...que isto de bater em mortos está a perder a piada.
Voltámos a defrontar o Porto, desta vez no Dragão, pouco tempo depois do baile da 2ª mão da Taça de Portugal, mas a consequência foi igual: Benfica na final. Entrámos muito bem no jogo, soltinhos, a jogar sem complexos perante um Porto menor e desconexo. Nós, com os suplentes dávamos cartas perante o melhor 11 adversário.
Depois de bons 15 minutos, onde podíamos e devíamos ter marcado (pequenos ressaltos e passes fracos impediram maior perigo), o Porto consegui chegar-se à frente e foi dominando o jogo até ao intervalo. E dominou muito mais depois da expulsão (exagerada ?) do central Steven Vitória (desastrado até ali).
Foi na primeira parte que o Porto teve as melhores chances de golo (uma incrível de Jackson sem ninguém na baliza), pois na segunda foram mais atabalhoados. Sobrevivemos na primeira parte, onde o Porto poderia estar em vantagem mas mostrámos união e sacrifício.
Na segunda parte, Jesus reuniu as tropas e a equipa (com 10) foi irrepreensível defensivamente. Não houve sufoco, não houve perigo de golo e mesmo fisicamente (nós jogámos a alta rotação na quinta-feira enquanto eles estavam...no sofá, a ver-nos jogar) não se notou grande superioridade.
O Benfica parecia um muro de 3 metros e eles uma criança a olhar, sem ideia nenhuma de como ultrapassar aquele obstáculo. Ainda conseguimos um contra-ataque perigosíssimo que Ivan Cavaleiro (exausto) desperdiçou.
Tenho que destacar 3 gigantes hoje (além dos benfiquistas no Estádio, que logo no primeiro minuto cantavam «Campeões, Campeões, nós somos Campeões»; ou ainda quando brindaram os rivais com «Olé's», mesmo jogando com 10, LINDO!):
OBLAK: terá feito o melhor jogo com a camisola do Benfica, simplesmente perfeito! A forma tranquila como ele dominou o espaço aéreo foi impressionante. E fá-lo sempre bem, com a maior tranquilidade do Mundo. Ainda teve tempo para parar um dos penaltys com uma grande defesa.
ANDRÉ ALMEIDA: correu quilómetros, lutou com uma raça à Benfica e ainda teve tempo para puxar pelos adeptos. Quaresma terá pesadelos com ele, chegou a mudar de flanco tal era a fibra intransponível do nosso André. Já no jogo com a Juventus, quando entrou, fartou-se de correr para ajudar a equipa. Com meninos com a raça, querer e ambição deste André...o futuro do Benfica está garantido.
JARDEL: já várias vezes mostrou ser um guerreiro, esta época inclusive jogou 80 minutos com a cabeça "rachada", mostrando bem o profissionalão que é. Hoje, chegou a braçadeira de capitão (depois da saída de Amorim) e foi um gesto merecidíssimo. O Jardel é uma pessoa humilde e muito trabalhadora, que "não faz ondas" e prefere aplicar-se ainda mais, é um dos grandes vencedores desta noite. Depois, como se tudo o que já havia feito fosse pouco, ainda se chegou à frente e bateu uma das penalidades de forma certeira. Se a exibição e a penalidade já eram de grande nível, Jardel ainda decidiu dar show na flash-interview (mais uma vez, a decisão de ser ele a falar, pareceu-me uma decisão acertada). Primeiro colocou o Porto na ordem dizendo que o adversário não devia, não podia (!!) estar triste porque os seus atletas e dirigentes sempre desvalorizaram a competição. E terminou com um gesto enorme, dedicando a vitória ao companheiro Steven Vitória, que havia tido uma tarde desastrada. GIGANTE Jardel!!
O Benfica pode terminar 13/14 como a melhor época da sua História, para mim. Eu sei que uma Champions é uma Champions, mas por exemplo, nunca vencemos 3 competições numa época, e que me desculpe o Rio Ave, mas a coisa não será nada fácil para que eles nos impeçam de o fazer. Se eventualmente juntarmos a LE, passam a ser 4 competições numa única época e isso, esperemos que não irrepetível, é algo mítico!
Se a tudo isso juntarmos o, provavelmente, fim da época mais difícil de sempre (em Maio último), as façanhas de 13/14 ganham estatuto Legendário. Oxalá estes heróis mantenham a mesma competência e atitude, o mesmo desejo e raça para escreverem o seu nome a letras de ouro num dos poucos emblemas míticos do Mundo do futebol.
P.S. - Manuel Queiroz. Adoro-te pá. Os risinhos nervosos sempre que havia um comentário ou decisão contrária ao Porto foram alimento para a minha Alma. Quando chegaste ao desplante de dizer que, para ti, cartão vermelho só se for mesmo grave (depois de duas lambadas do Danilo nas costas do Garay) fui ao êxtase da alegria. Tu, o gajo que ao ver James Rodriguez dar um murro num gajo do Feirense em Aveiro disseste que o cartão vermelho era exagerado. Épico. Como o jogo. E como épica foi a azia daquele gajo que apresenta o MaisFutebol, o Cláudia Lopes (olhava para ela e lia-se na sua cara o que estava a pensar: Terra, engole-me.).
P.P.S. - a palavra 'épico' não pode ser usada em vão por um benfiquista, porque para o nosso Benfica nunca há impossíveis, mas começo a precisar de um dicionário novo para conseguir adjectivar a época actual. Que o sonho continue, que o Karma não deixe o "trabalho" a meio.
Sem comentários:
Enviar um comentário