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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O fã do nosso Pablito


5.

Único com 4 Ballon D'Or (consecutivas!!!).

Único com 5 Ballon D'Or.

Haverá alguém melhor que ele ? Não digo este ano, esta década, digo de sempre. Terá havido alguém melhor que Lionel Messi ? É muito difícil compara jogadores de épocas diferentes, mas de todos os que vi jogar, só Maradona está nesta contenda com Messi. E não é pelas Bolas de Ouro que decido por Messi, é que o Lio faz aquilo que mais ninguém faz (como Maradona no seu tempo) e fá-lo consecutivamente há quase uma década.

Messi, fora do campo, é a antítese de uma Superstar, é introvertido, é calmo, tímido e nem sabe bem como se comportar em situações de Beatlemania autêntica. Mas dentro do campo - mantendo a humildade - sente-se como peixe na água e demonstra que quem manda é ele.

Só vejo, com verdadeiro interesse, dois jogos de futebol: os do Benfica e os jogos onde entra Lionel Messi. Os primeiros por paixão eterna, os segundos porque sinto que estou a assistir a history in the making, qualquer coisa pode acontecer com Messi em campo.

Messi não é um produto de marketing, não tem a mitologia icónica de Maradona (o homem era tão interessante como o jogador) ou a aura de Ibrahimovic (outro génio) mas no que ao futebol jogado diz respeito...o Boss é ele.




Termino com um frase do grande ídolo de Lionel Messi, o "nosso" benfiquista Aimar:


"Los demás jugamos al fútbol. Messi juega de Messi, hace otra cosa"





sexta-feira, 1 de maio de 2015

Pablo, Pablito Aimar






Sempre um prazer ouvir um dos génios do futebol mundial. A humildade, a classe de Pablo Aimar continua no discurso como estava sempre na cancha em que entrava.

Notas:

Com o tempo foi aprendendo e percebendo a importância dos treinadores. E sobretudo a capacidade dos treinadores convencerem os jogadores e a equipa. Depois de jogar como 10 ( enganche ) na Argentina surge num Valencia como um segundo avançado, encostado aos centrais, a lutar com defesas mais fortes, mais altos mas onde a sua missão era fazer golos ou assistências. E refere que o seu trabalho defensivo melhorou depois de JJ o convencer, mas refere que o treinador só consegue fazer isso (convencer o atleta) com humildade, liderança e conhecimento.

JJ percebe "muchísimo de fútbol" e consegue convencer os jogadores, mas não tanto como Bielsa (o treinador preferido de Bielsa). Bielsa convenceu-o que a ideia dele, o processo é o que os vai fazer ganhar. Apesar de ter vencido títulos com outros treinadores, para Aimar, o melhor é Bielsa, precisamente pelo convencimento que consegue transmitir aos seus atletas.

Fala do fanatismo dos benfiquistas em Lisboa (tem 4 filhos, 2 meninas nasceram mesmo na Capital) que mostrou pela primeira vez aos filhos a estrela que era o pai.

Menciona Di María que jogou pouco no início, tapado por Reyes, mas que sempre viu que era un fenomeno. Um futebolista alegre que é super estrela quando está concentrado, segundo Aimar.

Aimar é o ídolo de Messi (que lhe pediu a camisola em 2 ocasiões, num Valencia - Barcelona e muitos anos depois num Benfica - Barcelona), mas quem era o ídolo de Aimar ? Néstor Gorosito. Jogador argentino que começou no River Plate e que agora treina o Argentinos Jrs (onde debutou Diego Armando Maradona).

Revela também a lesão crónica na zona do tendão de Aquiles, que já o impedira de participar em pouco mais de uma dezena de jogos no último ano de Benfica. Fez 2 operações, tem 4 meses de repouso (já passaram 2 e meio) e esperemos que o Mago possa voltar a encantar "un último partido que sea". É incrível ver o sorriso de Aimar com a esperança de poder voltar a calçar as chuteiras para entrar no Monumental de Nuñez, oxalá isso suceda!

- Pablo, gostavas de ser treinador ?

- Gosto dessa parte de ensinar aquilo que aprendi, não sei se tenho essa capacidade de ser treinador mas vou tentar. Adoraria formar jogadores.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Acabou-se a MAGIA

Pablo César Aimar Giordano foi um dos maiores jogadores que tive o prazer de ver jogar com o Manto Sagrado. No restrito clube de génios só Valdo, Rui Costa e João Vieira Pinto me encheram as medidas como o Pablito.

De Aimar disse um dia Diego Armando Maradona (o melhor de sempre): «é o único jogador por quem pagaria o bilhete só para o ver jogar». A admiração por Pablo Aimar não se esgota no seu virtuosismo técnico, além do "monstro" de jogador, era um profissional exemplar. Fustigado por lesões, não atingiu tudo o que o seu potencial augurava, tivesse a "sorte" das lesões não o molestarem e teria sido, várias vezes, indigitado para uma Bola de Ouro.

Valdano (das pessoas que melhor escreve sobre futebol no Mundo!) sintetizou assim: «Aimar es un jugador de dibujitos animados, de fantasia (...) com una sensibilidade futbolistica extraordinária y un talento exquisito», mas acaba dizendo que jogar com continuidade é um registo supremo, não podes ser o melhor do Mundo se de 4 em 4 meses estás lesionado ou na fisioterapia.

Pego precisamente noutra citação soberba de Valdano (Ganar queremos todos, pero solo los medíocres no aspiran a la belleza) para associar Aimar à ideia do futebol bonito, da nota artística. Os génios são, não raras vezes, incompreendidos e por vezes faltaram companheiros ao futebol de luxo de Pablo Aimar. Não é novidade para ninguém que foi Javier Saviola (outro craque) quem melhor percebeu o futebol do Mago argentino. E a verdade é que as combinações entre os dois raramente tinham defesa, porque quando duas mentes pensam o mesmo e o executam sem falar...estamos muito próximos da beleza máxima do futebol.

O argentino, apesar de raçudo e extremamente competitivo, tem uma debilidade com a gambeta (drible) e sobretudo com o caño (cueca/túnel), basta recordar as palavras de Maradona após a sua estreia na 1ª divisão argentina (a 10 dias de fazer 16 anos): «perdimos pero hice un caño». Cabrera, o jogador que "sofreu" o primeiro túnel de Maradona na 1ª divisão ficou famoso por isso mesmo, e apesar da derrota, Dieguito estava eufórico com o caño e disse que naquele dia começou a tocar o Céu. Esta simples história é bem exemplificativa de como os argentinos adoram a arte, a tal "belleza" do futebol que falava Valdano.

E só a título de curiosidade, na última chamada de Aimar à Selecção Argentina (treinada então por...Maradona), num treino onde o Mago defrontava os presumíveis titulares, foi um caño deste a Fernando Gago que fez o Pelusa gritar: «Caños No!!» Talvez a mudança radical daquele pibe de 15 anos para o treinador explique alguma coisa nos fracos resultados da albiceleste, ou então demonstre que um treinador não pode perder a fantasia dos tempos de jogador em virtude do resultadismo...

Entre as imagens míticas de Aimar com o Manto Sagrado há também um caño, a Andrea Pirlo do AC Milan (eu não sou argentino, mas confesso que é o gesto técnico que mais me agrada no futebol, e apesar de parecer simples, tem toda uma arte na sua execução) numa edição da Eusébio Cup; há aquele passe de rabona a isolar Suazo para um golaço em Guimarães; o golo na Luz frente ao Paços onde recebe a bola no nosso meio-campo e dribla, sozinho, meia equipa adversária antes de rematar colocado para o fundo das redes; o golo do derby, onde deita Rui Patrício e, debaixo de chuva e com pouco ângulo, coloca a bola, com classe à Aimar, na baliza adversária; a delicatessen frente ao V.Setúbal numa noite gloriosa de golos; e sobretudo o beijo ao escudo benfiquista naquela noite dos 4-1 ao PSV, é precisamente aquele frame de raiva, orgulho e delírio que guardo como A imagem de Aimar.

Costumo dizer que para se apreciar Aimar não bastam vídeos de youtube, é preciso ver um jogo dele ao vivo, apreciar tudo o que representava El Mago. Pablito nunca foi um portento físico, sempre foi um jogador franzino, mas aprendeu a contornar esse handicap no futebol de alta competição com um controlo de bola, uma técnica refinada para esconder o esférico do adversário, que lhe proporcionava poucas perdas de bola no despique directo e muitas faltas sofridas. Depois eram as mudanças de velocidade que eram sublimes. Se no Benfica não tivemos a velocidade do pibe do River e dos primeiros anos de Valencia, continuámos a assistir àquelas mudanças de velocidade que ultrapassavam adversários atrás de adversários. E essa sempre foi uma marca registada do futebol de Aimar. Isso e a capacidade de assistir os companheiros, de os deixar na cara do golo. A visão de jogo, o critério no passe, o "inventar" linhas de passe eram tudo atributos do génio de Aimar, apetece-me dizer que jogar com Aimar é fácil e que quem joga com ele torna-se melhor futebolista.

Foi um orgulho imenso ver um jogador da craveira de Pablo Aimar no Benfica - o ídolo de Lionel Messi - foram 5 épocas que souberam a pouco mas que o tornaram Imortal no meu coração. Gostava de escrever algo mais que OBRIGADO PABLITO, mas acabo com uma citação daquele que um dia o argentino apelidou de «melhor treinador que já tive»:

O Aimar é um génio para quem aprecia o futebol como arte. O futebol tem duas componentes, que são a científica e a arte, e o Aimar tem arte e tem paixão. - Jorge Jesus