Uma data inesquecível, a de 14 de Maio de 1994, para todos os benfiquistas. É, para mim, o mais fabuloso jogo que vi do nosso Benfica, de tantas e tantas tardes e noites de glória, o "3-6" é ainda o topo da minha vida benfiquista.
Pela importância do jogo (numa altura em que a vitória valia 2 pontos, o Benfica visitava Alvalade com um curto pontinho de vantagem, e surgia numa forma anímica diametralmente oposta ao Sporting, que desde 82 nunca estivera tão próximo de ser Campeão. O Benfica desperdiçara a sua vantagem com alguns maus jogos antes da visita ao rival da segunda circular, que por esta altura apresentava uma equipa fabulosa: Balakov, Figo, Paulo Sousa e companhia. Aliás, o favorito para este jogo era o Sporting, o Benfica parecia condenado à derrota numa conjectura "complicada": por exemplo, Abel Xavier - lateral direito até aí - foi trinco e Rui Costa nem sequer foi titular, isto depois do "afastamento" dos russos Yuran & Kulkov);
Pelo tira-teimas definitivo entre dois rivais que tinham incendiado o último defeso (o "Verão Quente" de '93, onde o Sporting "roubou" Paulo Sousa e Pacheco e tentou ainda levar JVP, Rui Costa e Isaías. Um Verão onde o Sporting se aproveitou das nossas inúmeras dificuldades financeiras para tentar degolar o Glorioso e troçar disso mesmo: nunca esqueço a frase deles - e de Sousa Cintra - referindo que a estátua de Eusébio estava com a mão estendida...para pedir esmola).
Pela exibição descomunal dos nossos jogadores (sobretudo João Vieira Pinto, que nesse dia subiu ao Olimpo benfiquista, tendo recebido pela primeira vez a nota máxima - 10 - do jornal A Bola )
Pelas dificuldades encontradas e ultrapassadas sem nunca virar a cara à luta (o Benfica entra num ambiente hostil, começa a perder 1-0, empata, volta a ficar em desvantagem e torna a empatar 2-2. Ainda antes do intervalo "vira" para 2-3 e não mais perdeu a liderança no jogo. Uma das muitas imagens iconográficas desse jogo - que gravei no velhinho VHS e devo ter revisto centenas de vezes - é da cara de Carlos Mozer no início, na apresentação das equipas. A face fechada e concentrada do Lobo Mau pode indicar pouco mas significava tudo: o Benfica estava ali para lutar e ganhar!)
Portanto é fácil perceber o que é que a efeméride de 14 de Maio representa para todos nós, sobretudo para aqueles que seguiram de perto aquela época, ou aquelas épocas de 92/93 e 93/94.
20 anos depois vamos viver um novo '14 de Maio', esperamos nós, com um desfecho semelhante. E se não atingirmos a mesma brilhantez ou resultado largo, que consigamos, também hoje, sorrir com a vitória (na) Final.
Eu nunca vi o Benfica vencer uma prova europeia mas sei que vou ver antes de morrer, se possível mais que uma e se possível, que hoje seja a primeira!
E PLURIBUS UNUM
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