quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O derby do vento ? Não, do vendaval !!

O Benfica recebeu e despachou o seu eterno rival com uma lição de bola que terá envergonhado o mais empedernido dos "lagartos". Recebo-mo-los em nossa casa, dissemos-lhes Olá! e depois recambiamo-los para casa com um valente pontapé no traseiro e com a certeza que o Benfica é areia a mais para a camioneta dos Viscondes.

Antes do jogo havia uma facção que parecia viver numa utopia: os sportinguistas e uma série de "jornalistas". É que a diferença entre aquilo que eles acham que são e aquilo que na realidade apresentam ainda incorpora uns quantos "fusos horários"... Levaram um reality-check à bruta. É que podíamos ter vencido por muitos e não sermos tão esmagadores no domínio do jogo, mas o que se assistiu na Luz foi uma impotência leonina a toda a linha (presidente, treinador e equipa) e um apetite voraz das águias.

O Benfica entrou cheio de fome no jogo, e psicologicamente começou a ganhar o jogo aí: os nossos concentrados e disponíveis para todo e cada lance; os outros a tremer perante a intensidade alucinante do adversário. À medida que a nossa confiança crescia, a "tremideira" deles aumentava, basta entrar o primeiro... sentia-se. E a verdade é que o jogo acabou logo no golo de Gaitán. «Pronto, agora já não conseguimos levar um pontinho» - terão pensado os jogadores do Sporting naquele momento.

O Benfica passou por cima do Sporting sem dó nem piedade (bem, houve alguma misericórdia sobretudo de Rodrigo...) ganhou 90% dos duelos individuais (OLÈ), correu muito mais (OLÈ), teve nota artística (OLÈ) e ainda se deu ao luxo de permitir zero cantos ao adversário e deixá-lo com cerca de 30% de posse de bola (OLÈ).

O Sporting não se viu, não se ouviu e deu menos trabalho que a agora célebre lã de rocha. Já o Benfica mostrou que jogar com 2 médios centro e 2 avançados não é para quem quer... Tacticamente Jesus embaraçou e envergonhou Jardim, tal foi o banho de bola em toda a linha, aliás, o melhor de Leonardo Jardim no derby foram mesmo as palavras finais (as dele e as do Presidente, que pela primeira vez soou a Presidente e não a líder de claque).

No nosso Benfica houve várias exibições tremendas: Luisão (o gajo mais fundamental da defesa, cortou um número de bolas sem fim, é o patrão deste grupo); Maxi (melhor jogo da época, mantém a raça de sempre - e apesar de achar que ainda está um pouco lento - mas começa a dosear melhor as suas investidas; grande centro para o 1º golo); Fejsa (um poço de força no meio-campo, menos forte que um Javi Garcia mas mais disponível, mostrou que nunca vira a cara à luta, parece talhado para jogos importantes); Gaitán (começa a ser tradição Gaitán fazer gato sapato do Sporting, é um génio cada vez mais trabalhador, sozinho pode decidir jogos, esperemos que este ano decida campeonatos).

E claro, há um jogador que merece um parágrafo só para ele: Enzo El Principito Pérez. Com a saída de Matic, Enzo é hoje o melhor jogador do Benfica (Olá Argentina!) e fez um derby fa-bu-lo-so. O argentino rebentou com o processo defensivo do Sporting sozinho. Primeiro pressiona altíssimo e não permite que se saia a jogar com facilidade com ele por perto, e depois, quando tem que ser ele a iniciar o processo ofensivo do Benfica...demonstra recursos infindáveis. Vejamos, não raras vezes tentou-se "apertar" com Enzo quando recebia a bola entre linhas, e muitas dessas vezes o benfiquista nem tinha linha de passe visível e mais que um adversário em cima, pois bem, ele nunca se atrapalha, finta, gira, mantém a posse e quando não há mesmo alternativa....arranca e ninguém o agarra. As acelerações de Enzo Pérez no meio campo ofensivo esfrangalharam completamente o Sporting, naquela noite Enzo pareceu imparável. No dia em que a esposa fora operada fez o segundo golo (e que golo!) e emocionou-se verdadeiramente não contendo as lágrimas perante um Estádio da Luz em êxtase. Perdemos o Matic...mas ainda temos o Enzo!!

Mais que o resultado, a exibição mandona e autoritária do Benfica foi um depressivo tremendo para os adversários Porto e sobretudo Sporting (que terá pensado: contra estes não dá, vamos tentar bater-nos com o Porto) que observaram uma equipa fortíssima fisicamente e que melhora a nota artística a cada jogo, só falta ser mais concretizadora (bem vindos Salvio & Cardozo).

Portanto o vendaval da Luz ficará para a História como o dia em que atropelámos o Sporting com uma classe e unanimidade poucas vezes vista (como aliás fizeramos ao Porto há cerca de um mês) em 180 minutos despachámos os dois rivais com 4 golos sem resposta e zero oportunidades concedidas, o que é obra para uma equipa que passou meio campeonato a defender mal e a sofrer muitos golos. O grande mérito é dos jogadores de de Jorge Jesus, afastaram finalmente os traumas de Maio passado e deram a volta por cima: meias-finais das Taças nacionais e líder isolado do Campeonato, sendo a única equipa que depende apenas e só de si para se sagrar Campeã.

Faltam 33 pontos.

Sem comentários: