segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Benfica 1 - 1 Artur

Frustrante.
Foi assim o derby de ontem para o Benfica. Desperdiçámos demasiadas oportunidades e, como se fosse pouco ainda oferecemos um golo ao Sporting. E oferecer talvez seja pouco para descrever aquilo que Artur fez naquele lance. Vi aquilo e senti a mesma estupefação que se um jogador nosso tivesse chutado a bola intencionalmente para a nossa baliza. Inenarrável.



Avancem para o minuto 0:48. Eliseu atrasa para Artur, e até lhe coloca a bola no pé "bom" (se é que Artur tem isso...), o direito. O GR está no lado esquerdo (mais congestionado) da área e tem muito espaço à sua direita. Tem duas opções lógicas e simples: a primeira é chutar com força de primeira (mesmo que para fora), a segunda é dominar e girar o seu corpo para a direita para mais facilmente chutar "para dentro do campo" (se é que não quer fazer o típico charuto para fora.

0:49. Artur, com uma calma/lentidão arrepiante, domina a bola e demostra uma "moleza" premonitória face a dois sportinguistas que se aproximam dele a grande velocidade e lhe diminuem o espaço. Marco Silva diria, no final, que a estratégia do Sporting passava por pressionar alto, homem a homem, o Benfica, para evitar que este saísse a jogar desde a defesa. Este lance é apenas um exemplo prático dessa intenção.

0:50. Inexplicavelmente, Artur, em vez de fazer o "campo grande" virando-se para a sua direita, faz o "campo pequeno" virando-se para à esquerda. Esquerda onde tem pouquíssimo espaço e onde Carrillo está a pouco mais de 1/2 metros dele.

0:51. O absurdo acontece. Artur tenta colocar a bola no sítio mais difícil e perigoso (!!), em Eliseu, com - pasme-se - um chapéu a Carrillo. Àquela distância, arrisco dizer que não era um passe nada fácil de executar (o adversário está perto demais) e era mal jogado, porque Eliseu estava sozinho e há um sportinguista (André Martins ?) que, muito provavelmente chegaria primeiro à bola que o ex-Málaga.

Para completar a sucessão de acontecimentos bizarros, Artur consegue escorregar/gatinhar depois do seu passe ter sido interceptado. Se isto não tivesse acontecido, Artur poderia ter facilmente chegado à bola antes de Slimani fazer o golo. Mas o que se viu uma dureza de rins, uma incapacidade embaraçante de demonstrar agilidade ou, vá, velocidade de processos.

Artur é finito.

Dir-se-á que Artur borrou a pintura redimindo-se no remate de Slimani perto do final da partida. Eu digo que não e deixo duas notas. A primeira é que eu não acho que tenha sido grande defesa, a bola continua o seu percurso e não é outro frango por alguma sorte, grande defesa seria ele blocar a bola para a lateral (esquerda neste caso) ou agarrá-la. Neste lance ele tem sorte de a bola ter batido nele e não ter entrado, não vi nada de extraordinário no lance e na sua deficiente abordagem. Depois, Artur trouxe-me à memória a época de 93/94. Nessa época do 3-6, houve outro jogo mítico em Leverkusen (4-4) e recordo-me particularmente dessa altura. Durante um mês ou mais (aconteceu no 4-4 e no 3-6, para mencionar só dois casos) os cantos contra o Benfica eram quase penaltys, tal a tremideira e o burburinho que se sentia no campo e no Estádio a cada pontapé do quarto de círculo. Neno era o GR da altura que parecia incapaz de socar uma bola (já não digo agarrar) vinda de um canto. Então, tal como hoje, tínhamos um grande central (Mozer), mas o nervosismo daqueles lances, e de Neno em particular, acabava por afectar toda a gente na defesa.

Aquela equipa haveria de dar a volta a essa situação porque ofensivamente era portentosa (JVP e Rui Costa entre muitos outros), a equipa de hoje tem que retirar Artur da baliza sob pena do vírus dos cantos afectar toda a equipa e adeptos.

Já o escrevi e repito: Artur é um ex-futebolista de elite mas ainda ninguém o avisou.

Este lance, além de nos ter retirado 2 pontos, haveria de marcar o subconsciente de toda a equipa até ao intervalo. O Benfica que entrara muito bem e chegara à vantagem, sentiu o "suicídio futebolístico" de Artur como um soco demasiado forte no estômago. Era óbvio que nas mentes de alguns jogadores passou a estar a incredibilidade da ação de Artur, e isso não só desconcentra como retira motivação.

O Sporting equilibraria o jogo até ao intervalo, mas mais fruto de contenção e posse do que perigo efectivo. Aliás, gostei mais do Estoril de Marco Silva o ano passado na Luz do que deste Sporting.

No segundo tempo começámos com 2 falhanços: chapéu de Gaitán e remate de Salvio (a cruzamento de Nico Gaitán) rente ao poste. Aliás, Salvio haveria de falhar mais 2 chances, uma delas flagrante, no centro da área e sem oposição.

André Almeida também esteve perto de se estrear a marcar num derby num bom cabeceamento para grande defesa de Patrício (que quanto a mim também não ficou muito bem na fotografia do nosso golo, apesar da magistral jogada colectiva; aliás Patrício já frangara na última época num cabeceamento de Luisão, mas o erro de Artur até essa "comédia" supera).

Podíamos e devíamos ter vencido ontem, e o sentimento de frustração é enorme por causa disso. Disso e da falha grotesca de Artur. Nem o mal-amado Roberto terá feito uma daquelas...

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Do borrego ao alcatrão, aí vai o Campeão

Primeiro objectivo (vencer Supertaça + 1ª jornada do Campeonato) atingido. Sem grandes euforias ou brilhantez mas longe da depressão generalizada que os opinadores e escribas do alheio tentaram transmitir. A verdade, dura e crua, é que já temos um título (o único disputado), não sofremos qualquer golo e entrámos a vencer na principal competição nacional, coisa inédita para as bandas da Luz desde 2004/05.

O "borrego" da jornada inaugural terminou hoje com a vitória por 2-0 sobre um muito interessante (e personalizado) Paços de Ferreira. E vou começar mesmo por aí, por um Paços muito bem orientado por Paulo Fonseca, a jogar de "cabeça erguida", no campo todo e tacticamente muito bem trabalhado. O Paços não vai ser 3º nesta época, mas vai ser um osso duro de roer e trará competitividade a uma Liga Portuguesa cheia de treinadores de retranca ou "do pontinho".

E só um grande treinador desceria 2 ou 3 degraus de forma impávida e serena, demonstrando - novamente - que é, sem margem para dúvidas, bom treinador. Paulo Fonseca voltará a um grande e voltará por méritos próprios. Agora, liberto das amarras de uma cartilha sensaborona e repetitiva verá o seu trabalho falar por si. Boa sorte para ele e para o Paços.

O Benfica, por sua vez, entrou mole, adormecido e foi dominado por um Paços tacticamente a roçar a perfeição e que se impôs nos primeiros 25 minutos. Cedo na partida Cosme que vinha: amarelo patético a Enzo Pérez aos 4 (!!) minutos e um penalty assinalado com o olho de lince... Admito que há falta (escusada) de Eliseu, mas este é um penalty ao ralenti, só se vê na repetição em câmara lenta, porque na velocidade "natural" parece uma teatralidade de Hurtado (que também existiu). Mas estou com Jesus, acho muito difícil - na posição onde estava - que Cosme Machado pudesse ser tão peremptório.

Mas adiante. O "pára-penaltys" Artur (que fez o melhor jogo em muito, muito tempo, praticamente perfeito) emergiu e voltou a ser herói, uma semana depois de Aveiro. De resto, por esta altura víamos um Enzo de baixa rotação e um Talisca, novamente engolido no sector mais recuado do Paços. Curiosamente - ou não - o brasileiro só se destacou quando recuou no terreno e conseguiu mostrar a sua qualidade de passe e visão.

O Benfica chegaria à vantagem pelo intratável Maxi Pereira (que já havia dado uma bola de golo a Lima) depois de boa combinação com Gaitán. Concretizou dentro da área e de pé esquerdo! Outra vez muito bem Maxi e outra vez muito bem Salvio, que parece imparável e haveria de fechar as contas depois de outra excelente jogada colectiva (e nova assistência de Gaitán), ao cabecear no segundo poste, bem ao seu estilo.

Amorim foi outro dos destaques positivos, nunca parou e conseguiu ser o pulmão e o cérebro ao mesmo tempo. Voltei a achar que Eliseu tem deficiências defensivamente e abre muito espaço no seu flanco. Lima foi outra vez perdulário (apesar de sempre esforçado e lutador) num jogo onde devia ter feito um ou dois golos. Jara jogou cerca de 50 minutos e aliou coisas interessantes com "paragens cerebrais" inadmissíveis em alta competição, tem que crescer muito se quiser ter uma palavra neste plantel.

Foi uma vitória q.b., sem espinhas perante um bom Paços de Ferreira e que abre boas perspectivas para o "alcatrão" do Bessa no próximo domingo. Depois de duas vitórias transcendentes, o novo objectivo passa por mais duas: Boavista e Sporting. Chegando assim à primeira pausa do Campeonato na liderança, com 9 pontos e com um dos candidatos a, pelo menos, 5 pontos.

P.S. - não me lembro de um Campeão ter sido tão menosprezado pela Comunicação Social portuguesa no arranque de uma Liga. Lembro-me de vários dream team (em teoria, no papel) do Benfica terem sido secundarizados face ao então Campeão, por isso mesmo, por "os outros" serem os campeões. Mais, este ano há um candidato com bastantes mais mexidas no 11 (o Benfica apresentou 2 caras novas apenas, nos 2 jogos disputados), incluindo até uma mudança técnica e passa-se por acima disso tudo de forma olímpica oferecendo, praticamente, o título em bandeja de ouro. Ele são as contratações fabulosas (claro que sim, quem diz isso também escreveu que Capel era a maior contratação do defeso, um defeso onde, entre outros, chegou Witsel ao futebol português...), a pré-época arrasadora, etc., mas as contas fazem-se no fim e talvez esse menosprezo faça muitos "delinquentes da pena" engolirem essas palavras.

P.P.S. - não há volta a dar, o Porto fez um all in nesta época, contratou e investiu com nunca numa jogada de elevado risco face a um técnico sem qualquer histórico ou conhecimento do nosso futebol, por isso prevejo muitas jogadas de bastidores e inúmeras arbitragens polémicas. Para o bem do Benfica e para o bem do Desporto, oxalá me engane e tudo se desenrole da forma mais limpa e clara possível, mas...mais vale prevenir que remediar.

domingo, 17 de agosto de 2014

Benfica: pré-época 14/15

Continuo a achar que a pré-época 13/14 foi a mais deprimente a que assisti. Este ano, apesar dos horríveis resultados e exibições, houve sempre a sensação que aquele não era o nosso Benfica, que faltavam os melhores (Enzo e Luisão, por exemplo) e que haveriam de chegar melhores reforços.

Não temi nem tive a angustiante sensação da pré-época anterior, onde, com toda a gente disponível, assistimos a maus resultados, más exibições e uma descrença crescente entre os adeptos. Esta época chegámos a fazer um mês sem 3 centrais (Luisão, Jardel e Lisandro), logo os 3 mais categorizados, jogando vários jogos com um brasileiro inexperiente (César) e outro experiente mas a milhas da alta roda europeia (Sidnei).

E no centro do terreno, que sempre foi o núcleo duro da tripleta (Luisão, Garay, Enzo e Fejsa) ninguém jogou um minuto que fosse, e isso paga-se caro. Mas vamos à análise individual:

ARTUR: é um futebolista reformado que continua a competir. É preciso que alguém no Benfica saiba isso e procure defender os superiores interesses do Clube afastando-o da titularidade. Lembro-me da estreia de Artur. Eu, que torci o nariz à sua vinda do Braga, fiquei surpreendido com as exibições frente ao Twente (pré-eliminatória Champions), em Enschede mostrou-se rápido, com várias "manchas" brutais e uma exibição de grande nível. Na 2ª mão, na Luz, fica na retina uma defesa do outro mundo (à Gordon Banks) depois de um cabeceamento de Bryan Ruiz. É verdade que foi o primeiro GR no pós-Roberto, mas demonstrou logo no início um nível altíssimo. Haveria de "frangar" poucas semanas depois, numa vitória caseira (2-1) frente ao Vitória de Guimarães (o jogo dos 3 penaltys de Cardozo), o que levou a algum arrefecimento acerca da sua qualidade. Foi tendo um nível regular, raramente comprometendo, mas no último ano baixou drasticamente o nível tendo atingido o "fundo" nesta pré-época onde não demonstrou reflexos, velocidade, NADA. Deitava-se imediatamente face a um avançado adversário e já não se conseguia levantar sequer quanto mais ter reacção para executar uma defesa. Parecia um jogador pastelão que entretanto foi colocado na baliza. A sua confiança não seria certamente a melhor, mas restavam-lhe 2 hipóteses: ou trabalhava com afinco, redobrando a dedicação ou afundava-se definitivamente num poço sem fundo. Optou por baixar os braços. É verdade que até defendeu 3 penaltys na última Supertaça, mas para mim Artur não tem sequer condições para permanecer no Benfica. VEREDICTO: sair/vender/emprestar

PAULO LOPES: é dos nossos, é mais um benfiquista, só que dentro do campo. Teve mais minutos que em qualquer outra pré-época e chegou a estar nas cogitações de JJ para a titularidade face ao péssimo nível de Artur. É um membro importante do balneário, pela veterania e benfiquismo, e parece-me uma escolha perfeita para 3º GR. VEREDICTO: manter.

LUÍS FELIPE: horrível. Não há forma mais suave de o dizer. Mau, colocação a um nível amador, técnica na mesma linha e fisicamente deplorável. Não consigo vislumbrar como alguém encontrou ali (nele) algo de jogador de elite. Um jogador ao nível dos barretes de Rojas, Escalona e tantos outros "marretas" que vestiam o Manto Sagrado numa fase negra da nossa História. VEREDICTO: vender/oferecer/emprestar/livrar-nos dele.

MAXI: a raça e a alma desta equipa. VEREDICTO: imprescindível.

CANCELO: digo-o há algum tempo, tem tudo para ser o Coentrão do lado direito (no Benfica e Seleção) mas esta pré-época não mostrou nada disso. Tem técnica superior, tem pique, tem velocidade e sabe cruzar mas falta-lhe o resto: posicionamento, concentração e sacrifício. Prefiro não acreditar que a fama lhe terá subido à cabeça e que se acha uma "estrela" superior a outros, mas o que Cancelo mostrou nesta pré-época foi de uma infantilidade atroz acumulando erros tácticos atrás de erros tácticos. Lembro-me da 1ª época de Cancelo na equipa B (ainda júnior) onde foi várias vezes o nosso melhor elemento, na última época baixou o nível e nesta pré-época esteve irreconhecível. Se o menor rendimento da última temporada pode ter várias razões, incluindo falta de motivação, nesta pré-temporada com os AA não se viu qualquer interesse em transcender-se ou lutar por um lugar. Também acho estranho que Jesus não queira tê-lo já às suas ordens para o trabalhar como fez com o Fábio Coentrão, porque Cancelo tem tudo (física e tecnicamente) para ser um portento no futebol português. VEREDICTO: teria ficado com ele na equipa A, emprestando-o prefiro vê-lo numa boa equipa europeia que na I Liga.

SIDNEI: incrível como do defesa que encantou em 2008/2009 não resta nada, quem vir essas imagens e as de hoje repara que deve ter 10 ou 20 kgs a mais (logo aí se demonstra o seu profissionalismo...), no resto tem tudo a menos: velocidade, corte, sentido posicional, capacidade de desequilibrar incorporando-se no ataque. Tudo isso desapareceu. Sidnei, tal como Artur, parece um ex-futebolista de elite. É verdade que nunca fez parte das contas e apenas foi chamado perante a nossa razia entre os centrais, mas desaproveitou completamente a última oportunidade entre nós. VEREDICTO: vender.

CÉSAR: é um jovem com algumas qualidades interessantes, técnica razoável, alguma velocidade e gosta de sair a jogar. Mas é muito inexperiente, demonstra falta de maturidade no posicionamento e nalgumas abordagens aos lances. É verdade que teria rendido muito mais com outro central ao lado que não Sidnei, mas está muito verdinho ainda para o exigente futebol europeu. Acho que pode crescer e aprender muito com Jesus e Luisão, por isso o manteria no plantel. VEREDICTO: manter.

JARDEL: jogou muito pouco fruto de lesão mas é claramente o melhor central depois de Luisão. Rápido, forte e bom no jogo aéreo. Esta pode ser a sua grande época afirmando-se como titular. VEREDICTO: manter.

LUISÃO: o capitão! VEREDICTO: imprescindível.

BENITO: jovem suíço que foi uma boa surpresa para mim, é um atleta: forte, robusto e competitivo. Acho que pode crescer muito, sobretudo ofensivamente onde sempre me pareceu recatado. Pareceu-me ser um profissional sério que não vira a cara à luta e que tem muita vontade de aprender. Não está ainda pronto para ser titular, mas veremos se Jesus não desencanta aqui mais um bom valor para o Benfica. VEREDICTO: manter.

ELISEU: já se sabe que gosta de atacar e que se integra com propósito na manobra ofensiva, tenho algumas (para não dizer muitas...) dúvidas acerca da sua competência defensiva em despiques directos com extremos direitos de categoria. Resta-me confiar na decisão de JJ que o conhece bem. VEREDICTO: manter.

JOÃO TEIXEIRA: é o "dono" desta pré-época, o grande nome e a grande surpresa desse período. Acumulou grandes exibições (até um golo fez) e demonstrou uma vontade inexcedível e uma qualidade muito, muito interessante para se afirmar entre os seniores. É um jogador intenso, de muita rotatividade (até por aí vejo-o mais como '8') e tem um grande pulmão. Terá pouco espaço face à contratação de um médio (ou 2) que se avizinha, o que é pena, porque o João Teixeira demonstrou mais vontade, carácter e qualidade que muito consagrado... VEREDICTO: manter nos AA.

RUBEN AMORIM: tal como de Jardel, espera-se muito de Amorim esta época. Tem uma maturidade futebolística assinalável, e sem lesões é um sério candidato a titular deste Benfica. Conhece todas as facetas do jogo e daquilo que Jesus pretende dele. Fundamental nesta época. VEREDICTO: manter.

ANDRÉ ALMEIDA: começo pelo veredicto, é para ficar. O André é hoje um dos "meus" imprescindíveis no Benfica, joga em várias posições e joga quase sempre muito bem. Seja numa das laterais ou no meio-campo, AAlmeida é um competidor de valia e que não se pode menosprezar. Cresceu muito com JJ e pode esta época dar outro salto qualitativo, oxalá que isso aconteça porque é um dos membros muito importantes do balneário. VEREDICTO: manter.

TALISCA: jogador muito interessante, fiquei impressionado com a visão de jogo e qualidade de passe dos primeiros jogos. Depois demonstraria um irritante remate fraquinho na hora de visar a baliza. Também precisa evoluir muito tacticamente, se o conseguir talvez possa ser uma mais valia jogando mais recuado no terreno, é a minha opinião. Falta-lhe alguma intensidade mas a categoria está lá, veremos se Talisca consegue atingir o próximo estágio da seu crescimento futebolístico: ser competitivo e afirmar-se no rápido futebol europeu. VEREDICTO: manter.

OLA JOHN: apareceu a mil à hora nesta pré-época, fazendo relembrar os seus melhores momentos entre nós. Potente, rápido e desequilibrador, parecia o mais afincado e motivado dos atletas mas no 1º jogo a sério, na Supertaça, já parecia o molengão dos últimos tempos de Benfica. Ola John pode ser um grande extremo quando aprender os movimentos colectivos (e sobretudo sem bola) e for mais expedito nos momentos de decisão. VEREDICTO: manter.

GAITÁN: que dizer do Picasso argentino que ainda não tenha sido dito ? Génio, génio, génio! VEREDICTO: indiscutível.

SALVIO: outro dos "jugones", e outro imprescindível. Muito potente, vertical, quase impossível de parar quando está em forma. É um reforço de peso esta temporada. VEREDICTO: indiscutível.

ENZO PÉREZ: forma com Gaitán e Salvio um trio de respeito no Benfica, é o jogador mais preponderante do Benfica e o mais difícil de substituir. VEREDICTO: imprescindível.

CANDEIAS: havia dito que me parecia um extremo tacticamente competente e na linha do que Jesus gosta, mas nesta pré-época demonstrou que é curto para o Benfica. Se não houvesse excesso de extremos talvez o mantivesse no plantel, mas se não sair ninguém tem vida muito difícil. VEREDICTO: emprestar.

LIMA: é hoje o melhor avançado do Benfica, luta como poucos, abre espaços aos companheiros e tem uma muito interessante média de golos na Luz. É intocável. VEREDICTO: manter.

DERLEY: chega como segundo melhor marcador da I Liga e com um bom jogo aéreo como cartão de visita, mas na pré-época mostrou muito pouco. Talvez seja importante quando estiver melhor integrado, porque tem características interessantes: pelo ar e a segurar jogo de costas para a baliza. VEREDICTO: manter.

JARA: outra desilusão. Eu gostei da primeira passagem do Jara na Luz, jogando pouco e quase sempre fora da posição central, fez vários golos (mais de 10) e alguns importantes (recordo um golaço ao Estugarda e outro na final da Taça da Liga), deixando no ar a sensação que poderia render muito mais com outra continuidade. Nesta pré-época não houve nada disso, trapalhão e pouco em sintonia com a equipa. Se não vier nenhum avançado (como parece) ficará, mas já tenho sérias dúvidas que possa trazer algo à equipa. VEREDICTO: manter sem novo avançado, vender/emprestar se vier.

NÉLSON OLIVEIRA: jogou pouco e fez pouco para aproveitar outra das oportunidades que tem tido. Mas eu gosto do Nélson, tem um excelente toque de bola, é potente, rápido, desmarca-se bem, enfim, é um jogador de qualidade superior que parece não ter "cabeça". Lembro-me da irreverência dele, com 16 ou 17 anos, a fazer "elásticos" num jogo contra uma equipa estrangeira na pré-época 08/09, com Quique Flores. O Nélson podia ser um caso sério e titular indiscutível da Seleção e do Benfica se utilizasse essa sua irreverência em prol da equipa. Ainda acredito que pode explodir definitivamente nesta época. Assim ele pense o mesmo... VEREDICTO: manter.

BÉBÉ: no agora "Tiago" vejo menos potencial que muitos eruditos do futebol, além de uma boa velocidade, pouco mais encontro neste miúdo. Cruzamentos inenarráveis, e técnica a roçar o fraquinho. Mas no futebol de hoje em dia a potência e velocidade disfarçam muita coisa, oxalá me engane e esteja aqui um cracalhão. Eu e o Benfica agradecemos. Mas só o vejo como extremo, não acho que possa fazer nada de relevante noutra posição que não as faixas. VEREDICTO: manter (que remédio).


Há mais jogadores no plantel mas que ainda não jogaram. De Lisandro López já esperei muito mais, entretanto as expectativas baixaram, mas é um defesa de boa técnica (e isso é muito importante no nosso modelo de jogo) e perigoso nas bolas paradas ofensivas. Pizzi é um dos jogadores em que deposito maiores expectativas esta época, tem golo, técnica, rapidez e é bom em espaços interiores. Não sei onde vai jogar, mas conto que seja um dos bons destaques deste Campeonato. Sulejmani também ainda não jogou e parte com relativo atraso face aos colegas, pode ser um dos que aproveita as saídas de jogadores. Fejsa estará parado até Janeiro (e muita falta tem feito!).

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Filipe Vieira, o político

Na última entrevista do Presidente do Benfica havia ficado - e bem - o soundbyte 'Luís Filipe do Bairro das Furnas'. Hoje pouco vimos do Luís Filipe do Bairro das Furnas, entrou em campo 'Filipe Vieira, o político'. Falou muito para dizer pouco e respondeu o mesmo a diferentes questões.

Há um ponto certo em relação à problemática financeira: se o Benfica sempre foi um excelente parceiro para a banca, se sempre foi cumpridor e deu muito dinheiro a ganhar às instituições bancárias (Vieira mencionou 200M de juros pagos em 10 anos), não faz qualquer sentido que a marca BENFICA deixe de ser patrocinada e/ou deixe de dar dinheiro a ganhar aos seus parceiros económicos.

Essa parte parece-me básica e lógica, o Benfica está longe de ser um activo tóxico. Ainda assim, Vieira não quis aprofundar muito o tema, ou por não ter ainda projectado o futuro próximo com o Novo Banco ou por não vislumbrar razões para que a torneira feche para o seu lado. Mas notou-se ali um desconforto, até pela linguagem corporal (risos forçados) de Vieira, acerca do caos Espírito Santo.

Naquilo em que Vieira se mostrou assertivo foi em garantir total cumprimento das obrigações do Benfica e em negar qualquer problema de tesouraria do Clube. E acredito que haja exagerada especulação nas ligações do futebol à banca (porque ninguém conhece todos os dados) e uma - aí bem mais suspeita... - histeria em associar o Benfica à queda do BES.

E essa "teoria" de afundar o Benfica no Grupo Espírito Santo, ganha contornos maiores se repararmos na aparente fixação de alguns agentes desportivos em descapitalizar o plantel do Benfica como se não houvesse mais alvos ou outros grandes jogadores de futebol nesse mundo fora. Não acredito em coincidências, portanto há (ou houve) gente interessada em criar um reboliço de proporções calamitosas a todo o custo. E para isso usou a seu belo prazer uma CS sedenta de sangue mas cada vez menos fidedignamente informada, são as "canetas de aluguer".

Vieira deu até um belo exemplo: Danilo Pereira. O jogador faz capa hoje pela suposta transação iminente para o Benfica (que Vieira negou categoricamente). Se a CS tivesse memória, recordar-se-ia que o jogador saiu do Clube em conflito e que terá confidenciado então que queria sair porque Jesus não ia apostar nele e ele queria jogar. Com Jorge Jesus ainda no banco encarnado, como podem os mesmos jornais desportivos escrever agora que JJ aprecia o jogador ?

Mas a questão Danilo vai mais longe que isso, remete para um conflito com o Clube (o jogador terá pedido valores incomportáveis para um júnior depois de já se ter comprometido com o Parma, tendo fechado as portas de um regresso logo ali). Por aqui podemos compreender melhor como a CS vive sei rei nem roque e entregue a interesses tudo menos isentos ou equidistantes, porque não se leu nada ou quase nada acerca das relações de outros clubes portugueses com a banca. Clubes com prejuízos recentes incomparáveis com o lucro que se regista no Estádio da Luz.

Se na parte financeira ainda pairam algumas dúvidas que só o Novo Banco poderá esclarecer, na vertente desportiva Vieira foi mais longe e respondeu de forma mais clara. Começou por distinguir Garay e Cardozo das restantes vendas porque essas duas foram "opcionais", ou melhor, tiveram o anuimento  do Benfica. O argentino terá tido uma oferta "das arábias" do Zenit que se tornou irrecusável face ao vencimento na Luz (e que já era muito pesado para os nossos cofres, Ezequiel Garay era o atleta mais bem pago do plantel) e estando no último ano de contrato, o Benfica teve pouca margem de manobra. O que me continua a fazer "espécie" é não terem aparecido outros interessados. Os agentes que se desdobram a oferecer propostas e clubes, não conseguiram neste caso arranjar um clube top que oferecesse 7M (no mínimo) ? Ou o salário de Garay na Rússia é de tal forma elevado que só uma mão cheia de clubes conseguiriam igualar (e estes não teriam então interesse no Garay) ? Só assim consigo perceber esta venda.

O caso de Óscar Cardozo foi bem mais simples, o Benfica estava interessado em vender, o paraguaio faz o último grande contrato da carreira (3M líquidos por época) e deixa algum dinheiro nos cofres depois de ter perdido bastante espaço de manobra dentro dos relvados.

Também gostei de saber que Cancelo, Cavaleiro e Bernardo Silva não foram vendidos e são jogadores do Benfica. E para mim faz todo o sentido empresta-los a clubes de alguma nomeada na Europa, por comparação a Paços, Belenenses ou Braga. Estes clubes dificilmente poderiam suportar grandes salários e nunca pagariam pelos empréstimos, logo, na vertente económica é muito mais proveitoso. E se podem jogar menos "lá fora", há também o risco bom de evoluírem mais nesses campeonatos do que em equipas menores por cá. Mas o que me deixou realmente satisfeito foi perceber que os empréstimos não possuem opção de compra e que o Benfica conta com eles (esperemos que também Jesus se aperceba disso).

Siqueira. Eram 7M por 50% do passe, o que a juntar ao milhão pago pelo empréstimo levava o custo do antigo defesa esquerdo encarnado para 8M por metade do passe. Para o Benfica lucrar um milhãozinho que fosse, com uma futura venda, teria que o transacionar por 18M (muito difícil senão impossível). A questão é que o Benfica procurava "fechar" primeiro com o Siqueira, para depois renegociar valores com o Granada, e é aqui que o jogador "foge", provavelmente seduzido com outras propostas financeiramente mais interessantes para ele.

Depois há Oblak que fica muito mal na fotografia (Vieira confirmou o que já havia escrito: o Benfica nem sonhava com a sua saída) e demonstrou ser tão bom GR como fraco homem. As portas do Clube, para ele, fecharam-se. E bem! Tendo ficado no ar a ideia que o At.Madrid o terá oferecido "de volta" mais alguns milhões numa oferta por...Gaitán.

Tal como Oblak (16M), Markovic (25M) saiu pela cláusula, mas também o Benfica não contava com a saída do Sérvio D'Ouro. Talvez por se terem apercebido da felicidade e da boa ambientação de Markec ao clube e à cidade. É pena ter sido só um ano, Markovic vai marcar uma era no futebol europeu. E mais estranho ainda o Chelsea ter opção de compra (porquê ??) e não a ter exercido...

Outro aspecto onde Vieira esteve claro e conciso foi na questão Enzo & Gaitán. El Principito só sai por 30M. Não fiquei mais seguro na sua permanência (ainda assim deve fazer domingo o jogo 100 pelo Benfica, contrariando muitas previsões, incluindo a minha), mas, a sair neste defeso, só mesmo por 30M. E de Gaitán a mesma coisa, embora a cláusula deste seja de 45M, logo bem mais difícil de atingir.

Quanto a reforços, parece-me que vai entrar um GR e um '6'. Na baliza Karnezis é o eleito (...de tantos nomes falados está longe de ser o meu preferido mas...) e para "trinco" havia 2 nomes na mesa, tendo falhado a primeira opção (Guilavogui) está-se a tentar a segunda. A minha ténue esperança é que essa "segunda via" seja Jordy Clasie, mas é mais wishful thinking que outra coisa qualquer...

Avançado já não deve vir, mas Nélson Oliveira, Jara, Derlei e Lima parecem-me curtos, sobretudo quando só Lima é um valor indiscutível. A ver vamos. Dava jeito um matador tipo Mitrovic do Anderlecht. E que o "outro trinco" não fosse Rabiu..

Não achei que fosse uma grande entrevista, teve pouco sal e pouco entusiasmo, já vi Vieira fazer bem melhor. Mas esperemos por 31 de Agosto para se poder fazer um balanço mais adequado.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Eu estive no último jogo de Enzo Pérez pelo Benfica...

...e deu uma Supertaça (a 5ª).

Fiquei com a plena sensação que o argentino se despediu ontem dos benfiquistas. E é esse o sentimento agridoce que trago da noite de ontem: vu o último jogo do Enzo por nós mas...foi o último. A maneira como disse adeus às 4 bancadas do estádio trouxe-me à memória o último jogo de Coentrão na Luz (que diria nessa mesma noite que era um até já porque ia de férias...) ou até mesmo de Miccoli ou Di Maria.

Se dúvidas havia sobre o estatuto de melhor jogador do plantel depois da saída de Matic (outro monstro futebolístico) ou sobre qual o mais imprescindível membro do nosso 11, Enzo Pérez voltou a dizer presente e a demarcar-se de todos. Não há ninguém com a capacidade de recuperação dele (corte fabuloso, em carrinho, ainda na 1ª parte que fez explodir o Estádio) ou com a capacidade de galgar metros e destruir linhas em posse.

O Gaitán (e mesmo o Salvio) de vez em quando "engata" uns slaloms incríveis, mas a forma como Enzo recebe a bola e serpenteia por entre adversários é qualquer coisa de extraordinário. Numa zona do terreno quase sempre densamente povoada, o internacional argentino sabe sempre dar o melhor caminho à bola, seja abrindo o jogo num colega mais "descoberto" ou arrancado pelo terreno semeando o pânico no adversário e destruindo qualquer organização defensiva.

Disse-o e repito-o: vendam-nos todos menos o Enzo!

Mas parece não haver volta a dar e, tal como Matic, deixará muitas saudades e memórias de jogos incríveis com o manto sagrado vestido.

E o jogo de ontem ? O primeiro a sério da época 14/15. Pois bem, a Supertaça já cá canta depois de um autêntico massacre ao Rio Ave ter resultado em zero golos... Houve coisas boas como a velocidade e a dinâmica da equipa, os jogadores pareciam querer provar a quem os desacreditou (benfiquistas incluídos) que estavam vivos e bem vivos!

Gostei muito do Lima, está um avançado de grande nível, lutou como sempre, deu linhas de passe e encheu toda a frente de ataque. Hoje por hoje é titular indiscutível. O Maxi é Benfica! Aquele espírito never surrender encanta-me, e se me galvaniza a mim que estou na bancada, nem imagino o quanto a alma e o coração dele mexem com os colegas. De Maxi Pereira espero tudo menos que se renda ou desista. E-N-O-R-M-E!

Já li elogios ao Talisca mas, pessoalmente, ontem não gostei nada. Jogando mais à frente do que havia feito na pré-época, pareceu-me oferecer poucas soluções e foi presa fácil, além de ter desperdiçado boas oportunidades e ter demonstrado (pela enésima vez) que parece "não poder com a bola" (não sei que bolas novas eram aquelas, mas a mim até me pareciam vazias...), tão fracos são os seus remates.

Pensei que Derley seguraria melhor a bola naquela posição e libertaria Lima para outras chances, mas o avançado ex-Marítimo foi outra das desilusões e parece fora de forma.

Luisão e Jardel (pode ser este o ano da sua afirmação total, e bem a merece) são outra loiça, e se o Capitão impressiona pela forma como comanda e como raramente comete erros, Jardel fez uso da potência física para "limpar" alguma displicência prévia.

Outra das notas que saliento é o toque de bola, as soluções que o trio argentino (Salvio-Enzo-Gaitán) nos oferece. Se tivéssemos este trio disponível durante toda a época, nova tripleta seria possível. A forma como eles combinam, a forma como a bola parece sempre redondinha nos seus pés demonstra que não há muitos reforços que nos possam oferecer aquela qualidade.

 
 
 
E a nota final vai, obviamente, para Artur. Acho que actualmente é um ex-jogador (mas ainda ninguém lho comunicou), demonstra uma ausência de reflexos gritante, deita-se (ou ajoelha-se) minutos (!!!) antes do opositor rematar, parecendo ter um espírito derrotista e/ou uma falta de confiança medonha. Ontem quase não teve trabalho, mas não me lembro de ganhar uma bola pelo ar (e lembro-me de situações dessas onde o seu posicionamento roçava o caricato) e conseguiu dar uma fífia à la Roberto aos 118' que por muito pouco não nos custava um título. Não acho que aquele frisson perto dos 45' seja uma grande falha dele, é certo que não domina bem mas depois tinha que fazer aquele drible - tinha dois gajos em cima e a probabilidade de, rematando, a bola bater neles era de 99% - e depois sofreu falta antes de agarrar a bola. Mas enfim, aparenta uma desilusão e uma linguagem corporal muito mole, muito lenta e muito pouco "vivo" na baliza.
 
Mas como em todas as histórias, muitos vilões viram lendas e Artur teve a oportunidade de se redimir nos lançamentos de grande penalidade. Aí, pediu o apoio dos Céus, pediu o apoio dos adeptos, sei lá, teve a mística do Benfica naquelas luvas encarnadas. Acredito piamente que o Artur não estava tão motivado naqueles momentos decisivos de ontem como provavelmente desde os seus primeiros tempos/jogos no Benfica.
 
 

 
E foi desta maneira que Artur terá feito as pazes - não com os adeptos, eu por exemplo, tenho hoje inteira certeza que o lugar de GR titular do Benfica não voltará a ser dele - com o destino, porque até estes decisivos penaltys, o Artur parecia conformado com a sua condição de inútil e fonte de problemas. Oxalá recupere a exigência que um futebolista profissional do Benfica tem que demonstrar. Mesmo que não seja - como espero - o titular da baliza encarnada.
 
 


Para a História fica mais um momento pioneiro do Benfica no futebol nacional: venceu Campeonato, Taça da Liga, Taça de Portugal e Supertaça. Foi bonita a festa pá!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Oblakgate II num defe$o comprometedor...

Oblak decidiu (pela segunda época consecutiva) não se apresentar no início dos trabalhos do Sport Lisboa e Benfica. Esta atitude é factual e não tem qualquer tipo de desculpa.

Obviamente que não o fez sozinho, foi aliciado por alguém e decidiu forçar a saída, marimbando-se para o Clube que fez dele o que é agora. A falta do ano anterior já demonstrara um pouco do carácter do esloveno, a repetição desta época confirmou que, apesar de bom GR, Oblak é fraca pessoa. Virou costas ao Benfica num ápice e rumou ao Atlético de Madrid.

Obrigado por 6 meses muito bons, mas perdeste uns largos milhões de apoiantes. O Benfica continuará, porque os nomes passam e o Clube continua, mas Oblak, que poderia ter-se tornado parte da Gloriosa História deste Clube, e assim, será recordado como um traidor. Há valores AINDA mais importantes que a performance desportiva. Talvez Oblak perceba isso um dia.

Não acredito que o Benfica contasse com a saída de Oblak neste Verão, mas se olharmos para o número absurdo de jogadores importantes (e titulares) que vamos vendendo consecutivamente...já não digo nada. Se se confirmarem as saídas de Enzo & Gaitán...não atiro a toalha ao chão, mas é o afirmar que a gestão económica (e nem avaliá-la...) se impôs à gestão desportiva.

Tirando a última época, o Benfica de Jorge Jesus teve SEMPRE que refazer o 11 titular porque foi perdendo algumas das suas pérolas, mas nunca foi dizimado como no presente defeso. Hoje por hoje, o Benfica vende os anéis e vende os dedos.

Estou habituado a que JJ tire uns coelhos da cartola e mantenha um nível exibicional alto, mas perder praticamente 8 de 11 titulares não é brincadeira. Podemos refazer 2 ou 3 posições, mas....e as dinâmicas ? As mecanizações ? Já para não falar de um balneário campeão com....pouquíssimos campeões.

Tenho que aguardar para que o plantel fique definido (e sonhar com a permanência do jogador mais importante, o vice-campeão do Mundo Enzo Pérez), mas tanta venda não cheira bem.

O Benfica 13/14 tinha várias estrelas: Markovic, Luisão, Enzo, Garay, Gaitán, Salvio, Rodrigo e Oblak. Destes, só Luisão e Salvio estão garantidos. Temos Cardozo, Lima, Ruben Amorim e Maxi, por exemplo, mas num patamar inferior. E já se sabe como ás vezes é difícil integrar 2 ou 3 jogadores, quanto mais 6 ou 7...

Portanto há que reforçar o plantel. Fala-se muito de Guilavogui. Ora bem, ouvi o nome do francês quando se dizia que o então jogador do Saint Étienne seria o substituto de Matic. O sérvio ficou (mais 6 meses...) mas fui pesquisar mais sobre Guilavogui. Gostei do que vi. Grande época em França, tornou-se até internacional francês e acabou transferido para o Atlético de Madrid. A verdade é que, para minha surpresa, jogou pouco ou nada em Espanha, acabando "recambiado" por empréstimo nos últimos 6 meses da época 13/14. Se com um treinador ultra competitivo como Simeone, Guilavogui não "calçou"... as minhas expectativas baixaram um pouco.

Depois tem-se lido na imprensa uma série de impasses e/ou exigências do francês. Sendo verdade, o Benfica devia deixar de ser ama-seca de uma pseudo-vedeta cujos outros interessados não têm sequer o prestígio do Benfica. Talvez sejam mais $impáticos. E depois seria mais um jogador emprestado..

Por mim era Adieu Guilavogui e contratava-se - de forma definitiva - este pequeno grande jogador:

 
 
 
Jordy Clasie. Com Enzo ou sem Enzo, Clasie jogaria de caras e seria uma estrela para o exigente 3º anel. Não tenho dúvidas. E para quem tem vendido tanto...custa alguma coisa comprar UM jogador deste nível ? Clasie é raça, é classe e qualidade de jogo, tem tudo aquilo que um centrocampista de elite deve ter: critério, técnica, pulmão e atitude.
 
 
Trazer Jordy Clasie era renovar as esperanças a sério. Mas não deve acontecer, o Benfica tem informações e relatórios deste holandês há muito tempo e nunca avançou para a sua contratação, portanto....há fé pessoal e pouco mais.
 
 
A principal dúvida que paira no defeso do Benfica, para mim, nem é tanto o nome dos reforços, é mesmo a quantidade de jogadores de eleição que estão a sair. Um tridente Gaitán-Enzo-Salvio será de nível em qualquer parte do Mundo, mas não há ainda certezas ou garantias que fiquem os 3.
 
E a defesa, que foi sublime nos 6 meses finais da última época, já perdeu 3 dos 5 titulares...
 
 
Enfim, as perspectivas não são animadoras (até Rui Gomes da Silva pareceu agastado e dar razão a algumas teorias que surgiram no final da época passada, que diziam Jorge Mendes iria desmantelar o plantel encarnado...) mas somos os Campeões. Melhor, somos os detentores dos 3 principais títulos nacionais, e essa é uma vantagem, um plus que mais ninguém tem.
 
Para já, no meu horizonte, está a conquista da Supertaça e a vitória na jornada inaugural do Campeonato (que nos foge desde 04/05), projectar mais que isso....é demasiado prematuro.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O Campeão voltou!

O Sport Lisboa e Benfica iniciou hoje a época 2014-2015, ainda com muitas dúvidas acerca do seu plantel mas com 3 certezas: Campeão Nacional, detentor da Taça de Portugal e detentor da Taça da Liga. E esse é sem dúvida o reforço mais importante: o estatuto.

Pode haver fantasmas daquilo que sucedeu no ano a seguir à conquista do penúltimo título, mas recordo que a histórica época da tripleta foi miserável (em resultados e sobretudo futebol jogado) até Dezembro.

Perdemos a 1ª jornada (na Madeira, frente ao Marítimo) - uma falha que nos acompanha há demasiados anos - e estivemos 28 jornadas invictos, só cedendo no Dragão, na última e irrelevante decisão, já com o título no bolso.

Agora é tempo de trabalhar (com os que estão) porque a bola vai começar a rolar não tarda nada. E daqui a pouco mais de uma semana já podemos ver os novos Mantos Sagrados a saltitar por essa Europa fora: