2 terrenos: Nou Camp (por manifesta infelicidade e/ou displicência) e Celtic Park (com poucas chances e um penalty por marcar sobre Rodrigo).

Perspectiva-se nova meia-final, mas toda a cautela é pouca (há 2 épocas, em idêntica situação, sofremos alguns calafrios em Eindhoven), importa por isso abordar a 2ª mão com personalidade e com o objectivo de marcar.

Antes dessa 2ª mão estaremos em Olhão, já no próximo Domingo, para dar um decisivo passo rumo ao 33º. A concentração tem que estar toda aí (JJ disse inclusivé que preparou a equipa de hoje a pensar no Olhanense.. - olha do que te safaste ó Pardew), porque haverá tempo para descansar e recuperar para a 2ª mão.

Até pelo aspecto emocional, não se pode facilitar no Algarve (onde um "amigo" pagou mês e meio de ordenados; será que é o mesmo amigo que terá preferido uma bilheteira 4 ou 5 vezes menor que o Estádio do Algarve ? - onde neste mesmo Campeonato o Olhanense recebeu o Porto), porque uma escorregadela aí traria ânimo aos adversários e retiraria confiança para a Liga Europa.

Vai ser um jogo sofrido o do próximo Domingo, mas acredito que a vitória será imensamente saborosa. Aguardemos com expectativa, é já Domingo que o Maior volta a entrar em campo!